sábado, 4 de maio de 2013

“Sangue Bom”: Ingrid Guimarães e Marisa Orth garantem o humor, mas caem no rol dos comediantes que se repetem no gênero


Que Ingrid Guimarães e Marisa Orth são duas atrizes que nasceram com “savoir faire” para comédia, disso não há a menor dúvida. Tanto que, embora em núcleos distintos, as duas têm garantido os melhores momentos de humor em “Sangue Bom”, nova novela das sete da Rede Globo. O maior risco que as duas correm é de repetirem sempre o mesmo tipo de interpretação ao se preocuparem unicamente em serem engraçadas.

Ingrid, intérprete de Tina, uma secretária deslumbrada obcecada pela ideia de se casar, está parecendo uma mistura da modelete Leandra Gomes que a atriz fazia em um quadro do “Fantástico”, de 2008, com a Alice Segretto, a dona de uma sex shop no filme “De Pernas Pro Ar”, que já teve duas fases, uma em 2010 e outra em 2012.

Marisa, no papel de Damáris, uma mulher inconveniente e sem noção do ridículo, dá a impressão de ser uma mistura das personagens que fez no “TV Pirata”, humorístico do fim dos anos 80 e início dos 90, com a Magda do “Sai de Baixo”, exibida de 1996 a 2002, em que fazia a morena burra Magda.

Nada que tire das duas atrizes seus talentos natos, mas é inegável que suas personalidades fortes e interpretações marcantes não deixam que as personagens se sobressaiam a elas próprias em papéis desse gênero. Acontecia com Dercy Gonçalves. Acontece com Miguel Falabella. Não importa a personagem que interpretam, se a proposta é ser comediante, eles serão eles mesmos com o melhor que têm para dar. Resta saber se elas estão realmente preparadas para caírem no risco de serem incluídas no rol de atores comediantes que se repetem no gênero sendo sempre eles mesmos. Algo que não atingia o grande mestre Chico Anysio, que nunca era ele próprio e fazia um drama com a mesma competência com que se entregava ao humor.



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