quinta-feira, 13 de setembro de 2012

“Conversa de Salão”: Série do GNT volta em reprise no Viva e mostra que ideias simples, mas criativas e bem tratadas, podem se tornar boas opções de entretenimento para ser ver ou rever


Com uma deliciosa coletânea de histórias contadas com a descontração típica dos ambientes em que mulheres se reúnem para tratar de beleza e também não dispensam as confidências íntimas, a série “Conversa de Salão”, que já foi exibida pelo GNT ano passado, é mais uma boa reprise do canal Viva. Não mostra nenhuma grande fórmula inovadora, mas a ideia é criativa e ganha pela simplicidade do conteúdo, o cuidado na edição e finalização e a participação única e exclusiva de mulheres comuns.

São mostrados vários e diferentes tipos de salões de beleza onde tanto as cabeleireiras quanto as clientes, durante bate-papos informais, tratam de temas comuns a todas. O primeiro foi sobre ciúmes e traição. Os relatos são hilariantes e a diferença de classe social é indicada logo no começo de cada história, em que é dado o nome do estabelecimento e os preços cobrados. No salão Novo Visual, localizado em Paraisópolis, favela da Zona Sul de São Paulo, a mão custa R$ 10, o corte R$ 20 e a escova R$ 16. Já no Salão Proença, no Jardim Paulista, bairro nobre da Zona Oeste São Paulo, a mão custa R$ 38, o corte R$ 210 e escova R$ 73. É bom lembrar que são preços da época em que a série foi produzida, em 2011.

Além dos valores, a decoração de cada um dos quatro salões mostrados indica a diferença cultural de cada região da cidade. Mas todas as mulheres assumiram conviverem com situações amorosas bem semelhantes. Enquanto pintava o cabelo de uma cliente, Genilda, do Novo Visual, divertia todo mundo contando sobre o dia em que saiu correndo do salão para flagrar o marido com outra. “Bati na mulher no meio da rua, e a cliente lá, mais de meia hora com o pé de molho esperando”, lembrou ela, às gargalhadas.

As situações são todas intercaladas, dando movimento à edição. E a reação de Suzy, cliente do Casa da Avó, no Alto da Boa Vista, outro bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, e onde o preço da mão era R$ 20, o corte R$ 70 e a escova R$ 40, não foi tão diferente assim da revelada pela cabeleireira da favela. Ela estava com o namorado em um bar e não gostou do fato dele ter elogiado outra. “Eu fiquei louca, chamei de filho da puta quando ele disse para mim que achou bonita a bunda da vagabunda da menina que estava querendo dar pra ele. Briguei no meio do bar, na frente de todo mundo”, esbravejou a moça.

Bem divertida foi Roberta, cabeleireira do Salão Proença. Enquanto as clientes faziam pose dizendo que não revistavam as senhas dos maridos na internet nem conferiam as mensagens nos celulares deles, ela interrompeu na hora: “Fala sério! Quem nunca colocou o número do celular de um homem com o nome de uma mulher? Quando é Carlos eu coloco Carla. Quando toca, eu digo: ‘Olha a Carla tá me ligando’. Aí, se toca de madrugada, aí não dá pra atender. Aí eu digo: ‘Olha a Carla, deve estar bêbada ligando”, entregou ela, rindo, enquanto escovava o cabelo de uma cliente.    

Ao todo são 13 episódios em que não falta descontração, mesmo quando os temas são mais sérios como desejo ou falta dele, envelhecimento, bullying, preconceitos, aceitação. O segundo episódio, que vai ao ar nessa quinta-feira (13), mostrará cinco histórias de salão sobre a descoberta de um grande amor. As personagens falam sobre o que sentem e o que fazem quando se apaixonam e revelam as surpresas que já tiveram em seus primeiros encontros. Promete! Sem falar que a abertura, com desenhos retrô e trilha musical brega, é bem bacaninha.