Essa não é a primeira vez
que Nina é alvo de pontaria daqueles que estão antenados com todas as novidades
tecnológicas do mercado. E nem precisa estar tão antenado assim. Sim, porque
desde que a novela estreou, em março, já começaram a circular na internet os
conselhos para que a jovem vingativa usasse seu celular para fotografar ou
gravar uma conversa da ex-madrasta com o amante, Max (Marcello Novaes). Apesar
das críticas feitas na época, só três meses depois, em junho, o autor criou a
cena em que Nina finalmente clicou os adúlteros. Mesmo assim, usando uma máquina
fotográfica que nem digital era, do tempo do filme de rolo. As provas foram
impressas em papel. E o desenrolar continua rendendo repercussão até agora.
É verdade que os
telespectadores já estão cansados do vai-e-vem de acontecimentos que se
repetem, com a vantagem oscilando ora a favor de Nina ora a favor de Carminha.
Parece uma partida de futebol que no segundo tempo não está conseguindo manter
a mesma empolgação despertada na torcida nos primeiros 45 minutos. Prorrogar o
tempo de jogo talvez não tenha sido uma boa ideia. Mas nessa decisão quem apita
não é apenas o autor, e sim também quem realmente tem interesse nas “luvas” que uma novela de
sucesso rende.
Talvez João Emanuel tenha
escolhido como sua melhor tática a de manter a linha que adotou inicialmente
para conduzir sua história. Não dá para não valorizar que o autor continua
usando a ficção para incentivar a leitura de livros. A conselho da própria
Nina, Tufão (Murilo Benício), apareceu lendo “A Metamorfose”, de Franz Kafka, e
“Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. E até Mãe Lucinda (Vera Holtz) já leu
“Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Caroll, para as crianças do lixão. E
não foi em e-books no iPad. Enquanto isso, João Emanuel deve estar rindo das “cutucadas” que vai levando na
mídia.