“Skins”,
estreia desse domingo (20) no Multishow, poderia ser apenas mais uma série
teen, não fosse uma trama tentando ser polêmica ao flertar com a promiscuidade.
O programa parece ter sido criado apenas para gerar controvérsias ao tentar
generalizar um cotidiano de adolescentes ingleses medíocres, como se todos
vivessem realmente mergulhados no submundo das drogas e do sexo. Infelizmente
essa pode ser uma realidade que atinge altos índices, no caso, na Inglaterra,
mas é perigoso generalizar. Principalmente porque mostrar aos jovens o bom em
clima careta e didático perde totalmente o valor após ter mostrado o mau em
clima de festa.
“Skins”
conta a história de um grupo de amigos, Tony, Sid, Effy, Michelle, Chris,
Cassie, Jal, Anwar e Maxxie, que tem entre 16 e 18 anos e moram em Bristol.
Cada um com uma personalidade e uma história de vida conturbada. Como Anwar, um
muçulmano que vive sob os costumes da sua cultura e religião, até ter que
encarar um obstáculo recorrente em sua relação com o melhor amigo, Maxxie, que
é homossexual assumido. E Cassie, uma adolescente que sofre de distúrbios
alimentares.
O que foi
a cena no episódio de estreia da garota na cama elástica pedindo para transar
logo com o amigo, pois os comprimidos que tinha tomado antes já estavam fazendo
efeito? E a festa inteira se dispersando para não se envolver na overdose da
outra? Sem querer ser moralista, mas uma série que já começa com enfoque em uma
festinha com cenas de consumo de drogas, orgias e overdose, e cenas de nu
gratuitos sem justificativa para tal, tratando tudo como se fosse uma grande
piada contestatória de algo que nem eles sabem exatamente o que é, não me
parece ser um programa que tenha um pouco de conteúdo a oferecer. Até a
possibilidade de polêmica se esvazia no nada.
Um ponto
que pode ser considerado favorável é a trilha sonora, que tem entre outros
Radiohead. E fica por aí... Pouco, né? No mais, é tudo muito vulgar e
apelativo. Mas lá fora faz sucesso...