sábado, 25 de maio de 2013

“Sangue Bom”: Autores extrapolam com insinuações sobre Cigano Igor que poderiam ser cômicas se não estivessem há duas décadas superadas, já que outros surgiram depois e continuam no ar


Maria Adelaide Amaral e Vincent Villarin não só pegaram pesado como também erraram na mão ao colocar em “Sangue Bom”, novela da Rede Globo de sua autoria, uma piada fora de época e totalmente desnecessária ao voltar a colocar Ricardo Macchi a uma exposição vexatória que já o atormentam há quase três décadas por sua estréia em novelas como o Cigano Igor de “Explode Coração”.  No folhetim das sete, Madá, a personagem pirada de Fafy Siqueira, debocha de sua filha, a atriz decadente Bárbara (Giulia Gam) com a afirmação: “Você não foi capaz nem de fazer par com o Cigano Igor”.

A citação foi uma referência à criticada atuação de Macchi na trama de Glória Perez exibida em 1995. Vamos combinar que, depois dele, muitos outros atores nem tão providos de talento assim têm povoado as novelas da emissora no papel de protagonistas. Por que não citar esses mais recentes? Aliás, bem atuais. Ou, para ser mais elegante, homenagear outros autores citando personagens marcantes em outros trabalhos? 

É bom lembrar que a história de Maria Adelaide e Vincent, com direção geral de Carlos Araújo e núcleo de Dennis Carvalho, tem como uma de suas vértices fazer uma crítica à fama fácil e instantânea. Esquecem-se, no entanto, que a própria emissora em que trabalham é uma das maiores chocadeiras de “celebridades da mídia” nascidas na estufa da casa do “Big Brother Brasil”. E esquecem-se de que têm no elenco de sua novela Ellen Roche, ex-Casa dos Artistas, do SBT, que foi casada com Macchi durante oito anos, e aposta apenas nos seus atributos físicos para viver uma Mulher Fruta, a Mangaba. Cadê a cobrança de seu talento dramatúrgico?

Maria Adelaide Amaral sempre foi uma das escritoras que mais mereceram minha admiração por seus textos memoráveis, principalmente em minisséries como “Os Maias”, “A Casa das Sete Mulheres” e “Dalva e Herivelto –Uma Canção de Amor”, entre tantos outros trabalhos, mas dessa vez, em “Sangue Bom”, ela errou na mão.




Mais "Sangue Bom" em:

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