A estreia de “MasterChef Profissionais” nessa
terça-feira (4), na Band, mostrou que os jurados Paola Carossela, Erick
Jacquin e Henrique Fogaça vão ter mais trabalho na avaliação desta edição do
que quando os participantes são cozinheiros amadores. Até porque entre os 14 selecionados
muitos não fazem jus à classificação que consta no título do programa. Tanto
pela postura, ou falta de, quanto pelo desempenho na cozinha, alguns estão bem
longe de serem considerados profissionais. E tem aqueles que realmente trazem
boa formação e experiência, mas se colocam em posição de defesa antes mesmo de
qualquer julgamento sobre seus trabalhos.
Mas o primeiro episódio também empolgou pelas
dificuldades nas provas e, de cara, três eliminações. Curiosamente, três
mulheres. A primeira eliminada foi Eliane, 54 anos, formada pela Le Cordon
Bleau Paris e dona de um bistrô, que errou a mão ao fazer um espaguete à
carbonara com legumes na prova que pedia a releitura de um clássico. A segunda
foi Fernanda, a personal chef de 27 anos, que se deu muito mal no teste de técnicas
culinárias baseado na cozinha mediterrânea, tendo peixe como ingrediente
principal. E a terceira a deixar a competição foi Izadora, 31 anos, cujo
negócio próprio é oferecer jantares em sua casa e acabou se descontrolando emocionalmente
diante da pressão do desafio que avaliou a prestação do serviço de um restaurante
com 30 clientes.
É justamente pelo grau de exigência das tarefas que
muitos se desestruturam e perdem a linha. Ivo, um autodidata de 40 anos,
torna-se presunçoso por ser o que tem mais tempo de cozinha no grupo, 25 anos. Quando
estava no mezanino, era o que mais tecia críticas enquanto observava os demais
cozinhando. Algumas observações eram acertadas, como o fato de Izadora estar
usando uma saia curta sob o avental. São pequenos detalhes que só quem é do
ramo se atem. Mas Ivo extrapolou ao tratar de forma arrogante a mesma colega
quando foi chamado para ajudá-la. E também já mostrou que é um grande puxa-saco
dos jurados. Não precisava falar alto, do mezanino, elogiando as palavras de
Jacquin ao anunciar a eliminação de Izadora.
O professor de culinária, João, de 30 anos, é outro
que vai precisar aprender a controlar a própria soberba. Controlador assumido e sem qualquer noção de hierarquia, ele não apenas quis se mostrar auto suficiente
de forma irônica como ainda desacatou Paola em vários momentos no decorrer da
última prova, na qual ela estava chefiando a cozinha. Como disse Fogaça a ele
no momento da avaliação: “Como professor, você é um péssimo aluno”.
No quesito
profissionalismo, talvez pelo nervosismo diante das câmeras, o que se viu na
cozinha foi um festival de falhas condenáveis. Logo na
estreia teve enfermeiro entrando em cena para fazer curativo em dedo
cortado, cozinheiro empilhando louça suja na pia ou jogando lixo para o alto e uma
total falta de conhecimentos, como a mostrada por Fernanda que, ao executar a prova que
pedia comida mediterrânea, usou mandioquinha dizendo que é um ingrediente da
culinária francesa e presunto cru porque, segundo ela, “vem de Parma, na
Espanha”.
Sem falar nos erros crassos nos pratos servidos, como peixe com
espinhas, camarão mal limpo ainda com as vísceras e carnes fora do ponto, quase
cruas. Realmente, esses “profissionais” vão precisar estudar e treinar muito em
casa se não quiserem voltar à categoria “amadores”.
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