terça-feira, 10 de julho de 2012

"Análise": As noites de segunda-feira estão superando todas as outras da semana na falta de opções de entretenimento de qualidade para o público na TV aberta


A programação das emissoras de TV nas noites de segunda-feira há muito estão deixando a desejar. Para quem tem o leque de opções dos canais fechados, encontrar um ou outro programa assistível pode não ser uma tarefa tão árdua. E assim mesmo o que se vê na maioria é um festival de reprises tanto de episódios de séries quanto de documentários e outros programas. Mas para quem se restringe à programação da TV aberta, por escolha própria ou falta de condição para pagar a assinatura de pacotes mega-super-vips, a noite termina após a novela das nove.

Nessa segunda-feira (9), particularmente, o controle remoto entrou em ação mais uma vez. E para decepção de qualquer telespectador um pouco mais exigente, a busca só causou um desânimo e tristeza em constatar o descaso dos programadores com esse dia.  Na Globo, a opção do “Tela Quente” foi o filme “Heróis” (“Push”), uma produção americana de 2009. O enredo traz jovens com poderes telepáticos e de clarividência envolvidos no roubo de uma substância secreta pertencente a uma misteriosa agência e um grupo de orientais com poderes paranormais que também querem se apoderar do frasco, colocando em risco a vida de todos. Até para quem gosta do gênero ação-ficção não deve ter sido uma boa opção.

Enquanto isso, na Rede TV!, Luciana Gimenez prometia muita polêmica e “babado quente” ao anunciar uma entrevista “reveladora” com...  Pepê e Neném. E lá foi a dupla repetir o mesmo de sempre, relembrando os percalços da trajetória, afirmando que continuam em busca de uma gravadora e, é claro, assumindo mais uma vez sua homossexualidade. “Eu beijei uma menina na escola com 10 anos”, revelou Neném. Ohhh!!!!

Mais uma zapeada: Band, “CQC” no ar. Resta uma esperança, apesar de o programa comandado por Marcelo Tas há muito já ter perdido a qualidade de suas primeiras temporadas. E quem está lá? O repórter Rafael Cortez entrevistando Carla Perez e Xandy nos bastidores do show que marcou a estreia no Rio de Janeiro do projeto baiano “A Melhor Segunda-Feira do Mundo”. “Se o Saulo Fernandes é o líder da Banda Eva, ela não deveria se chamar Banda Adão?”, perguntou o repórter do “CQC”, tentando fazer uma piada infame. “Isso é o pior da segunda-feira”, afirmou Tas, no estúdio, reconhecendo a total pobreza de pauta do programa.

Seguindo adiante, passar pela CNT é praticamente apenas um descargo de consciência. Está lá a exibição de um episódio antigo de uma temporada qualquer de “Lei e Ordem”, versão dublada da série americana de drama policial que deixou de ser produzida em 2010. Para quem gosta do gênero, é uma ótima pedida, mas diante da péssima qualidade de transmissão da CNT, melhor assistir às reprises da versão original, legendada, que continuam sendo exibidas no Universal Channel.  

Chegando ao SBT, um susto: está lá um jovem todo pintado de verde, colocando a língua para fora e se contorcendo como uma cobra, parecendo ser mais um participante de um show de horrores.  Trata-se de “Astros”, que estreou sendo uma competição musical e este ano foi reformulado, transformando-se numa cópia do “Qual É o Seu Talento”. Não merece nem comentários.

Zapeando até “A Fazenda” da Record, até mesmo quem acompanha o reality show não tem grande incentivo para assistir à edição gravada de segunda-feira. Depois do ao vivo de domingo, há poucas novidades para serem mostradas. Acabam repetindo muitas cenas que já foram vistas no fim de semana. É o dia mais fraco do jogo.

E é a noite mais fraca nas grades de programação de todas as emissoras. Sem entrar na questão da audiência, porque para o telespectador o que importa não são os números do ibope e sim ter entretenimento de qualidade. O que, infelizmente, não vem acontecendo.