Tão
instigante quanto nas duas temporadas anteriores, “Força Tarefa” voltou ao ar
nessa quinta-feira (3), na Globo, trazendo um elemento a mais além da ação: o
aspecto emocional de seu protagonista, Wilson, agora promovido a Capitão, em
uma irretocável interpretação de Murilo Benício.
O
episódio começa mostrando Wilson em uma sessão de terapia. O motivo de sua
perturbação é explicado: sente-se culpado pela morte de seus colegas de
corregedoria durante uma ação na qual ele estava à frente. Para piorar, sofre
dois atentados pouco antes de ser promovido a Capitão. Fugindo do estereótipo
de herói perfeito, Wilson mostra sua fragilidade, bebe até cair nos bares e
ainda enfrenta uma crise no seu casamento com Jaqueline (Fabíula Nascimento),
com quem tem um filho, Bruno Felipe (Gabriel Palhares), de 3 anos.
Visivelmente
mais calvo e com aparência de mais velho, caracterização estimulada pelo
próprio ator, Murilo faz lembrar Bruce Willis em “Duro de Matar” nas cenas de
ação. E tem seu momento “Sexto Sentido”, também protagonizado por Willis,
quando conversa com o fantasma do ex-colega e amigo Jonas (Rogério Trindade),
que aparece para relembrar a morte dos parceiros da corregedoria.
É notável
a sintonia entre a direção geral de José Alvarenga Jr. e o roteiro final de
Fernando Bonassi e Marçal de Aquino. Mas sem dúvida a linguagem visual é a
grande responsável pela qualidade cinematográfica que o programa ganha na
televisão. A luz e a fotografia reforçam a atmosfera policial investigativa e
intimista. Era de se esperar, já que o responsável é o renomado diretor Lula
Carvalho, que também fez a fotografia dos filmes “Tropa de Elite” 1 e 2.
Com a
morte de antigos personagens, a temporada atual ganha um elenco renovado. O que
foi um ponto positivo, até porque trouxe para a TV atores vindos do cinema:
Eucir de Souza (tenente Demétrio), Sérgio Cavalcante (perito Léo) e Naruna
Costa (sargento Lidiane). Felizmente continua em cena o talentoso Milton
Gonçalves fazendo o coronel Caetano.
Ao se
encerrar com um “Finaliza no próximo episódio”, ficou o jogo de palpites sobre
quem planejou os atentados contra Wilson e quem mandou matar seus parceiros da
corregedoria. E ainda a interrogação sobre o desaparecimento de Jaqueline. Zé
Alvarenga conseguiu o que queria: provocar o lado detetive dos telespectadores.
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