Não se pode elogiar. Elogiei o "Esquenta"
na estreia semana passada e nesse domingo (16) o programa me decepcionou em
vários momentos. Para começar, Regina Casé errou feio na escolha do figurino. O
que era aquele conjuntinho de calça legging e casaco todo prateado reluzente com
acessórios exageradamente coloridos e sandálias amarela? Quem disse que para ser popular precisa ter mau
gosto?
Em outro momento, soou muito mal a forma como ela
tratou uma menina que disse querer ser médica, mas não sabia ainda em que área
iria atuar, ao falar sobre escolhas profissionais. “Você está muito atrasada,
quer ser médica e não sabe nem a especialidade”, disse Regina. O tom pode ter
sido de brincadeira, mas qualquer um sabe o quanto esse tipo de tratamento cala
fundo na mente de qualquer adolescente. Principalmente sendo em público e em um
programa de televisão transmitido em rede nacional.
E depois dessa indelicadeza, ao falar sobre
discriminação racial, a apresentadora veio elogiar o presidente dos Estados
Unidos Barack Obama, lembrando que ele é filho de uma branca e que tem em sua
família “tipos de todas as cores” e que não se preocupa em como os negros são
rotulados, mas em como são tratados. “Que grande professor o Obama”, afirmou
ela. Como assim? Ela se esqueceu de que
houve figuras muito mais importantes na história da luta negra tanto nacional
quanto internacional como Zumbi dos Palmares e Martin Luther King?
Também acho exagerada essa “intimidade” que Regina tenta vender com moradores de favelas e periferia do Rio de Janeiro, como Madureira, Vidigal, Bento Ribeiro, citados no programa. “Esse é meu motoboy do Cantagalo”, anunciou ela, como se realmente usasse o tal transporte para subir e descer o morro frequentemente. Esquenta, mas nem tanto.
Mais "Esquenta" aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/12/esquenta-programa-apara-arestas-e.html