Desde a estreia, há seis
semanas, é nítida a evolução que a chef Danielle Dahoui vem mostrando em sua
primeira experiência na televisão à frente do “Hell’s Kitchen - Cozinha Sob
Pressão”, versão brasileira feita pelo SBT da competição de culinária britânica.
É claro que ainda passa bem longe do estilo enérgico e carismático do chef
Gordon Ramsay, mas já se percebe que ela está mais à vontade para deixar que
sua paciência chegue no limite e adote posturas mais incisivas diante dos
participantes. O que se reflete em um resultado melhor do programa como um
todo.
Um ponto forte revelado por
Dahoui desde o início é sua forma criteriosa e justa nas avaliações. Como no
sétimo episódio, exibido no sábado (15), em que ela, finalmente, fez a
advertência que todos esperavam sobre o temperamento difícil de Flora. Apesar
de boa cozinheira, desde o primeiro programa a jovem desestabiliza todos na
cozinha com seu jeito estabanado, imperativo e individualista. E a chef foi
taxativa: “Ou você canaliza essa sua energia nas tarefas em equipe ou procura
uma profissão na qual trabalhe sozinha”.
E também deu um alerta para
Vick aprender a se defender no meio de tantas mulheres, já que é o único
homem no time feminino. Em uma prova de duplas, por terem cinco integrantes,
ele ficou de fora. O cozinheiro ficou calado e só manifestou sua insatisfação
depois da prova. A chef primeiro falou sobre a hiperatividade das mulheres e
depois advertiu que Vick também precisa saber mostrar sua opinião no grupo.
“Você foi cavalheiro, mas na próxima já sabe...”, disse Dahoui.
Mas é compreensível que somente
nas últimas semanas tenha se percebido que está havendo um “azeitamento” na
condução e realização, já que o programa estreou com quatro episódios gravados.
A partir da reação do público a direção, que tem à frente Fernando Pelegio,
pode rever a dosagem de cada ingrediente.
Claro que ainda falta
“corrigir o sal” da postura professoral que Dahoui insiste em ter em algumas
situações. É simplesmente ridícula a ideia de querer “castigar” os cozinheiros
que erram na execução de um prato colocando todo o time enfileirado por um
minuto diante do salão do restaurante. Isso é coisa para a Super Nanny, a babá
que coloca as crianças no cantinho da disciplina. Além de ser uma iniciativa
infantil e deselegante, é um desrespeito com os clientes que assistem a tudo
das mesas à espera dos pratos, vendo a cozinha parada. Espero que a chef dê a
mão à palmatória e reconheça que esse método não ajuda na formação do
profissional nem na TV, nem na vida real.
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