domingo, 16 de dezembro de 2012

“Esquenta”: Depois de estreia repaginada, Regina Casé volta a cair no popularesco floreado, forçado e que não convence


Não se pode elogiar. Elogiei o "Esquenta" na estreia semana passada e nesse domingo (16) o programa me decepcionou em vários momentos. Para começar, Regina Casé errou feio na escolha do figurino. O que era aquele conjuntinho de calça legging e casaco todo prateado reluzente com acessórios exageradamente coloridos e sandálias amarela?  Quem disse que para ser popular precisa ter mau gosto?

Em outro momento, soou muito mal a forma como ela tratou uma menina que disse querer ser médica, mas não sabia ainda em que área iria atuar, ao falar sobre escolhas profissionais. “Você está muito atrasada, quer ser médica e não sabe nem a especialidade”, disse Regina. O tom pode ter sido de brincadeira, mas qualquer um sabe o quanto esse tipo de tratamento cala fundo na mente de qualquer adolescente. Principalmente sendo em público e em um programa de televisão transmitido em rede nacional.

E depois dessa indelicadeza, ao falar sobre discriminação racial, a apresentadora veio elogiar o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, lembrando que ele é filho de uma branca e que tem em sua família “tipos de todas as cores” e que não se preocupa em como os negros são rotulados, mas em como são tratados. “Que grande professor o Obama”, afirmou ela. Como assim?  Ela se esqueceu de que houve figuras muito mais importantes na história da luta negra tanto nacional quanto internacional como Zumbi dos Palmares e Martin Luther King?

Também acho exagerada essa “intimidade” que Regina tenta vender com moradores de favelas e periferia do Rio de Janeiro, como Madureira, Vidigal, Bento Ribeiro, citados no programa. “Esse é meu motoboy do Cantagalo”, anunciou ela, como se realmente usasse o tal transporte para subir e descer o morro frequentemente. Esquenta, mas nem tanto.

Mais "Esquenta" aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/12/esquenta-programa-apara-arestas-e.html