Em segundo lugar ficaram Cláudia Ohana e Patrick Carvalho, que, diga-se
de passagem, não precisa nem ser júri técnico nem artístico para perceber que
dançaram muito melhor nas duas categorias: tango e samba. Tanto que a diferença
foi mínima: 0,2 ponto para os vencedores, que levaram um carro zero quilômetro
cada um.
Além de Sheron, também estavam no júri Maria Pia Finocchio, Fernanda
Chamma, Renato Vieira, Ana Botafogo, Ivete Sangalo, Arthur Xexéo, Miguel
Roncato, Rometo Britto e JC Violla.
Curiosamente, todos criticaram Rodrigo e Raquel ao apresentarem uma
coreografia simples e, segundo os técnicos, “muito fácil” no ritmo tango. Mas
elevaram suas notas quando a dupla dançou samba, elogiando a alegria com que
voltaram ao palco após as críticas. Isso é critério? Na hora de julgar Cláudia
e Patrick no mesmo ritmo, JC Violla deu nota menor, mesmo reconhecendo que a
dupla não teve falhas.
Mas o mais estranho mesmo foi Fausto Silva anunciar, enquanto os
vencedores comemoravam o resultado, uma decisão inédita da direção do programa
e do quadro de propor que no próximo domingo os quatro voltem, dessa vez com
parceiros trocados: Cláudia dançando com Rodrigo e Raquel com Patrick.
Seria uma tentativa de, de alguma forma, recompensar a atriz, que
claramente merecia ter levado o título de campeã, e assim aliviar o peso na
consciência por terem influenciado a vitória de um casal que estava dando ibope
ao quadro ao alimentar notinhas em colunas de fofocas de celebridades com seu
“suposto namoro”?
Se o que pesa não é apenas se esforçar nas aulas e se entregar nas
apresentações ao vivo, mas também criar factóides que alimentem a audiência do
programa, o agradecimento feito por Maria Pia Finocchio a Faustão por ele estar
valorizando a dança perde o sentido.Esse resultado mostrou que o quadro deixou
de ser uma competição em que não basta ser o melhor na dança, tem também que ser
o mais esperto ao autopromover a imagem na mídia e angariar pontos no Ibope.