terça-feira, 16 de outubro de 2012

“2 Broke Girls”: Nova temporada mantém a divertida cumplicidade das duas garçonetes, mas resvala na tentativa de fazer humor ousado e com apelo sexual, e muitas vezes cai na piada desnecessária e sem graça




O primeiro episódio de “2 Broke Girls”, exibido nessa segunda-feira (15) no Warner Channel, sinalizou que o seriado tem chances de manter os fãs conquistados durante sua primeira temporada, no ano passado, contando as novas aventuras e desventuras das garçonetes Max Black, interpretada por Kat Dennings, e Caroline Channing, vivida por Beth Berhs. Para os adultos mais exigentes, a classificação indicativa de 12 anos já alerta que não adianta esperar por tiradas de humor rebuscado ou com pinta de comédia intelectualizada. Se bem que dessa vez o roteirista Michael Patrick King, mesmo autor de “Sex And The City”, está tentando apimentar a história com piadas de cunho sexual.

Em alguns casos, porém, a situação fica muito mais para vulgar do que para engraçada. Como logo na primeira cena em que aparece uma mulher sentada em uma das mesas da lanchonete com alguém por baixo da blusa dela fazendo movimentos. Todos no local se horrorizam achando que é algum namorado em uma atitude obscena em público, mas na verdade é o filho dela, de 8 anos, que está mamando. Foi apelativamente boba.  

A novidade da estreia ficou por conta da aparição de Martin Channing, o pai presidiário de Caroline, interpretado por Steven Weber. Quando as duas amigas vão visitá-lo na cadeia, o cinquentão logo se engraça por Max e começar a dar “cantadas” na amiga de sua filha, que fica bem empolgada com os galanteios. Mas não acredito que o seriado mantenha a mesma empolgação do público se as duas passarem de amigas a madrasta e enteada.

Para quem não viu a primeira temporada, explica-se: Caroline é filha de um milionário que acabou preso por falcatruas e teve seus bens bloqueados pelo governo. Sozinha e sem o apoio dos amigos dos tempos de luxo, ela vai procurar emprego numa lanchonete no Brooklin. É lá que conhece Max, garçonete que passa as madrugadas fazendo bolinhos para vender e pagar as contas. As duas ficam grandes amigas, passam a dividir a mesma casa e o sonho de mudar de vida através da produção de doces.

Como na fase anterior, as jovens garçonetes de um pequeno restaurante em Nova York continuam tentando juntar U$ 250 mil para abrirem seu próprio negócio de cupcakes, quitarem suas dívidas e continuarem sobrevivendo. Ao visitarem Martin na prisão, elas são orientadas por ele e vão parar num leilão dos bens perdidos pela família dele, onde devem adquirir um misterioso “cálice do amor”. Só que, após perderem o objeto para outro comprador que dá um lance maior, elas saem de lá mais pobre do que quando entraram. E Caroline ainda pagou o mico de aparecer morena para não ser reconhecida. 

É previsto que ainda invistam na tentativa de conseguir o apoio de Martha Stewart, apresentadora de TV e empresária norte-americana que, numa participação especial como ela mesma no fim da temporada anterior, havia provado e gostado de um dos bolinhos feitos pelas moças. Michael Patrick King e Whitney Cummings, comediante coautora da série, não descobriram a pólvora, mas sabem explorar várias situações do cotidiano vividas pela dupla de sonhadoras, embora vez ou outra resvalem no lugar comum.

Há momentos em que a lanchonete do Brooklin até lembra o Central Perk, café de “Friends” que eventualmente servia de ponto de encontro dos seis personagens principais da série que ficou no ar de 1994 a 2004.  Diferentemente de antes, “2 Broke Girls” agora já está variando mais os ambientes e não ficando tão centrada na lanchonete como antes. Pelo menos assim foi no primeiro episódio.

Nos Estados Unidos, essa segunda temporada começou a ser exibida pela CBS dia 24 de setembro. A volta do seriado foi conquistada graças ao sucesso da primeira, que chegou a render três indicações ao Emmy. Resta esperar se conseguirá recuperar e manter o mesmo ritmo de antes sem se tornar repetitiva.