Por que
será que a cada chamada do próximo break de “Amor e Sexo”, na Globo, tenho a
sensação de que vou ouvir Fernanda Lima dizer “Fica comigo”, como fazia no
programa que apresentou na MTV de 2000 a 2003? Na quarta temporada do programa,
que estreou nessa quinta-feira (3), a única novidade foi a viagem feita pela
apresentadora ao Japão, onde desfilou pelas ruas como uma gueixa ocidental
deslocada.
Nem tão
novidade assim, já que há uma semana o “Mais Você” mostrou uma série de
reportagens ótimas em Kyoto e Tóquio, assim como fez o “Jornal Hoje” essa
semana, com Roberto Kovalick mostrando “os sabores” do país. Bem mais
interessantes. Mas está ficando estranho tantos programas, de repente, focados
no Japão...
Fernanda
continua com a mesma postura da apresentadora que tenta conquistar o público
pelo sexy appel. Não importa o gênero do programa. Já era assim desde quando
estreou em canal aberto na recém lançada Rede TV”, em 1999, apresentando o
programa de clipes “Interligado”. No ano seguinte foi para a MTV, onde fez o
“Fica Comigo”, em que esbanjava caras e bocas enquanto promovia o encontro de
pessoas anônimas em busca do par perfeito.
A
sensação que se tem é de que Fernanda usa o palco apenas para desfilar sua boa
forma. Não é à toa que seu figurino é composto sempre por peças curtas, justas
e que valorizem sua silhueta. A banda comandada por Léo Jaime também poderia
ter um papel que justificasse sua presença, como tocando temas que tivessem a
ver com o assunto da noite. Mas parece estar ali apenas para embalar as saídas
e entradas rebolativas de Fernanda em cena.
Já que
pode contar com celebridades em sua atração, como foi o caso da estreia, com
Alexandre Borges e Júlia Lemmertz e Marcelo Novaes e Letícia Spiller, poderia
aproveitar essa oportunidade para tratar “Amor e Sexo” não só como uma
brincadeira na qual ela é a estrela central, mas como uma atração com temática
que merece ser tratada e explorada de forma educativa e séria. Afinal, Júlia e
Alexandre ainda estão casados, até se prove o contrário, e Letícia e Marcelo estão
separados há anos.
Renderia
uma boa discussão sobre os dois casos. Com certeza a sexóloga Laura Muller, do
"Altas Horas", saberia tirar melhor proveito da ocasião, sem ficar
olhando para o próprio umbigo. Mas Laura é especialista no assunto e, pelo jeito,
o objetivo do programa, dirigido por Ricardo Waddington, não é prestar algum
tipo de serviço. O objetivo parece ser apenas acender os holofotes sobre
Fernanda Lima.