sábado, 11 de maio de 2013

“Sangue Bom”: Em poucas cenas, Yoná Magalhães mostra ser a grande estrela que se sobrepõem ao tempo, com o talento e a classe que sempre marcaram sua trajetória


Yoná Magalhães voltou a mostrar em “Sangue Bom”, novela das sete da Rede Globo, a luz e o vigor que vêm acompanhando a atriz ao longo dos seus 58 anos de carreira. Não bastasse o talento daquela que foi uma das primeiras mocinhas das telenovelas brasileiras, aos 77 anos de idade, Yoná mostra uma boa forma e uma beleza que, apesar de madura, traz traços joviais de causarem inveja a muitas atrizes de gerações mais recentes.

Na novela escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari e dirigida por Carlos Araújo, ela interpreta Glória Pais, mulher que fez parte da alta sociedade, mas que não perdeu a classe após a falência.  “A ruína nos levou os bens, mas não a educação e a paz”, afirma a personagem a Perácio, seu filho, interpretado por Felipe Camargo. De família tradicional, Glória, controladora e orgulhosa, não se conforma com o comportamento nada elegante de sua nora, Brenda (Letícia Isnard), que tem dois filhos de outro casamento, Xande (Felipe Lima) e Tábata (Samya Pascotto).

A história de Yoná é tão rica quanto a da maioria de suas personagens. Voltando um pouco no tempo, dá para lembrar que ela esteve em “Saramandaia”, em 1976, que agora ganhará um remake na Globo. Foi a Matilde de “Roque Santeiro” (1985), a inesquecível Tonha de “Tieta” (1989), a Carmela Ferreto de “A Próxima Vítima” (1995), a Úrsula de “A Padroeira” (2001), a Flaviana de “Senhora do Destino” (2004) e em seu mais recente trabalho em novelas, há quatro anos, foi a Adalgisa de “Cama de Gato”.

Sem falar em seus trabalhos em minisséries, como a Geni de “Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados” (1995); no teatro, em que ficou seis anos em cartaz com a primeira montagem de “A Partilha” (1991), e no cinema, onde, entre outros filmes, protagonizou “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, longa de 1964 que virou um marco, dirigido por Glauber Rocha.

É sempre gratificante ver em cena grandes atrizes que realmente têm não apenas uma trajetória rica e fazem parte da história da TV, como também não pararam no tempo e continuam servindo de exemplo às mais diversas gerações. Em poucas cenas, Yoná Magalhães mostra que continua sendo uma grande estrela que se sobrepõem ao tempo e não perde o talento e a classe que marcam sua trajetória.

Resta torcer para que não aconteça com Yoná Magalhães em “Sangue Bom” o mesmo que tem se repetido em muitas novelas em que atores veteranos que construíram suas carreiras dignamente em função de seus talentos acabam ficando esquecidos nas tramas com papéis insignificantes, como se fossem de terceiro escalão.


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