Lawrence Wahba, mergulhador e cinegrafista
brasileiro conhecido mundialmente, não poderia ter escolhido outro animal
marítimo que não fossem os tubarões para o episódio de estreia de “Reino Animal
– Diários de Lawrence Wahba”, que foi ao ar nesse sábado (15), no National
Geographic Channel. Trata-se de mais um atraente trabalho de Wahba, feito para
comemorar seus 20 anos de aventuras explorando os mais diversos ambientes da
natureza e as mais curiosas espécies animais.
A série, produzida pela Bossa Nova Filmes, terá dez
episódios e nesse primeiro, “Eu e Os Tubarões”, o cinegrafista mergulha em
águas da África do Sul, Nova Zelândia e Ilhas de Guadalupe. Seu intento é
desfazer a má fama dos tubarões, considerados os maiores predadores dos mares e
oceanos. Ao fazer um verdadeiro safari submarino, ele se depara com tubarões
mangonas cercados por peixes minúsculos que comem restos de alimentos
acumulados nos seus enormes dentes. “É bom para os dois”, elogia Wahba.
Na busca por tubarões tigres, considerados os mais
perigosos e que atingem mais de 4 metros de comprimento, o documentarista faz
uma crítica ao uso de redes de proteção colocadas no fundo do mar, delimitando
até onde os animais podem nadar, que acabam causando a morte de outros bichos,
como golfinhos e tartarugas. E mostra uma área para turistas mergulharem junto
a tubarões. “Eles estão ajudando a desmistificar a fama de assassinos desses
tubarões. O registro de ataques por tigres são raros, e eles estão quase ameaçados
de extinção”, afirma ele, que já mergulhou com
mais de 40 espécies desses peixes.
Mas o ponto alto do programa acontece quando Wahba
se vê diante da oportunidade de enfrentar o desafio de filmar um tubarão branco,
ficando fora da gaiola de proteção geralmente usada por cinegrafistas no fundo
do mar. “Eu me preparei mais de dez anos para esse momento”, conta ele.
Nesse momento, o programa faz uma retrospectiva na
trajetória de Wahba, desde quando ele era professor de mergulho, e são exibidas
as primeiras imagens filmadas por ele em suas aventuras aquáticas. E ao ficar diante de
um tubarão branco de mais de 4 metros, fora da gaiola, a emoção é quase
indescritível. “Nadar ao lado do maior predador dos mares é um privilégio para
poucos. Mais que a realização de um sonho, esse mergulho é a prova de que os
grandes brancos não são monstros assassinos, e sim criaturas sobre as quais
ainda temos muita coisa que aprender”, afirmou Wahba.