terça-feira, 31 de julho de 2012

“Roda Viva”: Rafael Bastos encara bancada de jornalistas e dispara: “Eu gero acesso e dinheiro a todos os veículos que estão aqui”, e chama o "CQC" de "programa de bundão"






Rafael Bastos não se intimidou ao encarar um tribunal formado por jornalistas no “Roda Viva” dessa segunda-feira (30), na TVE/ TV Cultura. O programa começou apresentando o convidado como um sujeito que “perde o amigo, o emprego, a audiência, mas não a piada”.  E o humorista, apresentador, ator e repórter também mostrou que não perde a pose nem a chance de também criticar quem o critica. Em vários momentos suas respostas foram muito mais incisivas do que as perguntas formuladas pelos jornalistas e Rafinha deixou muitos sem palavras para replicar. 

Na bancada de entrevistadores estavam os jornalistas Silvia Poppovic, Tereza Novaes, Mauricio Stycer, Cristina Padiglione e Guilherme Fiuza. O “Roda Viva” também contou, como sempre acontece, com a presença do cartunista Paulo Caruso. É ele quem pergunta se Rafinha se tornou vítima de sua própria piada, referindo-se à questão envolvendo a cantora Wanessa. “Eu gero acesso e dinheiro a todos os veículos que estão aqui", respondeu, apontando para os jornalistas presentes.

Rafael mostrou sua personalidade forte, coerência nas posições e postura radical, mas assumidamente bem resolvida com ele mesmo.  Silvia Popovic, há dois anos fora do ar, tentou aproveitar sua chance ser relembrada pelo público e se manifestar mais do que os outros. Mas não foi bem sucedida. Para todas as perguntas, feitas sempre em tom irônico, recebeu respostas que a fizeram calar. Chegou a criticar o formato do “Saturday Night Live”, que Rafinha apresenta na Rede TV!, como se ela já tivesse criado algo novo e revolucionário na televisão.  “Não é o programa do Rafinha, apesar de ser às vezes vendido como se fosse. Eu ali sou mais produtor executivo do que parte do elenco”, esclareceu o humorista.

Rafinha levantou questões mais relevantes, como a falta de uma discussão séria sobre o que se é permitido ou não no humor na TV. E citou um exemplo da reação das pessoas nas ruas após sua demissão da Band. “Uma das primeiras piadas que eu ouvi foi: 'qual é o cúmulo da pontaria? Você come a mulher e acerta o bebê'. Eu ouvi essa piada aos 10 anos. Será que não tinham outros interesses por trás para acontecer tanta polêmica?”, indagou ele.

Mas quando Mauricio Stycer perguntou se as piadas dos Trapalhões “com pegada infantil” poderiam ter um preconceito diluído, Rafinha chegou a se exaltar, lembrando um programa antigo em que Didi ao ter que trocar um pneu furado do carro, pedia um macaco e aparecia o Mussum. “A graça do Didi é a mesma, o que complica é a repercussão, são as cobrinhas que nem você, que no outro dia cria em torno disso. Você passa o dia inteiro assistindo as coisas para ver que merda que você vai falar das pessoas. É o teu trabalho, não julgo. Mas o que acontece é que as polêmicas não nascem do comediante, estou fazendo isso há cinco anos. O dia que a hashtag do Rafinha se tornou algo visível começou depois que um Mauricio Stycer da vida que, não tendo mais o que fazer, passa o dia inteiro esperando eu falar alguma coisa para fazer polêmica”, afirmou Rafinha, deixando seu interlocutor visivelmente sem graça.

Quando percebeu que a entrevista estava chegando ao fim, o humorista revelou ter partido dele a iniciativa de pedir a presença do escritor Guilherme Fiuza na bancada, ao lado dos outros jornalistas chamados pela direção do programa. “Eu bati o pé para o Guilherme estar aqui porque o momento sociológico é mais importante do que a fofoca da cantora e infelizmente a gente não entrou numa discussão. Tudo se baseou unicamente no que eu penso a respeito de tudo isso”, lamentou ele, referindo-se às perguntas repetitivas sobre a piada que fez envolvendo Wanessa e que motivou sua saída do “CQC” e demissão da Band.

Exagero dele. O programa teve muitos bons momentos. Graças, principalmente, à suas afirmações provocativas como: “Eu nunca me senti mal com a repercussão negativa. O artista é que não gosta que mexam com ele”, e “Você assiste hoje e vê que é programa de bundão”, referindo-se ao “CQC”. Também alfinetou quando respondeu a uma pergunta gravada feita pelo humorista Ary Toledo se ele não tinha medo de sair de cena por causa de suas piadas de antissemita: “Receio não tenho, mas pode acontecer. Tem gente agora falando ‘Que cara chato’, mas não muda de canal”, divertiu-se, sem modéstia. Mas com certa razão. 


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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Gatos: Animal Planet exibe séries e documentários de qualidade voltados aos felinos, provando que eles estão cada vez mais invadindo o mercado e ganhando destaque na programação televisiva

Gatófilos de plantão ganharam três boas opções de programas voltados exclusivamente aos bichanos e que começaram a serem exibidos nesse mês de julho no Animal Planet. Merecem especial atenção o inédito “Meu Gato Endiabrado” e “ABC Felino” e “Amor de Gato”, que já tiveram temporadas exibidas ano passado. São três formatos diferentes entre si, mas todos contendo muitas informações básicas para quem quer entrar no mundo dos felinos e com outras tantas curiosas e nem tão conhecidas até para quem se considera expert no assunto. São todas produções internacionais. Mas gato é gato e, como todo bicho, fala a mesma língua em qualquer parte do mundo. 

A novidade, “Meu Gato Endiabrado”, é uma espécie de “Dr. Pet”, só que voltado somente para gatos. E, diferentemente do visualmente certinho adestrador Alexandre Rossi, é conduzido por Jackson Galaxy, uma figura que mais parece fazer parte do “Miami Ink”, embora sua função se pareça muito mais com a de uma “SuperNanny” de felinos. Coberto de tatuagens nos braços, costeleta desenhada ornando com a barba-cavanhaque, dirigindo um Oldsmobile e levando seus “equipamentos” de adestramento dentro de um estojo de um violão, o músico à noite e treinador de bichanos de dia surpreende até seus clientes na chegada. Mas logo se revela um profundo entendedor da alma felina, um “encantador de gatos”, como é chamado.

No programa dessa sexta-feira (27), por exemplo, Jackson se superou ao resolver dois casos bem complexos. O primeiro envolvia uma gata da raça Sphynx, Avery. O bicho subia em tudo, destruía objetos de arte da decoração e, pior, bisbilhotava nas gaiolas onde seu dono guardava animais exóticos selvagens, como cobras e tarântulas, usados em seu trabalho de pesquisa ambiental. E ainda havia o lado emocional da questão: o dono continuava sofrendo pela perda da gata que teve antes de Avery, que era mansa, companheira, mas morreu há dois anos. Quem já sofreu uma perda sabe o quanto é difícil a adaptação a um novo bicho. Mas os que ainda estão aqui precisam de nós, e nós deles.

Jackson ainda teve que lidar com Fifi, uma gata rebelde que atacava, arranhava e mordia os donos, um casal de namorados junto há nove meses. A nova dona, alérgica, ameaçava fazer o parceiro ter que escolher entre ela ou a gata. E olha que a moça, tão estressada e retroativa ao bicho, era professora de yoga. O que ela ensinava para os outros não era usado por ela própria na prática. São situações como essa que fazem Jackson se certificar cada vez mais de que seu trabalho não é apenas de coordenar o comportamento do animal, mas também mostrar aos donos que estão tendo uma ação que está gerando uma reação.

Já o “ABC Felino” trata a cada episódio de diferentes raças. O primeiro foi sobre gatos domésticos de pelo curto, considerado o mais popular do mundo. Como o formato é de documentário, há informações do tipo: nos Estados Unidos há hoje 80 milhões de gatos domésticos e no mundo mais de 600 milhões. “Dois gatos que cruzam durante dez anos podem produzir 80 milhões de gatos. Por isso devem ser castrados”, explica uma veterinária.

A cada bloco o programa traça um perfil completo de cada espécie, com recomendações de cuidados no trato com cada uma delas, seus comportamentos individuais e necessidades específicas. Começou pelos gatos britânicos de pelo curto, iguais ao da animação "Alice no País das Maravilhas". Depois vieram os gatos da raça Munchkin, como o que apareceu em “O Mágico de Oz”, de patas curtas, tipo cachorro “salsicha”; os gatos Devon Rex, por serem brincalhões são conhecidos como “gato disfarçado de macaco”, o La Perm, uma mutação do gato doméstico com pelos cacheados e felpudos, e o American Bobtail, um bichano de rabo curtíssimo e preferido por caminhoneiros por serem ótimas companhias em viagens.

O ponto negativo nessa série ficou por conta do espaço dedicado à raça Devon Rex. Como além das informações didáticas há uma parte ilustrativa em que se mostram exemplos de donos e suas histórias com as respectivas espécies, quando foi a vez dessa raça se viu um mau exemplo. Em função do seu temperamento ágil e brincalhão, a dona usa sua criação para pintar telas de arte com as patinhas. Em nenhum momento ficou esclarecido se as tintas usadas por ela eram especiais, já que se forem tóxicas, podem afetar a saúde dos gatinhos ao serem inaladas e também absorvidas pela pele da sola das patinhas.

E para completar tem o “Amor de Gato”, que lembra esses realities shows de culinária nos quais chefs saem mundo afora em busca de novos sabores. Aqui, é John Fulton, um assumidamente louco por gatos que pega a estrada e saí América afora em busca de histórias fantásticas de gatos e donos malucos. Um dos casos mais curiosos foi de Joey, um gato selvagem que apareceu em uma emissora de televisão na cidade de Litlle Rock, no Arkansas, e foi adotado pela equipe do telejornal matinal. Ao se sentir bem tratado, Joey começou a entrar em cena nos programas, ao vivo, e se tornou o maior astro da cidade. A audiência da THV aumentou e Joey virou a maior celebridade do estado. Tem mais de 5 mil amigos no Facebook.

O episódio mostrou ainda dois engenheiros que ficaram famosos produzindo vídeos caseiros e bem divertidos com gatos para a internet. São dias de treino, horas à espera de uma cena. O legal é que esses vídeos são feitos com gatos abandonados e, com a divulgação nas redes, podem ser adotados. Outros casos mostraram um gatinho sem o pezinho de uma patinha ganhando uma prótese, um escultor de troncos de gatos em uma fazenda e uma pousada cinco estrelas para gatos no Mississipi.

É bom mais uma vez lembrar que são programas feitos principalmente para quem gosta de gatos, mas também podem ser instrutivos para quem se interessa por bichos em geral. E também esclarecer que a palavra “gatófilos” é apenas uma adaptação popular de ailurófilo, vinda do grego áilouros, que significa gato, acrescido do sufixo “filos”. 


sábado, 28 de julho de 2012

“Avenida Brasil”: Tortura repetitiva de Nina sobre Carminha já está cansando e público já está quase pedindo: “Volta logo, Tufão”



Carminha, personagem de Adriana Esteves em “Avenida Brasil”, definitivamente se tornou o must do must na novela das nove. Não é à toa que o próprio autor da novela, João Emanuel Carneiro, já anunciou que ela ainda vai virar o jogo.  Mas, não há como não considerar que o excesso de cenas de tortura entre Carminha e Nina, personagens, respectivamente, de Adriana Esteves e Débora Falabella, já se tornaram repetitivas demais e até enfadonhas. 

É claro que tiveram tiradas ótimas de Nina, como o “Me serve, vadia!” e o ressurgir da banheira de hidromassagem. Mas, uma semana vendo o mesmo do mesmo cansa. Já está dando vontade até de pedir, e muitos telespectadores estão pedindo: “Volta Tufão”, personagem de Murilo Benício.
 
Não é nem o caso de chamar de “barriga”, porque esse termo é usado quando uma novela chega num período em que nada de novo é revelado, nada é descoberto, nenhum personagem inusitado faz parte ativa na trama central do momento.  Enchem-se capítulos como se enche linguiça. Definitivamente não é o caso. Entre uma situação e outra, um personagem novo surge na mansão do Tufão, como já apareceram por lá Zezé (Cacau Potássio), Lúcio (Emiliano D’Ávilla) e Janaína (Claudia Missura).
  
Mas, a exploração ao máximo nesse momento do encontro entre Nina e Carminha já teve seu tempo. É esperar agora para que os capítulos da próxima semana tragam logo um pouco mais de outras manhas. E artimanhas. É aguardar para ver no ar, ou ficar de olho no site da novela...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

“Avenida Brasil”: João Emanuel Carneiro, em sua segunda novela no horário nobre, já faz auto referência à sua obra anterior, recurso usado por novelistas veteranos



João Emanuel Carneiro bebeu na fonte de outros grandes autores, como Aguinaldo Silva e Gilberto Braga, no capítulo dessa quarta-feira (25) de “Avenida Brasil”. Na cena em que Nina (Débora Falabella) está escrachando em cima de Carminha (Adriana Esteves), o celular da patroa toca e o som é o tango eletrônico do conjunto argentino Bafondo, mesma música usada na abertura de “A Favorita”, também de João Emanuel. Curioso é que na novela exibida em 2008, as protagonistas, as arqui-inimigas Flora (Patrícia Pilar) e Donatela (Claudia Raia), também deixavam o público em dúvida sobre qual delas era a maior vilã. Encaixou bem no embate entre Nina e Carminha. 

Esse recurso de um autor fazer referência de suas obras antigas em tramas atuais já é usado há muito tempo. Recentemente, em “Fina Estampa”, de 2011, Aguinaldo Silva reviveu uma cena de Renata Sorrah em “Senhora do Destino, quando Tereza Cristina (Christiane Torloni) mata um mafioso, uma de suas vítimas, empurrando-o escada abaixo, e ainda solta a frase: “Obrigada, Nazaré Tedesco”!”, referindo-se à vilã da novela do mesmo autor, que foi ao ar em 2004.  


Ainda em “Fina Estampa”, Eva Wilma fez uma participação especialíssima como Tia Íris, que tinha o mesmo perfil da Altina que ela interpretou em “A Indomada”, também de Aguinaldo. Não bastasse as expressões em inglês, como o famoso “Of course”, no último capítulo Tia Íris e sua companheira Alice (Thaís de Campos), que se tornaram caminhoneiras, ao irem embora encontram pela frente vária opções de destinos, todas referentes a cidades onde foram ambientadas novelas anteriores do autor: Asa Branca (“Roque Santeiro”), Santana do Agreste (“Tieta”), Resplendor (“Pedra Sobre Pedra”), Tubiacanga (“Fera Ferida”) e Greenville (“A Indomada”).

Em “Insensato Coração”, de 2011, logo de cara se percebeu que o nome CTA da empresa aérea em que Pedro (Eriberto Leão) trabalhava era um jogo das letras TCA, empresa aérea de “Vale Tudo”, grande sucesso de 1988, também de Gilberto Braga. O autor ainda prestou várias homenagens atores que fizeram parte do elenco de suas novelas. Como em uma cena em que Horácio Cortez (Herson Capri) apareceu falando ao telefone com Marion Novaes, que nunca tinha aparecido na história, mas tratava-se da perua decadente vivida por Vera Holtz em “Paraíso Tropical”, de 2007.

E o que dizer das Helenas que encabeçam todas as novelas de Manoel Carlos desde “Baila Comigo”, de 1981? É claro que aí não se trata de uma auto referência propriamente dita, mas sim numa repetição de nomes. Mas em “Mulheres Apaixonadas”, de 2003, quando Christiane Torloni era a Helena da vez, e, como todas, cheia de defeitos e qualidades, a personagem afirmou: “As Helenas sofrem, mas dão a volta por cima”. Não deixou de ser uma fala autorreferente.

A questão não é puramente aplaudir ou condenar. A questão é avaliar se o recurso foi usado na medida certa, dentro de um contexto apropriado e sem se sobressair ao momento da história em que foi inserido. Uma coisa é um toque de celular de poucos segundos, outra coisa é a repetição exaustiva de mais do mesmo que acabe cansando um público mais exigente.Nesses casos vale sempre o velho e bom senso que ensina: o menos é mais. E a medida certa é melhor ainda.


“O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”: Na fase eliminatória, duplas inusitadas são formadas na disputa por votos, como Tiradentes x Santos Dumont, Princesa Isabel x Fernando Henrique Cardoso



Luiz Inácio Lula da Silva não deu sorte ao ter seu nome sorteado para concorrer com Ayrton Senna ao título de “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”. Explica-se: no programa exibido pelo SBT nessa quarta-feira (25) foi revelada a lista dos 12 finalistas da competição. Após a divulgação dos nomes o apresentador Carlos Nascimento formou seis duplas a partir de nomes sorteados através de uma urna. E a partir de agora, a cada semana o público deverá votar apenas em um desses dois nomes para continuar na disputa. O outro será eliminado. E o ex-presidente da República estará competindo com ninguém menos que o piloto três vezes campeão mundial de Fórmula 1 e até hoje idolatrado pelos brasileiros.

Talvez para evitar um possível “já ganhou”, as regras do programa determinaram que a lista dos finalistas fosse divulgada por ordem alfabética e não por quantidade de votos recebidos na primeira fase. Dessa forma, os nomes apresentados foram Ayrton Senna, Chico Xavier, Fernando Henrique Cardoso, Getúlio Vargas, Irmã Dulce, Juscelino Kubitschek, Lula, Oscar Niemeyer, Pelé, Princesa Isabel, Santos Dumont e Tiradentes. Como desses 12 apenas quatro continuam entre nós, Carlos Nascimento deixou claro no começo do programa que a lista continha “brasileiros vivos ou mortos que deixaram seu nome na história”.

E para a próxima fase, que será eliminatória, o apresentador sorteou as duplas em ordem: primeira semana, segunda semana e assim sucessivamente. E aí, a miscigenação de políticos, esportistas, religiosos e personalidades consideradas heróis da história ficou ainda mais surreal do que o que se viu na divulgação da lista dos cem “maiores brasileiros de todos os tempos”.

Dá para imaginar Tiradentes disputando voto com Santos Dumont?  Juscelino Kubitschek em campanha contra Pelé? A Princesa Isabel usando como plataforma política a sua Lei Áurea na briga contra o Plano Real de Fernando Henrique Cardoso? E a dupla formada por Oscar Niemeyer e Getúlio Vargas? Só para lembrar: o arquiteto, hoje com 105 anos, tinha 47 quando o então presidente da república Getúlio Vargas cometeu o suicídio, em 1954. A primeira dupla a se submeter à votação eliminatória será Chico Xavier e Irmã Dulce, e na segunda semana será a vez de Lula e Ayrton Senna.

A cada nome citado, houve uma breve apresentação do eleito. A Princesa Isabel foi lembrada como “a primeira mulher a governar o Brasil”, enquanto a atual presidenta, Dilma Rousseff, nem chegou à final, pois ficou na trigésima terceira posição entre os cem indicados pelo público. Já nos próximos programas, a jornalista Carolina Castelo Branco apresentará reportagens contando um pouco mais da história de cada dupla concorrente da noite. Os seis mais votados passarão para a fase semifinal e depois para a final.

Ou seja, teremos mais de dois meses de programa pela frente até a revelação de quem é “o maior brasileiro de todos os tempos”. Quer dizer, pelo menos o maior na opinião do público do SBT. 


Para quem não viu os 60 primeiros nomes divulgados, a crítica da estreia está aqui:

E quem quiser conferir a lista do 13º até o 40º, ela foi divulgada na semana passada:
40° – Xuxa
39° – Rodrigo Faro
38° – Renato Aragão – Didi
37° – Dom Hélder Câmara
36° – Apóstolo Valdemiro Santiago
35° – Luciano Huck
34° – Tancredo Neves
33°– Dilma Rousseff
32° – Padre Cícero
31° – Herbert de Souza – Betinho
30° – Renato Russo
29° – Luiz Gonzaga
28° – Chico Mendes
27° – Dom Pedro II
26° – Pastor Silas Malafaia
25° – Oswaldo Cruz
24° – Manoel Jacintho Coelho
23° – São Frei Galvão
22° – Ruy Barbosa
21° – Eike Batista
20° – Neymar
19° – José Alencar
18° – Roberto Carlos
17° – Zilda Arns
16° – Dercy Gonçalves
15° – Ronaldo Fenômeno
14° – Chico Anysio
13° – Bispo Edir Macedo


terça-feira, 24 de julho de 2012

“Gordon´s Great Escape”: Gordon Ramsay acerta ao mesclar informações históricas e culturais com a culinária de países asiáticos


Gordon James Ramsay, o chef de cozinha escocês que ficou conhecido pela forma ríspida e exigente como já conduziu vários realities shows gastronômicos, prova mais uma vez que culinária e criatividade, quando usadas na medida certa, são garantia de sucesso. É o caso da segunda temporada de “Gordon´s Great Escape”, que estreou nessa segunda-feira (23) no Fox Life, na qual o sisudo apresentador de séries como “Hell's Kitchen”, “Kitchen Nightmares” e “Masterchef”, surpreende ao se colocar na posição de aprendiz. Mas, o que é melhor, enquanto aprende ele também dá aulas de história.
  
Dono de uma rede de restaurantes no Reino Unido e nos Estados Unidos, Gordon busca nessa série pesquisar as raízes dos pratos típicos de diferentes partes do mundo e, através dessa aventura, aprender a preparar as melhores receitas conforme seu próprio paladar. Se na primeira temporada de “Great Escape”, ano passado, ele foi para a Índia, dessa vez resolveu desbravar o universo gastronômico do sudeste asiático, começando pelo Camboja. O mais interessante é que o programa não se restringe à cozinha. Gordon mostra belas imagens enquanto conta um pouco da história do país, enquanto explica a origem da culinária local.

No programa de estreia, Gordon conta que a culinária cambojana é uma herança dos tempos difíceis em que o povo, no fim dos anos 70, sob o governo comunista de Khmer Rouge, foi obrigado a ir para o campo viver da terra. O que gerou muita fome e fez as pessoas, no pós-guerra civil, pegarem o que encontrassem pela frente nas florestas para cozinhar e comer. O fato de os cambojanos ainda comerem insetos, caracóis, lagartos, não surpreende. Faz parte de sua herança gastronômica.

Ver Gordon fazendo cara de repulsa ao experimentar ovos com feto de pato que, segundo a vendedora de comida de rua, “faz o homem mais viril”, pode até lembrar o “Anthony Bourdain: Sem Reservas”, do Travel & Living Channel. Mas é diferente. O objetivo não é chocar apenas pela busca de comidas nojentas. Gordon também participa ativamente na caça a tarântulas, consumidas fritas como aperitivo. “É estranho. É nojenta e cabeluda”, diz o chef enquanto uma das aranhas caçadas caminha sobre sua camisa. 

Ele também não se priva de entrar em um rio cheio de cobras para pegar sapos para o preparo do bicho recheado. Diverte-se com uma tribo que usa fumaça de ervas queimadas para conseguir pegar mel de uma colmeia repleta de abelhas. “É o maior baseado que eu já vi”, diz ele. E ainda mostra uma instituição que oferece curso de chef e alimentação a crianças de rua. “Pensei encontrar adolescentes, e tem crianças de 3, 4, 5 anos”, comove-se Gordon.

A aventura toda é para, no final, ele próprio preparar um jantar para a família real do Camboja oferecendo o que descobriu da culinária local. “Ele trouxe o campo para a cidade”, elogiou uma das convidadas. E, na cozinha, Gordon dividiu a responsabilidade com o jovem considerado o melhor aluno da instituição para menores moradores de rua. 
A próxima aula de história da culinária asiática será na Malásia.     


segunda-feira, 23 de julho de 2012

“SuperNanny”: Nova temporada estreia com uma estética mais criativa, uma babá com visual menos austero e quadros educativos e informativos que valorizaram o programa


“SuperNanny” voltou totalmente repaginado em sua nova temporada, que estreou nesse sábado (21) no SBT, após ter ficado um ano fora do ar. Até mesmo Cris Poli, a educadora que ensina pais desesperados a disciplinarem filhos rebeldes, está com uma fisionomia mais leve, usando figurinos menos austeros. Mas sem abandonar seus tradicionais lenços no pescoço. O tratamento visual do programa também ganhou uma arte gráfica criativa, com vinhetas bonitinhas mostrando brinquedos em animação, intercaladas entre as orientações da educadora ou entre um bloco e outro.

As regras básicas do método que Cris Poli utiliza para ensinar os pais a “domarem” os pequenos mais rebeldes pouco mudaram. Continua lá o tapetinho que representa o Cantinho da Disciplina, onde a criança é colocada de castigo por três minutos sempre que faz uma malcriação. No primeiro episódio, o desafio foi orientar o casal Fernanda e Marcelo a imporem limites ao caçula de 3 anos, que é aquele tipo de criança birrenta, chora, grita e, o pior, ataca a mãe com tapas, socos e mordidas, além de não deixar o irmão, Bruno, de 11 anos, em paz.

Mas o programa agora não fica restrito apenas à SuperNanny em ação. Traz também reportagens especiais sobre temas comportamentais e até relacionados à saúde que podem fazer parte do universo de pais e filhos. Como Bruno, o menino do programa de estreia, que tem Distúrbio de Déficit de Atenção já diagnosticada. Em um bloco à parte, um narrador explicou do que se trata o transtorno, quais os sintomas para que os pais fiquem alertas e recomendações do que deve ser feito.

Em outro quadro, o tema foi Bullyng, com enquetes gravadas nas ruas e pessoas falando sobre o que sabem do assunto, pais relatando violências desse tipo vividas pelos filhos e uma educadora dizendo como agir nesses casos. Um dos depoimentos foi do ator Germano Pereira, que interpretou Adamo, um dos filhos do personagem Totó, de Tony Ramos, na novela “Passione”, da Globo, ano passado. Ele contou que sofreu muito quando criança por ser ruivo e ter muitas sardas: “Todos me chamavam de ferrugem”.

O formato “SuperNanny” foi criado na Inglaterra em 2004, conduzido pela educadora Jo Frost. No Brasil, estreou em 2006, no SBT, onde durante quatro anos consecutivos a argentina Cris Poli, de 67 anos, e que mora em São Paulo há 35, atendeu a mais de cem famílias. Seu método consiste em primeiro observar a rotina da casa, sugere mudanças muitas vezes radicais no cotidiano e apresenta uma série de dinâmicas geralmente visando melhorar o inter-relacionamento de todos, tanto dos pais quanto dos filhos.

Mas, sem dúvida, a preocupação nessa nova temporada em ser mais informativo e educativo, não se restringindo apenas aos gritos e choros dos “pestinhas” desobedientes em casa deu um respiro ao programa, tornando-o mais ágil, mais interessante e menos repetitivo.



sábado, 21 de julho de 2012

“Avenida Brasil”: Juca de Oliveira pega carona no meio do caminho da história e praticamente assume o posto de condutor de um bonde cercado de mistérios


Juca de Oliveira e Vera Holtz protagonizaram uma cena que, na minha visão, representa o auge do encontro perfeito entre texto, interpretação e direção no capítulo de “Avenida Brasil” dessa sexta-feira (20), quando Santiago e Mãe Lucinda se encontram. A cena é aquela em que Lucinda, desesperada por Nina (Débora Falabela) ter conseguido fotos que denunciam o adultério de Carminha (Adriana Esteves), busca ajuda do velho amigo. São poucos minutos de puro teatro na TV, graças a um talento irretocável de um ator que já foi o “galã número um” da televisão quando fez o personagem-título da novela “Nino, o Italianinho”, em 1969. E construiu uma carreira baseada puramente na arte de atuar.
 
“É a roda do destino. Você não pode segurar as engrenagens. Não deixa que a tua culpa mascare a verdade”, diz Santiago, através da fala emocionada e entregue de seu intérprete. “A Carminha nunca teve coração, conheço tão bem aquela índole, aquela alma corrompida. Eu tenho medo dela”, revela Santiago a uma Lucinda sempre disfarçada nos seus sentimentos.  

Na linguagem popular, Juca pegou o bonde andando. Entrou na novela de João Emanuel Carneiro, sucesso absoluto de público e de crítica, praticamente na metade da história. E nem precisaria pedir para sentar na janela. Já chegou mostrando que comanda o rumo da sua história e da história dos personagens que lhe colocam nas mãos. Está em suas mãos o único segredo ainda não revelado da novela.

Após uma carreira tão bem construída, um grande ator não precisa de cem capítulos em uma novela, basta uma cena e o olhar mais sensível e criterioso para ser identificado.  Aos 77 anos, Juca mantém a fala suave e cativante do galã que quer conquistar a amada: “Eu queria tanto que você não saísse por aquela porta, que me desse uma chance. Nada mudou para mim. O que eu senti por você, nada se apagou”, diz Santiago a Lucinda. 

Grande Santiago! Grande Juca!



quinta-feira, 19 de julho de 2012

“Suits”: O senso de humor nos diálogos e a agilidade nas ações são o forte da série que mostra as peripécias de um conceituado advogado ligado por uma mentira a um jovem esperto e com mente brilhante

“Suits”, nova série do canal Space exibida nas noites de quarta-feira, às 21h, é mais uma opção para o público que aprecia histórias envolvendo advogados, investigações e tribunais. Mas não espere a seriedade de um “Law & Order”. Com roteiro honesto e diálogos com um discreto senso de humor até nas situações que poderiam ser dramáticas, a série agrada principalmente por ser despretensiosa. Embora trate de temas sérios, como ética, lealdade e honestidade, de forma ágil mas sem excesso de dramaticidade.

As histórias se passam em um importante escritório de advocacia de Nova York onde um de seus maiores “tubarões”, Harvey Specter, interpretado por Gabriel Macht (que atuou em filmes como “Amor e Outras Drogas,The Spirit e Atrás das Linhas Inimigas), é conhecido por suas atitudes audaciosas diante dos processos que a empresa encara. Mas sua iniciativa mais ousada foi ter contratado Mike Ross, vivido por Patrick J. Adams, um jovem que abandonou a faculdade de Direito, mas que com sua memória brilhante conseguiu passar no exame da Ordem dos Advogados.

Encantado com a inteligência do jovem, Harvey ignora a política da firma de exigir que sejam contratados apenas profissionais graduados em Harvard. E assim os dois viram cúmplices de uma mentira. A cumplicidade entre Harvey e Mike é o que move os episódios. Como no dessa quarta-feira (18), em que Harvey pede que o novato estude todos os estatutos de um contrato com mais de três mil páginas para impedir que o diretor de uma empresa automotiva consiga suspender os serviços advocatícios do seu escritório. O veterano, frio e calculista, admira a capacidade de aprendizado do rapaz. E está sempre lhe dando dicas de como sobreviver no ambiente competitivo do mundo da jurisprudência. Algumas nem tão politicamente corretas. “A primeira impressão é a que fica. Se começar um jogo perdendo, nunca vai ganhar”, afirma Harvey, ao justificar que atualmente pode ir embora do escritório a hora que quiser porque quando começou chegava cedo, fazendo todos acreditarem que trabalhava cem horas por dia. 

Criada por Aaron Korsh (“Everybody Loves Raymond”) e coproduzida pelo cineasta Doug Liman (da trilogia “The Identity Bourne”), “Suits” teve boa repercussão nos Estados Unidos em sua primeira temporada pelo USA Network. A segunda estreou em junho. O papel de Mike rendeu a Patrick uma indicação como ator revelação ao Screen Actors Guild Awards de 2011.

O que não agradará a muitos telespectadores é que no Space a série é dublada. Mas, tirando esse porém, pode ser interessante acompanhar as manhas e artimanhas de Mike e Harvey para esconderem seu segredo de todos, inclusive da sócia do escritório, Jessica (Gina Torres), e do arqui-inimigo do advogado, Louis (Rick Hoffman), que estará sempre tentando dificultar a vida de Mike, que tem como aliados as assistentes jurídicas Rachel (Meghan Markle) e Donna (Sarah Rafferty). Vale como entretenimento.