sexta-feira, 26 de outubro de 2012

“The Client List”: Série traz a sensualidade de Jennifer Love Hewitt, mas vale mesmo pela presença de Cybill Shepher, musa dos anos 80 no seriado “A Gata e o Rato”


Os fãs de Jennifer Love Hewitt, estrela de suspenses como “Eu Sei O Que Vocês Fizeram no Verão Passado” e “Ghost Whisperer”, vão se surpreender ao ver a atriz esbanjando sensualidade em “The Client List”, que estreou no Sony na quarta-feira (24). Na série, ela é Riley Parks, uma espécie de “Anjo de Programa”, que vai trabalhar no “Sugar Land”, uma casa onde massagistas fazem às vezes de prostitutas de luxo prestando “favores sexuais” aos clientes de uma lista vip. E, após ser abandonada pelo marido com um casal de filhos e para conseguir um dinheiro extra e pagar a hipoteca da casa onde mora, ela acaba entrando no esquema. Mas, com toda sua exuberância vestindo lingeries insinuantes, Riley é diferente das outras massagistas do estabelecimento. Ela faz uma espécie de terapia com seus clientes, ouvindo seus problemas amorosos e conseguindo até promover a reconciliação de alguns maridos infiéis com suas esposas traídas. 

Para os mais veteranos, no entanto, a grande surpresa é ver Cybill Shepher fazendo o papel de Lynette, a mãe de Riley. Aos 62 anos, a atriz, que se consagrou nos anos 80 protagonizando ao lado de Bruce Willis o seriado de comédia policial “A Gata e o Rato”, mostra uma beleza amadurecida e sem perder sua veia humorística.  Em uma cena em que conversa com a filha sobre o fato de ter se casado cinco vezes, ou melhor, quatro, já que duas vezes foi com o mesmo homem, como ela mesma corrige, Lynette se justifica, misturando sua religiosidade com um tom de ironia: “O Senhor nunca quis que as mulheres ficassem sós”. Suas expressões faciais continuam inconfundíveis.

A relação entre Riley e Lynette tem alguma semelhança, guardadas as devidas proporções, da mostrada entre mãe e filha em “Good Christian Belles”, que estreou em maio no mesmo canal. Em “GCB”, Amanda Vaughn (Leslie Bibb), após a morte do marido, também foi, com a filha do casal, morar com sua mãe, a religiosa mas bem humorada e debochada Gigi (Annie Potts), e as duas também tinham diálogos embalados por vinho e cheios de sutilezas sobre o comportamento humano e suas experiências pessoais. Já uma das diferenças entre as duas séries é o fato de Amanda ter descoberto que o marido tinha uma amante ao ficar viúva. Riley vai descobrir isso com o safado ainda vivo.

A ideia da série, escrita por Jordan Budde, surgiu após a realização de um filme para televisão produzido pelo canal Lifetime, nos Estados Unidos, com base em um escândalo envolvendo massagistas ocorrido no país em 2004. O Licensed Massage Therapist, ligado aos profissionais de massagem terapêutica, chegou a fazer uma campanha para impedir a exibição da série, alegando que ela iria perpetuar um conceito errado da profissão.  Algo assim como acontece no Brasil quando qualquer novela mostra algum tipo de profissional não agindo tão eticamente como deveria. Não adiantou. A primeira temporada da série, com dez episódios, estreou nos Estados Unidos em maio, e uma segunda já está garantida. Resta saber se haverá “clientes” com histórias tão interessantes que impeçam que tanta “terapia” na cama de massagem não acabe se tornando enfadonha.