segunda-feira, 1 de outubro de 2012

“Guerra dos Sexos”: Assistir a uma comédia que parou no tempo da chanchada soa estranho para quem viu a primeira versão. Fica uma saudade imensa de Paula Autran e a expectativa da novidade que havia antes

Tem um velho e tradicional lema que diz que “em time que está ganhando não se mexe”. O mesmo deveria valer para novelas de sucesso que insistem em fazer remakes.  “Guerra dos Sexos”, o original, foi um sucesso exibido em 1983 pela Rede Globo, tendo Fernanda Montenegro e o saudoso Paulo Autran nos papeis principais. A história escrita por Silvio de Abreu com a colaboração de Carlos Lombardi não foi um fenômeno de sucesso, mas ganhou espaço na história da teledramaturgia ao, inspirada nas chanchadas, mostrar a cena pastelão antológica vivida por Fernanda Montenegro e Paulo Autran, na qual um jogava os ingredientes do café da manhã na cara do outro. O que mais se lembra dessa novela além disso?

A estreia da continuação dessa novela, “Guerra dos Sexos”, que aconteceu nessa segunda-feira (1), poderia ter um aposto no título, tipo “Guerra dos Sexos 2”, ou “A Continuação”, já que não se trata de um remake. Mas pecou por pouco inovar e muito se comprometer. Para começar, foi totalmente sem sentido a propaganda do site oficial da Infoglobo antes da abertura da novela.

No mais, o que se viu foi uma história vazia, que se anunciou como nova, mas não acompanhou a evolução do tempo e acha que o público é o mesmo de quase três décadas atrás. Tirando o momento nostálgico da animação feita sobre os quadros com as imagens de Fernanda Montenegro e Paulo Autram, os protagonistas da versão original, o que restou? 

A sensação que fica do primeiro capítulo é de que se trata de uma novela feita para quem conhece a primeira versão, que se modernizou na estética, mas não no conteúdo.  Depois de histórias com um frescor de modernidade no horário, como tiveram “Aquele Beijo”, de Miguel Falabella, e “Cheias de Charme”, de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, assistir a uma comédia que parou no tempo da chanchada soa estranho. E mesmo para quem viu a primeira versão, fica uma saudade imensa de Paulo Autran contracenando com Fernanda Montenegro, interpretando um texto que tinha a ver com sua época.

Resta esperar os próximos capítulos...