Foi bem gratificante ver o remake da “Escolinha do
Professor Raimundo”, criado em 2015 em comemoração aos 25 anos da série
original, ganhar uma nova temporada na Rede Globo. Dos 20 alunos previstos para
essa nova fase, onze se manifestaram na estreia nesse domingo (16) e já deram
uma pequena mostra de que a equipe de redação capitaneada por Daniel Adjafre e
Péricles Barros está caprichando nos textos, assim como a direção geral de
Cininha de Paula continua afiada.
Não é nem preciso dizer que Bruno Mazzeo, no papel que
pertenceu ao mestre Chico Anysio, está cada vez mais a cara do pai. Já o ponto
alto da estreia, a homenagem feita ao grande criador do programa, teria ficado
bem mais impactante e emocionante se tivesse sido entregue ao aluno Aldemar
Vigário, o aluno mais querido de Raimundo Nonato interpretado por Lúcio Mauro e
herdado por Lúcio Mauro Filho. A ligação entre os dois atores veteranos, que
sabidamente ultrapassava os limites de uma sala de aula, justificaria por si só
a escolha. O que infelizmente não aconteceu e a homenagem acabou sendo entregue
a Tati, a aluna adolescente que pertencia a Heloísa Périssé e que na versão
atual do programa coube a Fernanda Souza. Além de o texto ter sido ínfimo,
fraco e não fazer jus ao antigo mestre, a atriz também não teve a interpretação
exemplar que o momento pedia.
Outra escolha duvidosa foi ter começado a chamada da
aula por Rolando Lero. Pareceu mais uma clara colher de chá dada a Marcelo
Adnet, que já foi presenteado ao ganhar o personagem imortalizado pelo grande Rogério
Cardoso e que ainda não conseguiu convencer nem como apresentador no seu “Adnight”.
Mas no geral pode-se dizer que o programa atingiu a
média necessária para aprovação. Destaque para Mateus Solano que, como na
primeira temporada, continua se superando como Zé Bonitinho. A apresentação do “Jornal
Passional”, uma versão feita por ele para o “Jornal Nacional”, e a criando de uma
programação toda dedicada a ele mesmo foram impagáveis. Também continuam ótimos
Dona Cacilda (Fabiana Karla), Seu Perú (Marcos Caruso), Dona Bela (Betty Goffman),
Batista (Rodrigo Sant’Anna) e Catifunda (Dani Calabresa), que foi uma das mais
engraçadas da primeira aula.
Tem ainda aqueles que melhoraram muito, como é o caso
de Joselino Barbacena (Ângelo Antônio), Marina da Glória (Fernanda Freitas) e
Pedro Pedreira (Marco Ricca), que foi valorizado pela excelente comparação de
reserva em restaurante para a Última Ceia, mas ainda precisa dar mais ênfase à frase
de efeito que marca sua saída de cena. Não chegaram a se destacar, mas
igualmente foram bem Sambarilove (Evandro Mesquita), Seu Boneco (Marcius
Melhem) e Cândida (Maria Clara Gueiros).
E ainda estão bem fracos Galeão Cumbica (Kiko Mascarenhas), Capitu (Ellen Roche), Baltazar da Rocha (Otávio Muller) e Seu Ptolomeu, com Otaviano Costa insistindo em querer se sobrepor ao personagem que era impecável na interpretação original de Nizo Neto. Agora é esperar a próxima aula, quando os demais alunos deverão ser chamados pelo Professor Raimundo.
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