Regina Duarte jamais abriu mão de ser chamada de Namoradinha do Brasil,
alcunha conquistada quando fez “Minha Doce Namorada”, novela exibida em 1971. E nesses
50 anos de carreira só fez provar que o título lhe pertence. Muito embora ela
já tenha dado mostras de que não é apenas a namoradinha, ela também é a mulher,
a amante, a amiga de todas as horas. Foi o que mostrou o “Viva o Sucesso”,
único programa inédito do canal Viva, que foi ao ar nessa sexta-feira (28).
Regina emocionou ao falar das dificuldades que enfrentou no início da
carreira. “Quando comecei a trabalhar minha família passava por dificuldades.
Carne, era uma vez por semana. Se queria comprar um livro ou um sapato novo,
tinha que esperar. Éramos cinco irmãos”, contou a atriz, filha de um pai militar
que veio do Ceará de pau-de-arara para servir ao exército no Rio Grande do Sul
na época de Getúlio Vargas, e lá conheceu sua mãe, uma professora de piano.
Regina também relembrou ter sido descoberta através de um comercial pelo
diretor Walter Avancini e lançada na novela “A Deusa Vencida”, em 1964. O
programa fez ainda uma retrospectiva com suas personagens inesquecíveis, como a
viúva Porcina, de “Roque Santeiro” (1985), as Helenas de “História de Amor”
(1995), “Por Amor” (1997) e “Páginas da Vida” (2006), e seu trabalho mais
recente como Clô, no remake de “O Astro” (2011).
Com aquele sorriso rasgado que é sua marca registrada, a intérprete de
mulheres que entraram para a história da televisão brasileira afirmou
sempre ter cultivado uma relação de carinho com os fãs. E mostrou que não parou
no tempo em que os admiradores só se relacionavam com seus ídolos através de
cartinhas. “No ‘Astro’, eu senti o retorno das pessoas na internet. O país
inteiro comentando. Como se eu estivesse em um palco e a plateia virtual
dissesse: ‘uau!’”, contou Regina, a namoradinha antenada na Era Digital.
Dirigido por Pablo Uranga, o programa feito pela produtora independente
Los Feliz estreou em 31 de agosto tendo Sandy como convidada. Agradou ao fã
clube da cantora, mas se mostrou amador, buscando o caminho mais fácil. Depois
vieram a escritora Thalita Rebouças, uma escolha pouco feliz para um programa
estreante, já que se trata de uma convidada pouco conhecida do público em rede
nacional; a apresentadora Ana Maria Braga, que deixou de contar muitas
histórias que poderiam ter sido mais enriquecedoras, mas que fazem parte de sua
longa passagem pela Record; o cantor Latino, que está longe de ser um
representante sério de uma história de sucesso; e agora, finalmente, uma
convidada que faz jus ao nome da atração.