sexta-feira, 4 de novembro de 2011

“Amor e Sexo”: Programa bem que poderia ser não apenas metido a engraçadinho, mas também útil e educativo se a apresentadora olhasse menos para o próprio umbigo

Por que será que a cada chamada do próximo break de “Amor e Sexo”, na Globo, tenho a sensação de que vou ouvir Fernanda Lima dizer “Fica comigo”, como fazia no programa que apresentou na MTV de 2000 a 2003? Na quarta temporada do programa, que estreou nessa quinta-feira (3), a única novidade foi a viagem feita pela apresentadora ao Japão, onde desfilou pelas ruas como uma gueixa ocidental deslocada.

Nem tão novidade assim, já que há uma semana o “Mais Você” mostrou uma série de reportagens ótimas em Kyoto e Tóquio, assim como fez o “Jornal Hoje” essa semana, com Roberto Kovalick mostrando “os sabores” do país. Bem mais interessantes. Mas está ficando estranho tantos programas, de repente, focados no Japão...

Fernanda continua com a mesma postura da apresentadora que tenta conquistar o público pelo sexy appel. Não importa o gênero do programa. Já era assim desde quando estreou em canal aberto na recém lançada Rede TV”, em 1999, apresentando o programa de clipes “Interligado”. No ano seguinte foi para a MTV, onde fez o “Fica Comigo”, em que esbanjava caras e bocas enquanto promovia o encontro de pessoas anônimas em busca do par perfeito.

A sensação que se tem é de que Fernanda usa o palco apenas para desfilar sua boa forma. Não é à toa que seu figurino é composto sempre por peças curtas, justas e que valorizem sua silhueta. A banda comandada por Léo Jaime também poderia ter um papel que justificasse sua presença, como tocando temas que tivessem a ver com o assunto da noite. Mas parece estar ali apenas para embalar as saídas e entradas rebolativas de Fernanda em cena.  

Já que pode contar com celebridades em sua atração, como foi o caso da estreia, com Alexandre Borges e Júlia Lemmertz e Marcelo Novaes e Letícia Spiller, poderia aproveitar essa oportunidade para tratar “Amor e Sexo” não só como uma brincadeira na qual ela é a estrela central, mas como uma atração com temática que merece ser tratada e explorada de forma educativa e séria. Afinal, Júlia e Alexandre ainda estão casados, até se prove o contrário, e Letícia e Marcelo estão separados há anos.

Renderia uma boa discussão sobre os dois casos. Com certeza a sexóloga Laura Muller, do "Altas Horas", saberia tirar melhor proveito da ocasião, sem ficar olhando para o próprio umbigo. Mas Laura é especialista no assunto e, pelo jeito, o objetivo do programa, dirigido por Ricardo Waddington, não é prestar algum tipo de serviço. O objetivo parece ser apenas acender os holofotes sobre Fernanda Lima.