Em sua penúltima edição, alguns participantes do “The Voice Brasil” parece estarem participando do “The Scream Brasil”. Como mostraram Thalita, Ludmillah e Ellen no programa desse domingo (9). As três, que se classificaram para a final, são donas de um vozeirão, mas parece estarem querendo ganhar a competição no grito. Ludmillah, além de se esgoelar, ainda tem uma postura agressiva, parece uma fera enjaulada querendo mais domar do que conquistar a plateia.
O desespero na reta final leva alguns concorrentes
ao ridículo. Mira Callado, além de elevar excessivamente o tom em alguns
trechos da música, exagerou ao se ajoelhar no palco e se benzer após cantar “Jesus
Cristo”, de Roberto Carlos. Já Ludmilla, ao ser escolhida por Carlinhos Brown
para continuar na disputa, vencendo Mira, foi totalmente infeliz ao gritar: “Dedico
a minha mãe, a gente que é guerreira, mulher negra...”. Como assim? As mulheres
brancas também não são guerreiras?
Desnecessário apelar para esse tipo de
discurso numa competição musical em que o que vale é a voz e não a raça, credo,
condição social ou sexual. Sem falar que ela sempre encerra suas apresentações
com algum deboche, parecendo ser mais uma personagem cômica do que uma
profissional da música participando de um programa sério e não de uma disputa
de calouros.
O ponto positivo dessa penúltima audição foi o
repertório, 100% nacional. Finalmente as músicas internacionais ficaram de
fora. E as escolhas foram de qualidade, com canções que fizeram sucesso há
décadas na interpretação de ídolos como Roberto Carlos, Elis Regina, Djavan, Gal
Costa e Caetano Veloso, além de cantores mais atuais, como Ana Carolina, Maria
Gadú e O Rappa.