quinta-feira, 10 de novembro de 2011

“Last Man Standing”: Uma comédia trivial com a mesma claquete irritante de sempre


Quando estreou nos Estados Unidos, em outubro, “Last Man Standing”, criada por Jack Burditt, produtor de “Frasier” e de “30 Rock”, surpreendeu ao atingir altos índices de audiência. Muito por conta do grande número de fãs do protagonista, Tim Allen, que estrelou séries de sucesso nos anos 90 e depois passou a se dedicar ao cinema. Já por aqui acho que a serie que começou a ser exibida na terça-feira (08), no canal LIV, não causará surpresas. Não apenas pelo “retorno” do ator.


Em "Last Man Standing" tudo gira em torno do fotógrafo e diretor de marketing de uma loja, responsável pelos catálogos de vendas de artigos de caça e pesca. Como não é, digamos assim, um sujeito muito bem sucedido e sua mulher recém promovida precisa se dedicar mais ao trabalho, ele se vê obrigado a passar mais tempo em casa monitorando as três filhas do casal: uma adolescente mãe solteira, que não deseja a ajuda dos homens para viver sua vida; uma jovem desmiolada que só pensa na aparência e uma pré-adolescente que ainda não sabe como lidar com a puberdade.

Uma espécie de papai-faz-tudo, Mike (Allen) faria uma boa dupla com Marcos, personagem de Ângelo Antônio em “A Vida da Gente”, que também cuida das tarefas domésticas e dos filhos enquanto a mulher se responsabiliza pelo sustento da família. E ouve dela frases contudentes ao criticar a relação dele com as filhas: “Por que dar conselhos? Cuide do que sabe fazer: enxotar guaxinim no quintal!”. Mas, em se tratando de uma comédia, Mike está mais para o babaca Willie (Max Wright), do seriado “Alf, o ETeimoso”. Engole todos os sapos com um sorriso humilhante nos lábios e se sente conformado ao receber um afago.

Tirando a trivialidade de tudo, o que mais incomoda é o som excessivamente alto de risadas o tempo todo. Quando os americanos vão perceber que usar claquete é um recurso pobre, irritante e que apenas subestima a inteligência do público? Um bom programa de humor não precisa avisar que está na hora de rir, certo?