Gilberto Barros não fez jus ao seu codinome Leão ao,
após três anos fora do ar, estrear o “Sábado Total”, na Rede TV!, nesse
sábado (30), sem mostrar qualquer ousadia ou coragem em se renovar. O programa
ficou no ar das 14h às 17h mostrando muito do mesmo das atrações de auditório que
o apresentador já comandou em outras emissoras, como o “Quarta Total”, na
Record, e o “Sabadaço”, na Band. Não faltou nem a feijoada servida para
convidados nada Vips, como as ex-Mulheres Ricas Débora Rodrigues e Brunete
Fraccaroli, a cantora baiana Gilmelândia e muitos pagodeiros e dançarinas de
grupos pouco conhecidos fazendo figuração.
Leão apostou nas participações ao vivo do Padre
Marcelo Rossi; da banda Calypso; do cantor Amado Batista; da dupla João Lucas e
Marcelo, cantando o hit “Eu quero tchu, eu quero tchá...”, e até do ex-BBB
Daniel Echaniz falando sobre sua expulsão da edição desse ano do reality show
da Rede Globo, acusado de estupro. E
exagerou na exaltação sobre sua própria pessoa: “Eu sou o cheiro e a cara do
povo”, falou o apresentador, quase em tom de ameaça e lembrando os tempos de “Leão
Livre”, que substituiu o “Ratinho Livre”, na Record, quando Carlos Massa foi
para o SBT.
A ideia de fazer tudo junto incluído, no entanto,
teve seus momentos surreais. Por exemplo, quando Padre Marcelo Rossi, durante mais de meia hora, cantou várias músicas
religiosas enquanto as “leoas”, bailarinas de palco do programa em trajes minúsculos,
acompanhavam as coreografias e cantavam junto: “O meu lugar é o céu”, ou “Erguei
as mãos e dai glória a Deus”. Foi quase uma blasfêmia.
Já o “De Cara Com a Fera”, momento de criar
expectativa para revelações bombásticas do ex-BBB Daniel, nada trouxe de novo a
tudo que já se sabe sobre o caso. O modelo ainda pagou o mico de, com a mão
direita levantada, prestar o juramento de somente “dizer a verdade, nada mais
do que a verdade”, como se estivesse num tribunal. E, depois de contar pela
centésima vez sua versão dos fatos, afirmou que não está processando a Globo,
pois ele e sua advogada ainda estão tentando um acordo amigável com a emissora.
Mas pior mesmo foi a falha técnica no ar. Um painel
indicava dez números contendo perguntas e Daniel deveria escolher apenas cinco.
Antes de ele escolher o número 1, a pergunta já havia aparecido na tela. O que
mostrou que ele poderia escolher qualquer um, pois as perguntas já estavam
definidas pela produção. O que ficou comprovado quando escolheu o número 10,
marcaram no painel a 5 e não corrigiram o erro. Logo em seguida, Daniel pediu a
4, e o painel continuava marcando a 5 como tendo sido escolhida, e não a 10. Fazer ao vivo não é fácil, mas o apresentador, com os anos
de experiência que tem, e a direção do programa deveriam estar atentos para
corrigir as falhas na hora.
Embora Gilberto tenha comemorado no ar a “audiência
maravilhosa”, o programa não conseguiu tirar a emissora do quarto lugar. Chegou
a ameaçar o “Programa Raul Gil”, na Band, em terceiro, quando teve pico de três
pontos, mas a média ficou nos dois pontos. Vale lembrar ainda que neste sábado o
“Caldeirão do Huck” não foi exibido na Globo, por causa do futebol. O Leão vai
ter que rugir mais alto e dar uma repaginada em sua jaula nas próximas semanas.