Se na primeira noite da fase de Shows Ao Vivo do “X
Factor Brasil”, na Band, a expectativa era em torno das apresentações sem os
cortes das edições dos programas gravados, nessa quarta-feira (26) o foco se
voltou para as alfinetadas entre os jurados. Em especial entre o produtor
musical Rick Bonadio e o ex-vocalista do Titãs Paulo Miklos e Di Ferrero,
vocalista do NX Zero. Enquanto a cantora Alinne Rosa fez o meio de campo, assumindo
o posto de apaziguadora. O maior instigador das saias justa foi Rick, que não
foi nada sutil ao tentar diminuir os candidatos das equipes treinadas pelos
outros dois jurados.
Entre muitas diretas e indiretas, o ponto alto das
desavenças foi quando Rick chamou de desastrosa a performance do TropeirÁfrica,
formado por angolanos e brasileiros, e Miklos, mentor do grupo, rebateu: “Desastre
é a dívida que a gente tem com a África por conta da escravidão no Brasil”. O
produtor voltou ao assunto ao avaliar a apresentação de Diego, do time de Di
Ferrero: “Eu não estou aqui para julgar a História do Brasil, nem a opção
sexual, nem as diferenças das pessoas. Aqui não é um show de calouros”,
disparou Rick. O comentário soou tão desnecessário, deselegante e fora de
contexto que até a plateia ensaiou um começo de vaia para o jurado.
E ele voltou a provocar quando ao anunciar Prih, na
hora da repescagem, disse: “Vou chamar uma cantora que canta bem e tem voz. O
Brasil precisa entender que a qualidade tem que subir”, desmerecendo mais uma
vez o TropeirÁfrica e Diego, que tinham acabado de se apresentar. Rick nem
parece um produtor experiente, deveria se tocar de que sua postura prejudicaria
sua própria candidata já que estava despertando a antipatia do público, que é
quem decide o artista que permanece na competição. Não deu outra, Prih foi
eliminada. E o salvo da noite foi Diego, dando a deixa para Di Ferrero cutucar
o outro jurado: “X Factor não é só cantar, é performance, é atitude, é alegria,
é muito mais!”.
Apesar de Rick Bonadio ter afirmado que não estão em um show de calouros, essas briguinhas entre jurados não é nenhuma inovação na televisão. É um tipo de artifício antigo para ter audiência que ficou conhecido nos anos 70 justamente em concursos populares como “Buzina do Chacrinha”, “Clube do Bolinha” e o “Show de Calouros”, comandado por Silvio Santos. As novas gerações, se nunca ouviram falar, deveriam pesquisar sobre jurados mal-humorados como o sisudo maestro José Fernandes, a rabugenta Aracy de Almeida e o histriônico Pedro de Lara. E a máxima do Velho Guerreiro continua valendo: na TV nada se cria, tudo se copia. Ou alguém acredita que essas “briguinhas” não fazem parte do show para tentar fazer a audiência subir?
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