sexta-feira, 28 de outubro de 2016

“X Factor Brasil”: Jurados trocam farpas e comentários de Rick Bonadio prejudicam candidata ao ganhar antipatia do público


Se na primeira noite da fase de Shows Ao Vivo do “X Factor Brasil”, na Band, a expectativa era em torno das apresentações sem os cortes das edições dos programas gravados, nessa quarta-feira (26) o foco se voltou para as alfinetadas entre os jurados. Em especial entre o produtor musical Rick Bonadio e o ex-vocalista do Titãs Paulo Miklos e Di Ferrero, vocalista do NX Zero. Enquanto a cantora Alinne Rosa fez o meio de campo, assumindo o posto de apaziguadora. O maior instigador das saias justa foi Rick, que não foi nada sutil ao tentar diminuir os candidatos das equipes treinadas pelos outros dois jurados.

Entre muitas diretas e indiretas, o ponto alto das desavenças foi quando Rick chamou de desastrosa a performance do TropeirÁfrica, formado por angolanos e brasileiros, e Miklos, mentor do grupo, rebateu: “Desastre é a dívida que a gente tem com a África por conta da escravidão no Brasil”. O produtor voltou ao assunto ao avaliar a apresentação de Diego, do time de Di Ferrero: “Eu não estou aqui para julgar a História do Brasil, nem a opção sexual, nem as diferenças das pessoas. Aqui não é um show de calouros”, disparou Rick. O comentário soou tão desnecessário, deselegante e fora de contexto que até a plateia ensaiou um começo de vaia para o jurado.

E ele voltou a provocar quando ao anunciar Prih, na hora da repescagem, disse: “Vou chamar uma cantora que canta bem e tem voz. O Brasil precisa entender que a qualidade tem que subir”, desmerecendo mais uma vez o TropeirÁfrica e Diego, que tinham acabado de se apresentar. Rick nem parece um produtor experiente, deveria se tocar de que sua postura prejudicaria sua própria candidata já que estava despertando a antipatia do público, que é quem decide o artista que permanece na competição. Não deu outra, Prih foi eliminada. E o salvo da noite foi Diego, dando a deixa para Di Ferrero cutucar o outro jurado: “X Factor não é só cantar, é performance, é atitude, é alegria, é muito mais!”.

Apesar de Rick Bonadio ter afirmado que não estão em um show de calouros, essas briguinhas entre jurados não é nenhuma inovação na televisão. É um tipo de artifício antigo para ter audiência que ficou conhecido nos anos 70 justamente em concursos populares como “Buzina do Chacrinha”, “Clube do Bolinha” e o “Show de Calouros”, comandado por Silvio Santos. As novas gerações, se nunca ouviram falar, deveriam pesquisar sobre jurados mal-humorados como o sisudo maestro José Fernandes, a rabugenta Aracy de Almeida e o histriônico Pedro de Lara. E a máxima do Velho Guerreiro continua valendo: na TV nada se cria, tudo se copia. Ou alguém acredita que essas “briguinhas” não fazem parte do show para tentar fazer a audiência subir?



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