sábado, 16 de junho de 2012

“Globo Mar”: O jornalístico que mergulha na rotina e mistérios da vida marítima encerra mais uma temporada mantendo a mesma qualidade de produção e de imagens mostrada desde a sua estreia, em 2010

Em uma semana em que alguns programas encerraram a temporada deste ano na Globo, como o humorístico “Casseta e Planeta Vai Fundo” e o seriado “Loucos Por Ela”, o que realmente fará falta é o jornalístico “Globo Mar”. Não por fazer parte de um gênero mais sério, diferentemente dos outros dois, voltados para o humor, mas por realmente ser um programa que corresponde ao padrão de qualidade que a emissora tanto gosta de exaltar, com pautas voltadas ao mar, à pesca e tudo que tenha relação com o oceano.

A volta do “Casseta e Planeta” se mostrou totalmente desnecessária. A trupe formada por Hélio de La Peña, Claudio Manuel, Sérgio Madureira, Reinaldo, Hubert, Beto Silva, agora reforçada no texto por Fabito Rychter, Alessandro Goldbach, Ricardo VR, Fernando Aragão, Fábio Porchart, Allan Sieber, Arnaldo Branco, Mederihjon Corumbá e Guemin, nada acrescentou de novo ao humor. Foi muito do mesmo nas atuações e as mudanças de quadros deixaram a desejar. É esperar que na próxima temporada, já garantida no fim do ano, os veteranos humoristas voltem mais criativos.

Já a primeira temporada de “Loucos Por Ela”, que também já tem uma segunda prevista, deixou muito a desejar. As histórias na maioria dos episódios eram tão fracas que nem um roteiro bem costurado salvava. Du Moscovis não parecia confortável no papel do galã que virou comediante. Deborah Secco mudou do vinho da Natalie Lamour de “Insensato Coração” para a aguada Giovana do seriado. O único ponto alto do programa foi contar com Glória Menezes no elenco. Não foi de surpreender que ela tenha roubado não uma mas várias cenas no papel da esperta vovó Violeta.

Ainda sem uma quarta temporada confirmada, “Globo Mar” se despediu da terceira nessa quinta-feira (14), mostrando uma das riquezas do litoral norte de São Paulo: a produção de vieiras por populações caiçaras em fazendas isoladas em ilhas isoladas na região. E ainda trouxe belas imagens submarinas ao contar sobre os naufrágios que aconteceram na Ilha Bela, como o do navio Príncipe das Astúrias, o maior da história registrado em águas brasileiras.

O programa, sem dúvida, é resultado do esforço de toda uma equipe que, fica claro nas reportagens, trabalha unida e manifestando prazer no que faz, até mesmo nas situações de dificuldades. Sem falar no jeito simples e familiar com que o repórter Ernesto Paglia conduz as matérias, deixando de lado qualquer tom didático mesmo nos casos em que é preciso destacar a necessidade de cuidados para a preservação do meio ambiente. A repórter Poliana Britta também se saiu muito bem nas matérias conduzidas por ela.

Entre os muitos temas abordados neste ano estão o projeto que preserva tubarões em Pernambuco, a pesca de cerco e da lula em Arraial do Cabo (RJ), o refúgio das baleias baluarte em Abrolhos, as belezas da Ilha do Mel no litoral do Paraná e a pesca artesanal em Caiçara, no Rio Grande do Norte. Em tempos de Rio+20, programas preocupados com o planeta e com excelentes trabalhos de pesquisa, roteirização, edição, registro de imagens, disposição e prazer na execução como esse, devem ser valorizados e não terem apenas temporadas, mas espaço fixo na grade das emissoras. E, de preferência, em um horário mais nobre.

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