Os fãs de Jennifer Love Hewitt, estrela de suspenses
como “Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado” e “Ghost Whisperer”, vão se
surpreender ao ver a atriz esbanjando sensualidade em “The Client List”, que
estreou no Sony na quarta-feira (24). Na série, ela é Riley Parks, uma espécie de “Anjo
de Programa”, que vai trabalhar no “Sugar Land”, uma casa onde massagistas
fazem às vezes de prostitutas de luxo prestando “favores sexuais” aos clientes
de uma lista vip. E, após ser abandonada pelo marido com um casal de filhos e para
conseguir um dinheiro extra e pagar a hipoteca da casa onde mora, ela acaba
entrando no esquema. Mas, com toda sua exuberância vestindo lingeries
insinuantes, Riley é diferente das outras massagistas do estabelecimento. Ela
faz uma espécie de terapia com seus clientes, ouvindo seus problemas amorosos e
conseguindo até promover a reconciliação de alguns maridos infiéis com suas
esposas traídas.
Para os mais veteranos, no entanto, a grande
surpresa é ver Cybill Shepher fazendo o papel de Lynette, a mãe de Riley. Aos
62 anos, a atriz, que se consagrou nos anos 80 protagonizando ao lado de Bruce
Willis o seriado de comédia policial “A Gata e o Rato”, mostra uma beleza
amadurecida e sem perder sua veia humorística.
Em uma cena em que conversa com a filha sobre o fato de ter se casado
cinco vezes, ou melhor, quatro, já que duas vezes foi com o mesmo homem, como
ela mesma corrige, Lynette se justifica, misturando sua religiosidade com um
tom de ironia: “O Senhor nunca quis que as mulheres ficassem sós”. Suas expressões faciais continuam inconfundíveis.
A relação entre Riley e Lynette tem alguma
semelhança, guardadas as devidas proporções, da mostrada entre mãe e filha em “Good
Christian Belles”, que estreou em maio no mesmo canal. Em “GCB”, Amanda Vaughn
(Leslie Bibb), após a morte do marido, também foi, com a filha do casal, morar
com sua mãe, a religiosa mas bem humorada e debochada Gigi (Annie Potts), e as duas também tinham diálogos embalados por
vinho e cheios de sutilezas sobre o comportamento humano e suas experiências pessoais.
Já uma das diferenças entre as duas séries é o fato de Amanda ter descoberto
que o marido tinha uma amante ao ficar viúva. Riley vai descobrir isso com o
safado ainda vivo.
A ideia da série, escrita por Jordan Budde, surgiu
após a realização de um filme para televisão produzido pelo canal Lifetime, nos
Estados Unidos, com base em um escândalo envolvendo massagistas ocorrido no
país em 2004. O Licensed Massage Therapist, ligado aos profissionais de
massagem terapêutica, chegou a fazer uma campanha para impedir a exibição da
série, alegando que ela iria perpetuar um conceito errado da profissão. Algo assim como acontece no Brasil quando qualquer
novela mostra algum tipo de profissional não agindo tão eticamente como
deveria. Não adiantou. A primeira temporada da série, com dez episódios,
estreou nos Estados Unidos em maio, e uma segunda já está garantida. Resta
saber se haverá “clientes” com histórias tão interessantes que impeçam que tanta
“terapia” na cama de massagem não acabe se tornando enfadonha.