sexta-feira, 24 de maio de 2013

Análise: Comediantes como Fafy Siqueira, Fabiana Karla e Castrinho provam que atores como eles têm talento para fazer personagem também fora de humorísticos


Atores que encaram a profissão usando o que eles têm de melhor, o humor, sabem o quanto é difícil não abrir mão desse talento e ao mesmo tempo não ficar preso a apenas programas humorísticos. Três novelas recém estreadas, “Sangue Bom” e “Amor à Vida”, na Rede Globo, e “Dona Xepa”, na Record, estão voltando a dar abertura a esses profissionais, embora apelando ainda por seus lados cômicos. Lá estão, respectivamente, Fafy Siqueira, Fabiana Karla e Castrinho, interpretando personagens com história, e não apenas partes de esquetes.

Na novela das sete da Globo, Fafy Siqueira é um dos maiores exemplos de superação do rótulo. A atriz tem extensa carreira em participações na dramaturgia, como nas minisséries “Dalva e Heryvelto – Uma Lição de Amor” (2010), em que fez uma participação como Dercy Gonçalves, e em “Dercy de Verdade” (2012), na qual viveu a personagem-título na fase madura. Mas, para o grande público, ainda é mais conhecida por suas imitações em programas de humor, como as que faz de Roberto Carlos e Ronald Golias. Na atual trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, Fafy entrou como Madá, a mãe doidivana de Bárbara (Giulia Gam). Em suas cenas, a atriz já prometeu estar pronta para levar graça também para o folhetim.

No horário nobre da mesma emissora, Fabiana Karla, cuja personagem no “Zorra Total” tem o bordão “Pode. Não Pode”, exerce na trama de Walcyr Carrasco a missão de guardar o segredo sobre Paula (Karla Castanho), a filha de Paloma (Paolla Oliveira) adotada por Bruno (Malvino Salvador). A leveza de Perséfone estará no fato de ser uma mulher madura que ainda é virgem e está à espera de um grande amor.  

Já na Record, Castrinho, que participou de muitos humorísticos da Globo, como “Escolinha do Professor Raimundo”, tem tido várias oportunidades na emissora em novelas, como já aconteceu em “Bicho do Mato” (2006) e “Poder Paralelo” (2009), agora ganha mais um espaço na dramaturgia com o italiano Ângelo, dono de uma padaria na nova versão de “Dona Xepa”. É mais uma oportunidade de sair de um nicho fechado.

Vale lembrar que esse é um estigma que foi bravamente derrubado por Chico Anysio, um ator completo que perambulava pelo drama com a mesma competência com que saltitava na comédia. É uma questão de escolha. É uma questão de oportunidades. É uma questão de postura. E de talento e vocação.






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