quinta-feira, 17 de novembro de 2011

“The Secret Circle”: Primeiros episódios mostram que nova série não passa de um arremedo de "Harry Potter", com poderes, elenco, roteiro e efeitos bem fracos




Se aqueles seduzidos por mistérios, bruxarias e efeitos especiais esperavam que “The Secret Circle” os levassem a um mergulho em mais um mundo de fantasia no melhor estilo “Harry Potter”, devem ter se decepcionado. O ponto em comum entre a série, que acaba de estrear no canal Warner nas noites de quarta-feira, e a saga do menino-bruxo mostrada no cinema é também ter sido inspirada em um hit da literatura adolescente. A atração televisiva é baseada nos livros de L.J. Smith “The Vampire Diaries”, mesmo sem ter nenhum vampiro. Já a produção é de Kevin Williamson, o mesmo de “Dawson’s Creek”.

A trama central também não tem um bruxo, mas sim uma bruxa como protagonista. Mas, apesar de pequenas semelhanças, ela está longe de ser a versão feminina de Portter. É a história de Cassie Blake (Britt Robertson), uma tímida garota da cidade fictícia de Chance Harbor, na Califórnia, que depois de perder a mãe em um trágico acidente decide se mudar para Chance Harbor, em Washington, para cuidar da avó que está doente. Na escola da cidade, alguns de seus novos colegas revelam que são descendentes de bruxas e que estavam esperando por ela para completar o Círculo Secreto.

A rapidez com que tudo se resolve tira a oportunidade de se criar um suspense que poderia ser melhor explorado pela série. Na casa da avó, Cassie encontra um “livro da família”, no qual descobre que possui poderes, até então mantidos em segredo para ela. Na mesma hora resolve colocar a revelação à prova, sozinha em seu quarto à noite. E, ao ordenar a uma vela apagada que se faça a luz, o quarto inteiro se ilumina. Já no dia seguinte, fica apavorada ao perceber que seus poderes podem se manifestar de forma involuntária. Logo passa a tentar lidar com eles e controlá-los. E começa a ter a ajuda de Adam (Thomas Dekker), também bruxo e namorado da líder do circulo de bruxas da cidade.

Espera-se que, passados os dois episódio introdutórios, a história ganhe um ritmo menos de varinha de condão e seja preparada melhor na temperatura de caldeirão, com mais temperos e um tempo de cozimento que faça despertar a curiosidade pelo que vem pela frente. Ou que haja cartas na manga para não deixar a história se esgotar quando Cassie descobrir que a morte de sua mãe está relacionada ao grupo de jovens bruxas do qual faz parte. Tendo como alvo o público jovem, que aprendeu a ser exigente com produções como “Harry Potter” e “Crepúsculo”, é preciso maior cuidado não só com os efeitos, mas também com roteiro, narrativa... Ou o feitiço pode virar contra o feiticeiro.