quinta-feira, 21 de junho de 2012

“Reviva Especial”: Faltou mais descontração por parte dos convidados justamente no programa destinado ao humor na TV



Faltou graça justamente no “Reviva Especial” voltado para o humor, que encerrou na segunda-feira (18), no canal Viva, a série de cinco programas temáticos sobre vários gêneros de atrações da televisão brasileira. O jornalista Zeca Camargo comandou o bate-papo que reuniu o humorista Marcius Melhem, o ator Diogo Vilela, a autora Maria Carmen Barbosa e o diretor Maurício Farias. O problema é que, apesar de todos trabalharem com comédia, fora de cena não demonstram muita descontração. Pelo contrário, com exceção de Maria Carmen, são até bastante sérios. 

O que valeu mesmo foram os clipes reunindo imagens de sucessos memoráveis como “Escolinha do Professor Raimundo”, “Os Trapalhões”, “Viva o Gordo” e “Sai de Baixo”, entre outros. Mas, num canal voltado para a reprise de programas antigos, faltou a presença de profissionais mais veteranos da área para o debate ficar mais rico de histórias e também mais descontraído, como os divertidos Agildo Ribeiro e Paulo Silvino. 

Ao tratarem de temas como a forma como o humor é tratado atualmente e os valores de tempos atrás, foram os depoimentos gravados por Hebe Camargo, Jorge Fernando, Maurício Sherman e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho que temperaram a discussão. “Vejo com tristeza esse humor agressivo. Não que eles não tenham talento. Eu respeito, mas não quero que ninguém grite comigo, dê soco na minha cabeça, que ninguém me menospreze. É uma covardia, o sujeito me entrevista e depois edita e me ridiculariza, quando ele que me entrevistou é muito inferior à minha competência não só como artista, também como intelectual”, afirmou Boni.

O “TV Pirata” foi um dos mais comentados, certamente por estar sendo reprisado pelo canal atualmente. Diogo Vilela, que fazia parte do elenco do humorístico, falou sobre a irreverência do programa: “A anarquia estimulava uma autocrítica. Acho que isso era uma novidade”. Já Marcius Melhem comentou sobre a nova safra de comediantes: “Tem muitos colegas chegando agora, eu chamo de adolescência da fama. Agride, agride e nem sabe aonde quer chegar. Aí, esquece de fazer humor e fica uma coisa do próprio umbigo”, alfinetou.

E em meio a muitas teorias sobre a necessidade de renovação, o que ficou mesmo foi a sensação de que os grandes mestres do humor ficaram no túnel do tempo. Como afirmou Boni, após a exibição de imagens com vários personagens criados e vividos por Chico Anysio: “Ele é único no mundo. Você não via o Chico fazendo o Paulo. Era o Paulo. Era a alma do personagem. Esses artistas são especiais. São os Chaplins”, concluiu Boni.



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