domingo, 12 de maio de 2013

“Surtadas Na Yoga”: Fernanda Young e Alexandre Machado brincam com o zen e acertam o passo no tom de ironia levado para ambientes de doutrinas orientais


Fernanda Young e Alexandre Machado, autores de “Surtadas na Yoga”, que estreou no GNT na quarta-feira (6), conseguiram tratar de uma forma bem humorada e levemente irônica o universo zen dos adeptos das tradicionais disciplinas físicas e mentais originárias da Índia. É no encontro em uma academia de yoga que três mulheres, Jéssica, interpretada pela própria Fernanda, Ana Maria, personagem de Flávia Garrafa, e Marion, interpretada por Anna Sophia Folch, vivem situações hilárias que mais parecem sessões de descarrego do que propriamente a busca por uma paz interior.

Não, elas não são amigas. São apenas pessoas que se encontram três vezes por semana nas aulas de yoga. Mas se comportam como se uma fosse a válvula de escape da outra em seus próprios problemas pessoais e emocionais. Há um quê de deboche também na postura do “Mestre” (Rafael Sieg), meio lunático, meio egocêntrico, ao tentar ensinar os passos da doutrina oriental, enquanto as três estão mais preocupadas em fazer fofocas, comentar notícias da TV e de qualquer outro assunto que nada tem a ver com a aula. Como a nova tatuagem que Marion fez na bunda do desenho de um cogumelo sobre um caramujo, que Jéssica e Ana Maria garantem ser um bilau pingando. É o que basta para Marion ter seu primeiro surto.

O momento surtada de Jéssica acontece no momento em que ela é flagrada na aula com cerveja na garrafinha que deveria ser usada para água pelas alunas. Mas o surto mais engraçado foi o de Ana Maria, quando Jéssica denuncia que ela tem a “shana gorda” e ainda usa uma leg justíssima que deixa a genitália dividida “como uma tangerina”. Aliás, por ser exibida num canal por assinatura, Fernanda e Alexandre têm maior liberdade no texto, sem passar pelo crivo da classificação etária da TV aberta, como acontece em “O Dentista Maluco”, também de autoria do casal, no ar na Rede Globo. “Liga para a Angelina Jolie e avisa que ela esqueceu a boca no meio das suas pernas”, diz Jéssica para Ana Maria.

No último bloco, durante uma sessão de liberação das emoções, as três explodem numa reconciliação “bombástica”, destoando totalmente do ambiente espiritualmente elevado. E sobem os créditos ao som de Moacyr Franco cantando “Não, não posso parar, se eu paro eu penso, se eu penso eu choro...”, letra da música “Mundo Maluco” composta pelo próprio nos anos 60, em parceria com o maestro Nelsinho e o jornalista David Nasser.

O toque sério da série cômica dirigida por Arthur Fontes fica por conta de mensagens de grandes mestres inseridas pela arte, como essa de Mahatma Gandhi: “Primeiro ignoram você. Depois riem de você. Depois lutam contra você. Então você vence!”.

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