Se
aqueles seduzidos por mistérios, bruxarias e efeitos especiais esperavam que
“The Secret Circle” os levassem a um mergulho em mais um mundo de fantasia no
melhor estilo “Harry Potter”, devem ter se decepcionado. O ponto em comum entre
a série, que acaba de estrear no canal Warner nas noites de quarta-feira, e a
saga do menino-bruxo mostrada no cinema é também ter sido inspirada em um hit
da literatura adolescente. A atração televisiva é baseada nos livros de L.J.
Smith “The Vampire Diaries”, mesmo sem ter nenhum vampiro. Já a produção é de
Kevin Williamson, o mesmo de “Dawson’s Creek”.
A trama
central também não tem um bruxo, mas sim uma bruxa como protagonista. Mas,
apesar de pequenas semelhanças, ela está longe de ser a versão feminina de
Portter. É a história de Cassie Blake (Britt Robertson), uma tímida garota da
cidade fictícia de Chance Harbor, na Califórnia, que depois de perder a mãe em
um trágico acidente decide se mudar para Chance Harbor, em Washington, para
cuidar da avó que está doente. Na escola da cidade, alguns de seus novos
colegas revelam que são descendentes de bruxas e que estavam esperando por ela
para completar o Círculo Secreto.
A rapidez
com que tudo se resolve tira a oportunidade de se criar um suspense que poderia
ser melhor explorado pela série. Na casa da avó, Cassie encontra um “livro da
família”, no qual descobre que possui poderes, até então mantidos em segredo
para ela. Na mesma hora resolve colocar a revelação à prova, sozinha em seu
quarto à noite. E, ao ordenar a uma vela apagada que se faça a luz, o quarto
inteiro se ilumina. Já no dia seguinte, fica apavorada ao perceber que seus
poderes podem se manifestar de forma involuntária. Logo passa a tentar lidar
com eles e controlá-los. E começa a ter a ajuda de Adam (Thomas Dekker), também
bruxo e namorado da líder do circulo de bruxas da cidade.
Espera-se
que, passados os dois episódio introdutórios, a história ganhe um ritmo menos
de varinha de condão e seja preparada melhor na temperatura de caldeirão, com
mais temperos e um tempo de cozimento que faça despertar a curiosidade pelo que
vem pela frente. Ou que haja cartas na manga para não deixar a história se
esgotar quando Cassie descobrir que a morte de sua mãe está relacionada ao
grupo de jovens bruxas do qual faz parte. Tendo como alvo o público jovem, que
aprendeu a ser exigente com produções como “Harry Potter” e “Crepúsculo”, é
preciso maior cuidado não só com os efeitos, mas também com roteiro,
narrativa... Ou o feitiço pode virar contra o feiticeiro.