O primeiro episódio de “2 Broke Girls”, exibido
nessa segunda-feira (15) no Warner Channel, sinalizou que o seriado tem
chances de manter os fãs conquistados durante sua primeira temporada, no ano
passado, contando as novas aventuras e desventuras das
garçonetes Max Black, interpretada por Kat Dennings, e Caroline Channing,
vivida por Beth Berhs. Para os adultos mais exigentes, a classificação indicativa de 12 anos já
alerta que não adianta esperar por tiradas de humor rebuscado ou com pinta de
comédia intelectualizada. Se bem que dessa vez o roteirista Michael Patrick
King, mesmo autor de “Sex And The City”, está tentando apimentar a história com
piadas de cunho sexual.
Em alguns casos, porém, a situação fica muito mais
para vulgar do que para engraçada. Como logo na primeira cena em que aparece
uma mulher sentada em uma das mesas da lanchonete com alguém por baixo da blusa
dela fazendo movimentos. Todos no local se horrorizam achando que é algum namorado em uma atitude obscena
em público, mas na verdade é o filho dela, de 8 anos, que está mamando. Foi
apelativamente boba.
A novidade da estreia ficou por conta da
aparição de Martin Channing, o pai presidiário de Caroline, interpretado por
Steven Weber. Quando as duas amigas vão visitá-lo na cadeia, o cinquentão logo
se engraça por Max e começar a dar “cantadas” na amiga de sua filha, que fica
bem empolgada com os galanteios. Mas não acredito que o seriado mantenha a
mesma empolgação do público se as duas passarem de amigas a madrasta e
enteada.
Para quem não viu a primeira temporada, explica-se:
Caroline é filha de um milionário que acabou preso por falcatruas e teve seus
bens bloqueados pelo governo. Sozinha e sem o apoio dos amigos dos tempos de
luxo, ela vai procurar emprego numa lanchonete no Brooklin. É lá que conhece
Max, garçonete que passa as madrugadas fazendo bolinhos para vender e pagar as contas.
As duas ficam grandes amigas, passam a dividir a mesma casa e o sonho de mudar
de vida através da produção de doces.
Como na fase anterior, as jovens garçonetes de um
pequeno restaurante em Nova York continuam tentando juntar U$ 250 mil para
abrirem seu próprio negócio de cupcakes, quitarem suas dívidas e continuarem
sobrevivendo. Ao visitarem Martin na prisão, elas são orientadas por ele e vão
parar num leilão dos bens perdidos pela família dele, onde devem adquirir um
misterioso “cálice do amor”. Só que, após perderem o objeto para outro
comprador que dá um lance maior, elas saem de lá mais pobre do que quando
entraram. E Caroline ainda pagou o mico de aparecer morena para não ser
reconhecida.
É previsto que ainda invistam na tentativa de conseguir
o apoio de Martha Stewart, apresentadora de TV e empresária norte-americana que,
numa participação especial como ela mesma no fim da temporada anterior, havia provado
e gostado de um dos bolinhos feitos pelas moças. Michael Patrick King e Whitney Cummings, comediante coautora
da série, não descobriram a pólvora, mas sabem explorar várias situações do
cotidiano vividas pela dupla de sonhadoras, embora vez ou outra resvalem no
lugar comum.
Há momentos em que a lanchonete do Brooklin até lembra
o Central Perk, café de “Friends” que eventualmente servia de ponto de encontro
dos seis personagens principais da série que ficou no ar de 1994 a 2004. Diferentemente de antes, “2 Broke Girls” agora
já está variando mais os ambientes e não ficando tão centrada na lanchonete
como antes. Pelo menos assim foi no primeiro episódio.
Nos Estados Unidos, essa segunda temporada começou a
ser exibida pela CBS dia 24 de setembro. A volta do seriado foi conquistada
graças ao sucesso da primeira, que chegou a render três indicações ao Emmy.
Resta esperar se conseguirá recuperar e manter o mesmo ritmo de antes sem se tornar repetitiva.