domingo, 16 de outubro de 2016

“Escolinha do Professor Raimundo”: Segunda temporada estreia com texto e alunos mais afiados, mas erra na escolha da nova Tati para homenagear Chico Anysio


Foi bem gratificante ver o remake da “Escolinha do Professor Raimundo”, criado em 2015 em comemoração aos 25 anos da série original, ganhar uma nova temporada na Rede Globo. Dos 20 alunos previstos para essa nova fase, onze se manifestaram na estreia nesse domingo (16) e já deram uma pequena mostra de que a equipe de redação capitaneada por Daniel Adjafre e Péricles Barros está caprichando nos textos, assim como a direção geral de Cininha de Paula continua afiada.

Não é nem preciso dizer que Bruno Mazzeo, no papel que pertenceu ao mestre Chico Anysio, está cada vez mais a cara do pai. Já o ponto alto da estreia, a homenagem feita ao grande criador do programa, teria ficado bem mais impactante e emocionante se tivesse sido entregue ao aluno Aldemar Vigário, o aluno mais querido de Raimundo Nonato interpretado por Lúcio Mauro e herdado por Lúcio Mauro Filho. A ligação entre os dois atores veteranos, que sabidamente ultrapassava os limites de uma sala de aula, justificaria por si só a escolha. O que infelizmente não aconteceu e a homenagem acabou sendo entregue a Tati, a aluna adolescente que pertencia a Heloísa Périssé e que na versão atual do programa coube a Fernanda Souza. Além de o texto ter sido ínfimo, fraco e não fazer jus ao antigo mestre, a atriz também não teve a interpretação exemplar que o momento pedia.

Outra escolha duvidosa foi ter começado a chamada da aula por Rolando Lero. Pareceu mais uma clara colher de chá dada a Marcelo Adnet, que já foi presenteado ao ganhar o personagem imortalizado pelo grande Rogério Cardoso e que ainda não conseguiu convencer nem como apresentador no seu “Adnight”.

Mas no geral pode-se dizer que o programa atingiu a média necessária para aprovação. Destaque para Mateus Solano que, como na primeira temporada, continua se superando como Zé Bonitinho. A apresentação do “Jornal Passional”, uma versão feita por ele para o “Jornal Nacional”, e a criando de uma programação toda dedicada a ele mesmo foram impagáveis. Também continuam ótimos Dona Cacilda (Fabiana Karla), Seu Perú (Marcos Caruso), Dona Bela (Betty Goffman), Batista (Rodrigo Sant’Anna) e Catifunda (Dani Calabresa), que foi uma das mais engraçadas da primeira aula.  

Tem ainda aqueles que melhoraram muito, como é o caso de Joselino Barbacena (Ângelo Antônio), Marina da Glória (Fernanda Freitas) e Pedro Pedreira (Marco Ricca), que foi valorizado pela excelente comparação de reserva em restaurante para a Última Ceia, mas ainda precisa dar mais ênfase à frase de efeito que marca sua saída de cena. Não chegaram a se destacar, mas igualmente foram bem Sambarilove (Evandro Mesquita), Seu Boneco (Marcius Melhem) e Cândida (Maria Clara Gueiros).

E ainda estão bem fracos Galeão Cumbica (Kiko Mascarenhas), Capitu (Ellen Roche), Baltazar da Rocha (Otávio Muller) e Seu Ptolomeu, com Otaviano Costa insistindo em querer se sobrepor ao personagem que era impecável na interpretação original de Nizo Neto. Agora é esperar a próxima aula, quando os demais alunos deverão ser chamados pelo Professor Raimundo.



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