domingo, 1 de julho de 2012

“Sábado Total”: Gilberto Barros, conhecido como Leão, não mostra ousadia nem coragem em renovar e traz muito do mesmo ao voltar a comandar um programa de auditório, após três anos fora do ar



Gilberto Barros não fez jus ao seu codinome Leão ao, após três anos fora do ar, estrear o “Sábado Total”, na Rede TV!, nesse sábado (30), sem mostrar qualquer ousadia ou coragem em se renovar. O programa ficou no ar das 14h às 17h mostrando muito do mesmo das atrações de auditório que o apresentador já comandou em outras emissoras, como o “Quarta Total”, na Record, e o “Sabadaço”, na Band. Não faltou nem a feijoada servida para convidados nada Vips, como as ex-Mulheres Ricas Débora Rodrigues e Brunete Fraccaroli, a cantora baiana Gilmelândia e muitos pagodeiros e dançarinas de grupos pouco conhecidos fazendo figuração. 

Leão apostou nas participações ao vivo do Padre Marcelo Rossi; da banda Calypso; do cantor Amado Batista; da dupla João Lucas e Marcelo, cantando o hit “Eu quero tchu, eu quero tchá...”, e até do ex-BBB Daniel Echaniz falando sobre sua expulsão da edição desse ano do reality show da Rede Globo, acusado de estupro.  E exagerou na exaltação sobre sua própria pessoa: “Eu sou o cheiro e a cara do povo”, falou o apresentador, quase em tom de ameaça e lembrando os tempos de “Leão Livre”, que substituiu o “Ratinho Livre”, na Record, quando Carlos Massa foi para o SBT.

A ideia de fazer tudo junto incluído, no entanto, teve seus momentos surreais. Por exemplo, quando Padre Marcelo Rossi, durante mais de meia hora, cantou várias músicas religiosas enquanto as “leoas”, bailarinas de palco do programa em trajes minúsculos, acompanhavam as coreografias e cantavam junto: “O meu lugar é o céu”, ou “Erguei as mãos e dai glória a Deus”. Foi quase uma blasfêmia.

Já o “De Cara Com a Fera”, momento de criar expectativa para revelações bombásticas do ex-BBB Daniel, nada trouxe de novo a tudo que já se sabe sobre o caso. O modelo ainda pagou o mico de, com a mão direita levantada, prestar o juramento de somente “dizer a verdade, nada mais do que a verdade”, como se estivesse num tribunal. E, depois de contar pela centésima vez sua versão dos fatos, afirmou que não está processando a Globo, pois ele e sua advogada ainda estão tentando um acordo amigável com a emissora.

Mas pior mesmo foi a falha técnica no ar. Um painel indicava dez números contendo perguntas e Daniel deveria escolher apenas cinco. Antes de ele escolher o número 1, a pergunta já havia aparecido na tela. O que mostrou que ele poderia escolher qualquer um, pois as perguntas já estavam definidas pela produção. O que ficou comprovado quando escolheu o número 10, marcaram no painel a 5 e não corrigiram o erro. Logo em seguida, Daniel pediu a 4, e o painel continuava marcando a 5 como tendo sido escolhida, e não a 10. Fazer ao vivo não é fácil, mas o apresentador, com os anos de experiência que tem, e a direção do programa deveriam estar atentos para corrigir as falhas na hora.  

Embora Gilberto tenha comemorado no ar a “audiência maravilhosa”, o programa não conseguiu tirar a emissora do quarto lugar. Chegou a ameaçar o “Programa Raul Gil”, na Band, em terceiro, quando teve pico de três pontos, mas a média ficou nos dois pontos. Vale lembrar ainda que neste sábado o “Caldeirão do Huck” não foi exibido na Globo, por causa do futebol. O Leão vai ter que rugir mais alto e dar uma repaginada em sua jaula nas próximas semanas.