sexta-feira, 7 de outubro de 2016

“The Voice Brasil”: Estreia tem técnicos repetitivos nas reações e evasivos em avaliações na etapa da escolha às cegas


A quinta temporada do “The Voice Brasil”, que estreou excepcionalmente nessa quarta-feira (5) na Rede Globo, só veio reafirmar a excelente qualidade dos candidatos selecionados entre milhares de inscritos em todo o país. E mais uma vez a expectativa de quem assiste fica mesmo em torno do repertório e do desempenho dos cantores, pois o formato não trouxe alterações e as reações do time de técnicos formado por Carlinhos Brown, Cláudia Leitte, Lulu Santos e Michel Teló continuam totalmente previsíveis.

É evidente que a edição teve a preocupação em seguir um roteiro para prender o público, escolhendo a dedo os candidatos mostrados na estreia. Afinal, ninguém deve acreditar ainda que o programa vai ao ar seguindo exatamente o cronograma da apresentação real, certo? Por isso mesmo, dizer que as cadeiras viraram em menos de 10 segundos de programa não quer dizer muito. A candidata em questão pode não ter sido, necessariamente, a primeira a subir ao palco. Mas, resolveram abrir com ela, uma jovem de 17 anos, bem afinada e com todos os requisitos para ser disputada entre os quatro técnicos.

Logo em seguida entrou um cubano, que fez questão de declarar seu amor por um brasileiro, com direito a beijo na boca do namorado na coxia após a apresentação. Aí vem o Lulu, num discurso perdido, dizer que ele trouxe a surpresa da música latina. “Obrigada por trazer essa latinidade, a gente ainda não tinha tido isso no programa”, exaltou o técnico. Lulu não deve ter assistido ao “The Voice Kids” em janeiro deste ano, quando o pequeno Igor Silveira cantou “Corazón Espinado” e escolheu fazer parte do time de Carlinhos Brown.

Como é preciso ter os rejeitados, veio a terceira concorrente, uma jovem que cantou muito bem, mas, na falta de uma justificativa melhor, aproveitaram o fato de ela não ter experiência como cantora para não aprova-la. E em seguida volta o frisson com um uma música em italiano. “Eu fiquei arrepiada e isso é sensacional porque eu não entendo nada”, afirmou Claudinha para o rapaz, como se essa fosse a justificativa mais plausível para ela querê-lo no seu time.

Sucessivamente vieram candidatos com peculiaridades em suas histórias pessoais, como aquele que veio com ares de revanche dizendo que daria “uma chance” a Michel Teló, que foi justamente quem o incentivou a retornar após ele ter sido gongado na edição de 2015. Entre os aprovados teve ainda um outro reprovado quando se apresentou com banda no “Superstar” e ainda uma prima de Lucas Lima, marido de Sandy.  

No mais, os técnicos continuam com suas caras e bocas previsíveis e ultrapassadas, assim como insistem no falso suspense de fingir que vai apertar o botão vermelho ou de esperar para virar a cadeira na última nota. Dessa vez só inventaram um “Obrigado por ter vindo!”, repetido exaustivamente para quase todos os candidatos. Enquanto Claudia Leitte mantém acesa sua capacidade de se superar nos argumentos bizarros, como quando afirmou, toda teatral na emoção: “Deus existe muito, muito muito...”, só porque ela virou a cadeira e se deparou com uma jovem de 17 anos. Como assim? O que tem a ver a existência de Deus com a faixa etária de uma cantora? Só perdeu mesmo para Lulu Santos, que extrapolou na emoção ao já começar a se debulhar em lágrimas desde que o candidato que cantou “É Primavera”, de Tim Maia, subiu ao palco. E continuou chorando até ao ir nos bastidores abraçar o jovem, que o escolheu como técnico. Menos, né?

Enfim, a expectativa continuará sendo mesmo em torno do repertório e do desempenho dos próximos candidatos. E vale lembrar que a exibição normal será nas noites de quinta-feira a partir da próxima semana.


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