sexta-feira, 21 de outubro de 2016

“Cozinha Sob Pressão”: Dahoui está mais segura na condução do programa, mas erra a mão ao aplicar castigo infantil na cozinha


Desde a estreia, há seis semanas, é nítida a evolução que a chef Danielle Dahoui vem mostrando em sua primeira experiência na televisão à frente do “Hell’s Kitchen - Cozinha Sob Pressão”, versão brasileira feita pelo SBT da competição de culinária britânica. É claro que ainda passa bem longe do estilo enérgico e carismático do chef Gordon Ramsay, mas já se percebe que ela está mais à vontade para deixar que sua paciência chegue no limite e adote posturas mais incisivas diante dos participantes. O que se reflete em um resultado melhor do programa como um todo.

Um ponto forte revelado por Dahoui desde o início é sua forma criteriosa e justa nas avaliações. Como no sétimo episódio, exibido no sábado (15), em que ela, finalmente, fez a advertência que todos esperavam sobre o temperamento difícil de Flora. Apesar de boa cozinheira, desde o primeiro programa a jovem desestabiliza todos na cozinha com seu jeito estabanado, imperativo e individualista. E a chef foi taxativa: “Ou você canaliza essa sua energia nas tarefas em equipe ou procura uma profissão na qual trabalhe sozinha”.

E também deu um alerta para Vick aprender a se defender no meio de tantas mulheres, já que é o único homem no time feminino. Em uma prova de duplas, por terem cinco integrantes, ele ficou de fora. O cozinheiro ficou calado e só manifestou sua insatisfação depois da prova. A chef primeiro falou sobre a hiperatividade das mulheres e depois advertiu que Vick também precisa saber mostrar sua opinião no grupo. “Você foi cavalheiro, mas na próxima já sabe...”, disse Dahoui.

Mas é compreensível que somente nas últimas semanas tenha se percebido que está havendo um “azeitamento” na condução e realização, já que o programa estreou com quatro episódios gravados. A partir da reação do público a direção, que tem à frente Fernando Pelegio, pode rever a dosagem de cada ingrediente. 

Claro que ainda falta “corrigir o sal” da postura professoral que Dahoui insiste em ter em algumas situações. É simplesmente ridícula a ideia de querer “castigar” os cozinheiros que erram na execução de um prato colocando todo o time enfileirado por um minuto diante do salão do restaurante. Isso é coisa para a Super Nanny, a babá que coloca as crianças no cantinho da disciplina. Além de ser uma iniciativa infantil e deselegante, é um desrespeito com os clientes que assistem a tudo das mesas à espera dos pratos, vendo a cozinha parada. Espero que a chef dê a mão à palmatória e reconheça que esse método não ajuda na formação do profissional nem na TV, nem na vida real.


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