Depois das reprises das minisséries “Anos Rebeldes”
e “Anos Dourados” e da novela “Vale Tudo”, foi gratificante ver Gilberto Braga
ganhar mais um repeteco no canal Viva. “Labirinto”, sua primeira incursão em
uma trama policial, começou a ser exibida nessa segunda-feira (07), desta vez
com os 20 capítulos na íntegra. A minissérie, de 1998, havia sido relembrada
pelo canal Multishow em 2005, mas de forma editada, na versão internacional de
15 capítulos, em homenagem aos 40 anos da Globo.
É uma delícia rever, 13 anos depois, Gilberto
ousando no gênero tendo como protagonistas Fábio Assunção e Malu Mader, ambos
no auge de suas boas formas. A atriz, intérprete da prostituta Paula Lee, até
dispensou dublês para fazer a cena em que aparece nua na banheira no primeiro
capítulo. Uma cena que durou apenas 10 segundos e causou alvoroço na época. E o
ator, no papel de André, também causou ciumeiras por estar com um visual que se
assemelhava a Brad Pitt. Apenas inveja da oposição!
Curioso rever Alice Borges e Luciano Szafir
protagonizando cenas de amassos e beijos em um dos primeiros trabalhos de
importância de ambos na TV. Marcelo Serrado, hoje roubando todas as cenas de
“Fina Estampa”, lá ainda não passava de um coadjuvante cumprindo bem a lição de
casa. Precisou ir para a Record e ganhar o posto de protagonista para se
auto-afirmar como ator de primeira linha.
É gratificante lembrar ainda que Isabela Garcia já
fez brilhantemente uma personagem rica e perua, como foi o caso da Ioiô. Nem
sempre o problema de um personagem não acontecer é o artista, às vezes é a
falta de oportunidade para ele mostrar seu talento. Mas Isabela se supera tanto
fazendo a fina quanto a suburbana.
Para quem não assistiu antes, “Labirinto” é mais uma
daquelas histórias que traz o “Quem matou”, mas de uma forma mais policial e
menos dramalhão. O milionário Otacílio Martins Fraga, em mais uma irretocável interpretação
de Paulo José, é assassinado na festa de réveillon em sua cobertura em
Copacabana, e o suposto assassino, Ricardo Velasco (Antonio Fagundes) amante da
mulher do morto, Leonor (Betty Faria) faz com que a culpa recaia sobre o jovem
André, amigo de infância de Otacílio Jr. (Marcelo Serrado), um dos filhos do
milionário. André foge e inicia uma luta para provar sua inocência. Enquanto
isso, divide-se entre duas mulheres: a prostituta Paula Lee e Virgínia (Luana
Piovani), noiva de Júnior, que se apaixona por ele.
Não há como não lembrar também que a música “Não
Enche", de Caetano Veloso, usada em “Labirinto”, também esteve na trilha
sonora de “Paraíso Tropical”, em 2007, outra trama de Gilberto Braga,
como tema de Bebel (Camila Pitanga), uma outra garota de programa tal qual
Paula Lee. No andar da carruagem, é prova de que os labirintos acabam
sempre desembocando em um ponto em comum...