quarta-feira, 8 de maio de 2013

Reprise prematura de “Avenida Brasil” no quadro “Novelão” do “Vídeo Show”, com mesmo atores de “Flor do Caribe”, reforça falta de ousadia na renovação de casting, que se repete no ar em mais de um horário



Apenas sete meses após ter ido ao ar o último capítulo de “Avenida Brasil”, a Rede Globo anuncia a novela como a escolhida para ir ao ar a partir da próxima segunda-feira (13) no quadro “Novelão” do “Vídeo Show”. Não bastasse a trama escrita por João Emanuel Carneiro ter sido exibida há tão pouco tempo e com grande sucesso, essa reprise resumida pode confundir a cabeça do público de “Flor do Caribe”, que traz vários atores que emendaram um trabalho no outro.

Diretamente saídos de “Avenida Brasil”, estão lá na novela seis de Walter Negrão atores que tiveram papel de destaque anteriormente, como Juca de Oliveira, José Loreto, Débora Nascimento, Thiago Martins, Bruno Gissoni, Aílton Graça e Rita Guedes. Será curioso rever o grande Juca de Oliveira no começo da tarde como o maquiavélico dissimulado Santiago, pai da vilã-mor Carminha (Adriana Esteves), e no início da noite aparecer como o judeu Samuel, uma vítima traumatizada do nazismo. Assim como José Loreto, que reaparecerá na versão do descolado Darkson e voltará mais tarde na do ingênuo e aluado Candinho.

Essa repetição de artistas no ar em tão pouco tempo só vem reforçar o que se constata há muito tempo: a escalação dos mesmos atores em trabalhos sucessivos. Como acontece em “Sangue Bom”, que traz nos papéis principais Marco Pigossi, que estava no ar ano passado como Juvenal Leal em “Gabriela”; Fernanda Vasconcellos, que até o começo de 2012 encabeçava o elenco principal de “A Vida da Gente”, assim como Regiane Alves, que era da mesma trama; e Humberto Carrão, Jayme Matarazzo, Daniel Dantas e Isabelle Drummond, que até setembro estavam no ar em “Cheias de Charme”.

Essa falta de renovação no casting não deixa de ser um reflexo das poucas oportunidades na autoria e direção da emissora. Mesmo os novos autores que estão tendo chance de mostrar seus trabalhos acabam se prendendo (ou são submetidos) à ideia do sucesso certo (?) com os "queridinhos" da casa no elenco. Não se colocam do “outro lado” onde eles próprios estavam. Já no caso de diretores, é raro encontrar um novo nome assumindo o controle geral. Quando acontece, está submetido a um núcleo superior e não tem liberdade nem coragem de ousar.

Exceção seja feita a Luiz Fernando Carvalho, um diretor independente e desbravador que encabeça projetos nos quais lança artistas desconhecidos do eixo Rio-São Paulo e até anônimos como protagonistas, como fez em “Hoje É Dia de Maria”, “A Pedra do Reino” e mais recentemente em “Subúrbia”. Aí é apenas um ponto do que e de quem faz toda a diferença.



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