Felipe Andreoli não saiu
do “CQC” nas noites de segunda-feira na Band para apresentar o esportivo “Deu
Olé” nas tardes de sábado, na mesma emissora, mas mantém a mesma desenvoltura tanto
em um quanto em outro. Não que isso seja um problema, pelo contrário, o jeito
irreverente como o jornalista conduz suas reportagens e apresentação é um ponto
positivo. Nesse sábado (23), ele abriu o programa falando sobre a repercussão que
a presença do jogador Kaká na estreia, na semana anterior, teve até nos sites
esportivos internacionais. Não foi para menos, já que o brasileiro que tem fama
de certinho, atualmente jogando no Real Madrid, apareceu no “Quadro dos Sonhos”
vestido de metaleiro, fazendo cara de mau, ouvindo heavy metal, comendo
cachorro-quente e esperando um ônibus no ponto.
A proposta do “Deu Olé” é
mostrar um bate-papo descontraído entre Felipe, o ex-jogador Denílson e a
jornalista Paloma Tocci, que apresentava o “Belas na Rede” na Rede TV!, num
cenário colorido, sobre os fatos esportivos da semana. Tanto no estúdio
quanto nos quadros com atletas convidados, o tom é muito mais de brincadeiras
do que informativo. O quadro “Notícias
Mais Importantes da Semana” parece até uma cópia do “Sensacionalista”, telejornal
do canal Multishow com notícias isentas de verdade e carregadas de humor.
A falta de informações
concretas sobre resultados da rodada é proposital, mas pode afastar o público
mais interessado em esporte do que em piadas. Também chega a ser irritante o
narcisismo de Denílson, o tempo todo fazendo caras e bocas para a câmera, até
quando não é ele o foco. Para piorar, não se toca que está falando bobagens
totalmente sem graça e fazendo a linha “apresentador-galã-mala”. Precisava
mostrar a capa de um disco antigo da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, lembrando
que é cunhado de Zezé? “Senão eu apanho lá em casa”, afirmou ele, numa clara
demonstração de exibicionismo por ser casado com Luciene Di Camargo.
Paloma estava bem no papel
de repórter no São Paulo Fashion Week entrevistando a modelo Júlia Petit, que
deu dicas sobre os uniformes dos times de futebol e criticou o excesso de
patrocínio nas camisetas. Mas no estúdio, Paloma parecia perdida entre as
sacadas de Felipe e as ironias inconvenientes de Denílson. E depois de já ter
feito coraçãozinho com as mãos para chamar imagens da Eurocopa, ela deu uma de
Mônica Iozzi, se insinuando para o campeão de pesos-pesados do UFC, Junior
Cigano, que apareceu vestido de vidente no “Quadro dos Sonhos”, dançando Sidney
Magal.
Alguns quadros não tiveram
nem informação nem graça. Como o “Jogo da Verdade”, em que entrevistas são
mostradas na versão original e depois dubladas e as declarações dos
entrevistados são alteradas por afirmações que o programa julga serem as verdadeiras.
Os “bola da vez” foram Joel Santana e Roger. Foi uma tentativa de ser crítico,
mas sendo totalmente desnecessário. E o “Lição
de Casa”, no qual são mostrados vídeos enviados por internautas mostrando suas
habilidade, ou falta de, com a bola, foi chamado no ar de “Top Five”, numa
clara tentativa de imitação do “CQC”.
E, para encerrar, tem a
Tartaruga Tobias, numa cópia escancarada do polvo Paul, que ficou famoso por
acertar o resultado de oito jogos na Copa do Mundo de 2010, atraído por
mexilhões que eram colocados em dois potes com a bandeira dos países que iriam
se enfrentar. O mesmo é feito com uma tartaruga, que deve escolher entre duas
traves, cada uma representando um time que irá disputar a rodada do
fim-de-semana. Embora a audiência tenha sido considerada satisfatória pela Band
na estreia, com média de 3 pontos, teve uma leve queda para 2.5 pontos na
segunda edição e não tirou a emissora do quarto lugar no ibope. Resta saber por
quanto tempo o humor vai vencer em campo a falta de informação.