Cauã
Reymond, definitivamente, assinou sua rubrica como mais um grande ator de sua
geração no capítulo dessa quinta-feira (7) de “Avenida Brasil”, em que
Jorginho, seu personagem na novela das nove da Globo, anuncia em público ter
descoberto ser filho biológico de Carminha, a mulher que o abandonou quando
criança no lixão, interpretada por Adriana Esteves. Cauã já vinha ensaiando
esse ápice em capítulos anteriores em cenas extremamente fortes que claramente
exigiam do ator um mergulho psicológico profundo em um personagem conturbado e
emocionalmente frágil. Seu crescimento e sua evolução em cena aconteceram de
forma tão escancaradamente arrebatadora que não teve como não ter a sensação de
se estar dividindo com Jorginho toda aquela dor e emoção que ele estava
sentindo.
Cauã, sem
a menor dúvida, provou ter atingido uma maturidade que poucos artistas de sua
idade revelam com seu tempo de carreira. Mas é preciso lembrar também que cenas
tão fortes e arrebatadoras como as que ele acaba de protagonizar só acontecem
graças a um somatório de fatores. A começar pelo brilhante texto do autor, João
Emanuel Carneiro, passando pela atenta direção e cuidadoso trabalho da equipe
de produção, até chegar à interpretação do elenco.
Carioca,
depois de ter começado uma carreira como modelo e feito cursos de interpretação
no exterior, Cauã estreou como ator na televisão em “Malhação”, em 2002, e logo
se destacou como o Mau-Mau da trama. Três anos depois, no horário nobre, foi o
garoto de programa que participava de uma das cenas cruciais do final de
“Belíssima”, ao lado de Fernanda Montenegro. A partir daí passou a fazer parte
da linha de frente do elenco global.
Inicialmente, o menino problemático saído do
lixão corria o risco de cair na armadilha de repetir o perfil de Danilo
Gouveia, o jovem drogado de “Passione”, mas Cauã soube transpor com agilidade
as fronteiras entre um e outro personagem. E o seu Jorginho está sendo, sem
dúvida, uma grata surpresa, digno de orgulho, inclusive, para atores já
consagrados como Murilo Benício e Adriana Esteves, respectivamente Tufão e
Carminha, seus pais na ficção. E tornando-se quase um protagonista
independente, sem precisar mais de Nina, ou Rita, personagem de Débora
Falabella, que há muito deixou de ser a mocinha para dividir com Carminha o
papel de vilã.