quinta-feira, 20 de setembro de 2012

“Avenida Brasil”: Nina é alvo de campanha na internet e comentários cobrando do autor atualização em assuntos de tecnologia só ajudam a divulgar ainda mais a novela

Os avanços tecnológicos do século XXI, quem diria, estão sendo os maiores inimigos das arqui-inimigas de “Avenida Brasil”, Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves) e, ao mesmo tempo, tornaram-se os maiores aliados do autor da novela das nove da Globo, João Emanuel Carneiro. A prova maior está acontecendo agora, quando as redes sociais na internet, como Facebook, estão tomadas por uma campanha de doação de um pen drive para Nina. No Twitter, desde terça-feira (18) esse é o assunto mais comentado entre seus seguidores. Ou seja, João Emanuel deve estar curtindo muito toda essa repercussão, compartilhando a máxima “Falem mal, mas falem de mim”, e deletando comentários sobre sua suposta “falta de informação na Era Digital” ao fazer Nina usar métodos ultrapassados para se armar de provas contra Carminha. 

Essa não é a primeira vez que Nina é alvo de pontaria daqueles que estão antenados com todas as novidades tecnológicas do mercado. E nem precisa estar tão antenado assim. Sim, porque desde que a novela estreou, em março, já começaram a circular na internet os conselhos para que a jovem vingativa usasse seu celular para fotografar ou gravar uma conversa da ex-madrasta com o amante, Max (Marcello Novaes). Apesar das críticas feitas na época, só três meses depois, em junho, o autor criou a cena em que Nina finalmente clicou os adúlteros. Mesmo assim, usando uma máquina fotográfica que nem digital era, do tempo do filme de rolo. As provas foram impressas em papel. E o desenrolar continua rendendo repercussão até agora.

É verdade que os telespectadores já estão cansados do vai-e-vem de acontecimentos que se repetem, com a vantagem oscilando ora a favor de Nina ora a favor de Carminha. Parece uma partida de futebol que no segundo tempo não está conseguindo manter a mesma empolgação despertada na torcida nos primeiros 45 minutos. Prorrogar o tempo de jogo talvez não tenha sido uma boa ideia. Mas nessa decisão quem apita não é apenas o autor, e sim também quem realmente tem interesse nas “luvas” que uma novela de sucesso rende.

Talvez João Emanuel tenha escolhido como sua melhor tática a de manter a linha que adotou inicialmente para conduzir sua história. Não dá para não valorizar que o autor continua usando a ficção para incentivar a leitura de livros. A conselho da própria Nina, Tufão (Murilo Benício), apareceu lendo “A Metamorfose”, de Franz Kafka, e “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. E até Mãe Lucinda (Vera Holtz) já leu “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Caroll, para as crianças do lixão. E não foi em e-books no iPad. Enquanto isso, João Emanuel deve estar rindo das “cutucadas” que vai levando na mídia.