sexta-feira, 8 de junho de 2012

“Avenida Brasil”: Após vários capítulos se sobressaindo, Cauã Reymond atinge seu ápice de interpretação em cena crucial na trama de João Emanuel Carneiro

Cauã Reymond, definitivamente, assinou sua rubrica como mais um grande ator de sua geração no capítulo dessa quinta-feira (7) de “Avenida Brasil”, em que Jorginho, seu personagem na novela das nove da Globo, anuncia em público ter descoberto ser filho biológico de Carminha, a mulher que o abandonou quando criança no lixão, interpretada por Adriana Esteves. Cauã já vinha ensaiando esse ápice em capítulos anteriores em cenas extremamente fortes que claramente exigiam do ator um mergulho psicológico profundo em um personagem conturbado e emocionalmente frágil. Seu crescimento e sua evolução em cena aconteceram de forma tão escancaradamente arrebatadora que não teve como não ter a sensação de se estar dividindo com Jorginho toda aquela dor e emoção que ele estava sentindo.

Cauã, sem a menor dúvida, provou ter atingido uma maturidade que poucos artistas de sua idade revelam com seu tempo de carreira. Mas é preciso lembrar também que cenas tão fortes e arrebatadoras como as que ele acaba de protagonizar só acontecem graças a um somatório de fatores. A começar pelo brilhante texto do autor, João Emanuel Carneiro, passando pela atenta direção e cuidadoso trabalho da equipe de produção, até chegar à interpretação do elenco.

Carioca, depois de ter começado uma carreira como modelo e feito cursos de interpretação no exterior, Cauã estreou como ator na televisão em “Malhação”, em 2002, e logo se destacou como o Mau-Mau da trama. Três anos depois, no horário nobre, foi o garoto de programa que participava de uma das cenas cruciais do final de “Belíssima”, ao lado de Fernanda Montenegro. A partir daí passou a fazer parte da linha de frente do elenco global.

Inicialmente, o menino problemático saído do lixão corria o risco de cair na armadilha de repetir o perfil de Danilo Gouveia, o jovem drogado de “Passione”, mas Cauã soube transpor com agilidade as fronteiras entre um e outro personagem. E o seu Jorginho está sendo, sem dúvida, uma grata surpresa, digno de orgulho, inclusive, para atores já consagrados como Murilo Benício e Adriana Esteves, respectivamente Tufão e Carminha, seus pais na ficção. E tornando-se quase um protagonista independente, sem precisar mais de Nina, ou Rita, personagem de Débora Falabella, que há muito deixou de ser a mocinha para dividir com Carminha o papel de vilã.