segunda-feira, 21 de novembro de 2011

“Skins”: Adolescentes de primeiro mundo que se comportam, ou são mostrados, de uma forma de quinta categoria


“Skins”, estreia desse domingo (20) no Multishow, poderia ser apenas mais uma série teen, não fosse uma trama tentando ser polêmica ao flertar com a promiscuidade. O programa parece ter sido criado apenas para gerar controvérsias ao tentar generalizar um cotidiano de adolescentes ingleses medíocres, como se todos vivessem realmente mergulhados no submundo das drogas e do sexo. Infelizmente essa pode ser uma realidade que atinge altos índices, no caso, na Inglaterra, mas é perigoso generalizar. Principalmente porque mostrar aos jovens o bom em clima careta e didático perde totalmente o valor após ter mostrado o mau em clima de festa.

“Skins” conta a história de um grupo de amigos, Tony, Sid, Effy, Michelle, Chris, Cassie, Jal, Anwar e Maxxie, que tem entre 16 e 18 anos e moram em Bristol. Cada um com uma personalidade e uma história de vida conturbada. Como Anwar, um muçulmano que vive sob os costumes da sua cultura e religião, até ter que encarar um obstáculo recorrente em sua relação com o melhor amigo, Maxxie, que é homossexual assumido. E Cassie, uma adolescente que sofre de distúrbios alimentares.

O que foi a cena no episódio de estreia da garota na cama elástica pedindo para transar logo com o amigo, pois os comprimidos que tinha tomado antes já estavam fazendo efeito? E a festa inteira se dispersando para não se envolver na overdose da outra? Sem querer ser moralista, mas uma série que já começa com enfoque em uma festinha com cenas de consumo de drogas, orgias e overdose, e cenas de nu gratuitos sem justificativa para tal, tratando tudo como se fosse uma grande piada contestatória de algo que nem eles sabem exatamente o que é, não me parece ser um programa que tenha um pouco de conteúdo a oferecer. Até a possibilidade de polêmica se esvazia no nada.

Um ponto que pode ser considerado favorável é a trilha sonora, que tem entre outros Radiohead. E fica por aí... Pouco, né? No mais, é tudo muito vulgar e apelativo. Mas lá fora faz sucesso...