quinta-feira, 6 de outubro de 2016

“MasterChef Profissionais”: Estreia mostra a falta de profissionalismo em muitos dos 14 participantes, tanto na postura diante dos jurados quanto na execução das provas


A estreia de “MasterChef Profissionais” nessa terça-feira (4), na Band, mostrou que os jurados Paola Carossela, Erick Jacquin e Henrique Fogaça vão ter mais trabalho na avaliação desta edição do que quando os participantes são cozinheiros amadores. Até porque entre os 14 selecionados muitos não fazem jus à classificação que consta no título do programa. Tanto pela postura, ou falta de, quanto pelo desempenho na cozinha, alguns estão bem longe de serem considerados profissionais. E tem aqueles que realmente trazem boa formação e experiência, mas se colocam em posição de defesa antes mesmo de qualquer julgamento sobre seus trabalhos.

Mas o primeiro episódio também empolgou pelas dificuldades nas provas e, de cara, três eliminações. Curiosamente, três mulheres. A primeira eliminada foi Eliane, 54 anos, formada pela Le Cordon Bleau Paris e dona de um bistrô, que errou a mão ao fazer um espaguete à carbonara com legumes na prova que pedia a releitura de um clássico. A segunda foi Fernanda, a personal chef de 27 anos, que se deu muito mal no teste de técnicas culinárias baseado na cozinha mediterrânea, tendo peixe como ingrediente principal. E a terceira a deixar a competição foi Izadora, 31 anos, cujo negócio próprio é oferecer jantares em sua casa e acabou se descontrolando emocionalmente diante da pressão do desafio que avaliou a prestação do serviço de um restaurante com 30 clientes.

É justamente pelo grau de exigência das tarefas que muitos se desestruturam e perdem a linha. Ivo, um autodidata de 40 anos, torna-se presunçoso por ser o que tem mais tempo de cozinha no grupo, 25 anos. Quando estava no mezanino, era o que mais tecia críticas enquanto observava os demais cozinhando. Algumas observações eram acertadas, como o fato de Izadora estar usando uma saia curta sob o avental. São pequenos detalhes que só quem é do ramo se atem. Mas Ivo extrapolou ao tratar de forma arrogante a mesma colega quando foi chamado para ajudá-la. E também já mostrou que é um grande puxa-saco dos jurados. Não precisava falar alto, do mezanino, elogiando as palavras de Jacquin ao anunciar a eliminação de Izadora.

O professor de culinária, João, de 30 anos, é outro que vai precisar aprender a controlar a própria soberba. Controlador assumido e sem qualquer noção de hierarquia, ele não apenas quis se mostrar auto suficiente de forma irônica como ainda desacatou Paola em vários momentos no decorrer da última prova, na qual ela estava chefiando a cozinha. Como disse Fogaça a ele no momento da avaliação: “Como professor, você é um péssimo aluno”.

No quesito profissionalismo, talvez pelo nervosismo diante das câmeras, o que se viu na cozinha foi um festival de falhas condenáveis. Logo na estreia teve enfermeiro entrando em cena para fazer curativo em dedo cortado, cozinheiro empilhando louça suja na pia ou jogando lixo para o alto e uma total falta de conhecimentos, como a mostrada por Fernanda que, ao executar a prova que pedia comida mediterrânea, usou mandioquinha dizendo que é um ingrediente da culinária francesa e presunto cru porque, segundo ela, “vem de Parma, na Espanha”.

Sem falar nos erros crassos nos pratos servidos, como peixe com espinhas, camarão mal limpo ainda com as vísceras e carnes fora do ponto, quase cruas. Realmente, esses “profissionais” vão precisar estudar e treinar muito em casa se não quiserem voltar à categoria “amadores”.


Mais "MasterChef" em: