Fernanda Young e Alexandre Machado, autores de “Surtadas
na Yoga”, que estreou no GNT na quarta-feira (6), conseguiram tratar de uma
forma bem humorada e levemente irônica o universo zen dos adeptos das tradicionais
disciplinas físicas e mentais originárias da Índia. É no encontro em uma
academia de yoga que três mulheres, Jéssica, interpretada pela própria
Fernanda, Ana Maria, personagem de Flávia Garrafa, e Marion, interpretada por Anna
Sophia Folch, vivem situações hilárias que mais parecem sessões de descarrego
do que propriamente a busca por uma paz interior.
Não, elas não são amigas. São apenas pessoas que se
encontram três vezes por semana nas aulas de yoga. Mas se comportam como se uma
fosse a válvula de escape da outra em seus próprios problemas pessoais e
emocionais. Há um quê de deboche também na postura do “Mestre” (Rafael Sieg), meio
lunático, meio egocêntrico, ao tentar ensinar os passos da doutrina oriental, enquanto
as três estão mais preocupadas em fazer fofocas, comentar notícias da TV e de
qualquer outro assunto que nada tem a ver com a aula. Como a nova tatuagem que Marion
fez na bunda do desenho de um cogumelo sobre um caramujo, que Jéssica e Ana
Maria garantem ser um bilau pingando. É o que basta para Marion ter seu
primeiro surto.
O momento surtada de Jéssica acontece no momento em
que ela é flagrada na aula com cerveja na garrafinha que deveria ser usada para
água pelas alunas. Mas o surto mais engraçado foi o de Ana Maria, quando
Jéssica denuncia que ela tem a “shana gorda” e ainda usa uma leg justíssima que
deixa a genitália dividida “como uma tangerina”. Aliás, por ser exibida num
canal por assinatura, Fernanda e Alexandre têm maior liberdade no texto, sem
passar pelo crivo da classificação etária da TV aberta, como acontece em “O
Dentista Maluco”, também de autoria do casal, no ar na Rede Globo. “Liga para a
Angelina Jolie e avisa que ela esqueceu a boca no meio das suas pernas”, diz
Jéssica para Ana Maria.
No último bloco, durante uma sessão de liberação das
emoções, as três explodem numa reconciliação “bombástica”, destoando totalmente
do ambiente espiritualmente elevado. E sobem os créditos ao som de Moacyr
Franco cantando “Não, não posso parar, se eu paro eu penso, se eu penso eu
choro...”, letra da música “Mundo Maluco” composta pelo próprio nos anos 60, em
parceria com o maestro Nelsinho e o jornalista David Nasser.
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