domingo, 9 de setembro de 2012

“Amor Eterno Amor”: Cuidado com produção de arte e excelentes interpretações de Cássia Kiss e Osmar Prado garantiram um excelente resultado em que a briga do bem contra o mal foi a tônica da novela das seis




A despeito de temas envolvendo religião, fé, parapsicologia e crenças em geral, “Amor Eterno Amor”, novela das seis da Globo, teve um último capítulo, exibido na sexta-feira (7), um feriado, e reprisado no sábado (8) com um trabalho de direção de arte e atuação do elenco tão caprichados quanto o que foi mostrado no capítulo de estreia, em 5 de março deste ano. Não faltaram ali os elementos primordiais no desfecho de qualquer folhetim, seja lá que gênero siga, como o bem vencendo o mal, o amor coroado por cenas de casamentos felizes e crianças nascendo com a missão de terem vindo ao mundo para ajudarem num futuro melhor.

Não há como não reconhecer que Cássia Kiss e Osmar Prado foram os maiores responsáveis pelos melhores e inesquecíveis momentos de interpretação na pele da “Dona Milissa” e do “Seu Virgílio”. Foram eles também responsáveis pela cena mais estética e plasticamente bem produzida desse final em que os dois vilões literalmente mergulham na lama, purgando seus pecados. Foi uma visão inovadora do inferno que lembrou muito grandes produções do diretor Luiz Fernando Carvalho.

No mais, aconteceram os tradicionais finais emocionantes, como o da cena em que Priscila (Laila Zaid), visita o pai biológico Dima (Luís Mello) na cadeia, e o meio-irmão Fernando (Carmo Della Vecchia) no hospício. Cenas fortes e sensivelmente bem tratadas. Assim como foram as previsíveis cenas do final feliz de Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) e Miriam (Letícia Persiles).  A surpresa ficou por conta de o espírito de Verbena (Ana Lúcia Torres) ter reencarnado na filha do casal.

Lamentável apenas o deslize da direção na cena em que Gracinha (Daniela Fontan) diz estar realizando o sonho de se casar com Pedro Fonseca (André Gonçalves) na praia de Copacabana e a cena foi nitidamente gravada na praia do Leme, com direito até a se ver o Caminho dos Pescadores ao fundo. Não precisava esse tipo de tentativa de enganar o público, principalmente referindo-se a uma praia conhecida mundialmente.

Há mais de seis meses no ar, é bem verdade houve períodos em que a novela se arrastou e nada de novo acontecia. A história ficou focada demais na obstinação de Rodrigo em buscar a verdadeira história de seu passado e as tramas paralelas acabaram ficando em segundo, ou até em terceiro plano. Mas a excelente interpretação da maioria do elenco garantiu que o marasmo de muitas cenas não se sobressaísse. É preciso destacar também os trabalhos de arte, de pesquisa, de produção e de direção, que fizeram toda a diferença. Foi um trabalho verdadeiramente de equipe.