Cláudia Abreu resumiu muito bem em uma frase o que
foi a novela “Cheias de Charme”, que teve seu último capítulo exibido nessa
sexta-feira (28), na Globo: “Foi uma alegria do início ao fim”, afirmou a intérprete
da Brabuleta Chayenne durante entrevista no início da tarde para o “Vídeo Show”.
Filipe Miguez e Izabel de Oliveira fizeram uma estreia surpreendente como
autores principais de uma novela, com um texto primoroso, recheado de novas
expressões, situações inusitadas e personagens com inúmeras possibilidades de seus
intérpretes alçarem voos mais altos. Sem falar na direção sensível de Denise Saraceni.
Coragem de ousar e correr risco não faltou a Cláudia,
que chegou até a virar mulher gorila e cantar com voz de pato após tomar o
famigerado chá de ferragoela. Ricardo Tozzi se superou ao flutuar entre o
tímido e traumatizado Inácio e o cabotino Fabian, um cantor egocêntrico, mimado e sem noção. E as Marias vividas por Leandra Leal, Taís
Araújo e Isabelle conseguiram juntas fazer das Empreguetes uma espécie de
Frenéticas dos novos tempos. Individualmente, Penha e Rosário se destacaram bem mais do que Cida. Os demais personagens também tiveram seus momentos
de destaque. Nenhum deles ficou na sombra do outro.
Mas o ponto alto do último capítulo foi mesmo o
encerramento no qual apareceram todos os envolvidos nesse trabalho, desde cinegrafistas,
produtores, figurinistas, maquiadores, camareiras, diretores, autores e demais
integrantes da equipe técnica. É verdade que outras novelas já mostraram os
profissionais que ficam por trás das câmeras reunidos em uma grande festa ou em
uma única cena, tipo posando para uma foto coletiva na qual não se podia
distinguir direito o rosto de cada um. Nem havia tempo para isso. Nessa, eles
foram valorizados e ganharam mais tempo e destaque na tela.
Em termos de desfecho, o penúltimo capítulo, exibido
nessa quinta-feira (27), foi bem mais impactante, com a revelação do segredo de
Inácio, a humilhação de Sarmento (Tato Gabus Mendes) na cadeia diante de Cida e
da mulher, Sônia (Alexandra Richter), a volta das Empreguetes aos palcos e até
o romântico pedido de casamento que Rodinei (Jayme Matarazzo) fez a Liara
(Tainá Muller) usando sua arte do grafite.
Para o final mesmo, ficou o clima de festa. Mas, sem
dúvida, Filipe e Izabel apenas vêm reafirmar que uma nova geração de autores
está tendo sua chance de dar uma arejada, mesmo não abrindo mão de conceitos e
fórmulas essenciais na construção de um folhetim. É o que se vê também em “Lado
a Lado”, novela de época das seis que ganhou uma roupagem totalmente atualizada
no texto dos também estreantes Claudia Lage e João Ximenes Braga.
Sem esquecer
que João Emanuel Carneiro, que hoje colhe os louros com o sucesso de “Avenida
Brasil” também fez sucesso quando estreou como autor absoluto em “Da Cor do
Pecado”, atualmente sendo reprisada no “Vale a Pena Ver de Novo”. Que outros novos
autores também tenham sua chance de inovar e renovar com qualidade a nossa
teledramaturgia.
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