sexta-feira, 29 de junho de 2012

“As Brasileiras”: Fernanda Montenegro, Pedro Paulo Rangel e Paulo José, em plena sintonia no talento e na emoção, fazem do último episódio da série criada por Daniel Filho o melhor de todos dessa temporada



Fernanda Montenegro não cansa de mostrar, com a maior naturalidade do mundo, por que é considerada uma das maiores damas da TV, teatro e cinema de todos os tempos. Em “A Maria do Brasil”, último episódio de “As Brasileiras”, que foi ao ar nessa quinta-feira (28), ela mais uma vez conseguiu provocar risos e lágrimas no telespectador, contracenando com outros dois grandes nomes da história da dramaturgia: Pedro Paulo Rangel e Paulo José. A sintonia entre os três só valorizaram o texto de Ana Maria Moretzsohn e de Daniel Filho, que também assinou a direção.

O episódio conta a história de Mary Torres (Fernanda), uma atriz que, apesar da idade avançada, não perde a esperança de ainda atingir o estrelato. Ela divide suas frustações e dificuldades financeiras com o grande amigo Ney (Pedro Paulo). É tocante o começo da trama, quando Mary está em cena no palco de um teatro declamando a cena dramática da morte de sua personagem. Da coxia, Ney murmura junto todas as falas, decoradas até por ele, já que a mesma peça é encenada por Mary há 40 anos para uma plateia quase vazia.

O desespero eufórico de Mary ao receber um telefonema de uma emissora de TV convidando ela a fazer uma participação na novela do horário nobre reflete muito bem a realidade de muitos artistas que, da mesma forma, quase não tiveram oportunidades em suas carreiras. E o mais triste para ela foi constatar que já não tem mais a mesma memória nem audição de tempos atrás. Também parece fora da modernidade de uma produção. “A personagem é velha. Precisa de maquiagem? Eu sou mais velha do que ela!”, questiona para a maquiadora.

A gravação da cena, na qual contracena com o galã da novela, interpretado por Marco Ricca, é um desastre e ela acaba sendo dispensada. É chamada mais uma vez. “Quem nasceu para holofote jamais ficará na escuridão”, vibra seu amigo e parceiro, sempre otimista. Mas o convite é para ser figurante. Na hora, no entanto, graças à insistência de Ney, que a acompanha, ela consegue ganhar uma fala de uma frase. E em meio a muitos vai e vem no set, o destino coloca Mary diante de Rômulo (Paulo José), um fã apaixonado desde quando ela começou a atuar.

A presença de Paulo José em cena é sempre uma grata e emocionada surpresa. Não tem como não aplaudir a forma como o ator se entrega com paixão aos personagens. Vale ressaltar ainda a participação afetiva de Nathalia Timberg, que aparece apenas na tela da TV de Mary e Ney, fazendo a novela exibida dentro do episódio. E seu nome é citado por Mary, recordando dos tempos de juventude em que as duas trabalharam juntas. E, se a felicidade para a atriz veterana não chegou na forma de sucesso e fama, acabou chegando na forma de um grande amor.  “Em tempo algum teve um curso tranquilo o verdadeiro amor. Mas, tudo está bem quando acaba bem!”, afirma Ney, voltado para a câmera, enquanto Mary e Rômulo deixam a ficção para trás e vão ser felizes na “vida real”.
 



“Missão Pet”: Dr. Pet ganha programa próprio no Nat Geo com dicas simples e acessíveis para melhorar o convívio com bichos de estimação de temperamento difícil


Para quem gosta de bicho, Alexandre Rossi, que ficou conhecido do público ao apresentar o quadro “Dr. Pet”, no “Domingo Espetacular” da Record, acaba de ganhar um programa próprio, o “Missão Pet”, que estreou nessa terça-feira (26) no canal National Geographic Brasil. A ideia é a mesma: mostrar o zootecnista ensinando animais a se comportarem de forma adequada. Só que nessa nova série, que terá 13 episódios, não são apenas os bichinhos de estimação que serão alvo do especialista. Além de cães e gatos, ele mostrará suas habilidades em também amansar elefante, tigre, macaco e até papagaio. 

Nesse primeiro episódio, os personagens foram dois cãezinhos bem nervosos: o lhasa Scooby e o dachshund Churros. O primeiro foi recolhido na rua por um jovem casal, mas, mesmo sendo tratado com amor, era agressivo e mordia quem chegasse na casa, inclusive os próprios donos quando era contrariado. O segundo latia desesperadamente e avançava nas visitas e costumava fugir para a rua, deixando toda a família preocupada, com medo que ele fosse atropelado por algum carro.

O mais interessante são os métodos que Rossi utiliza em cada caso. Scooby foi educado graças ao uso de bexigas explodidas por sua dona a cada atitude inconveniente do cão. Para Churros, a arma foi um spray de água, que o ensinou a não mais ultrapassar os limites dos portões da casa. “A gente muda o cachorro por meio do comportamento das pessoas”, explicou ele. São dicas aparentemente simples, como broncas seguidas de sustos e recompensas, como o biscoitinho dado após cada bom comportamento. Mas requer paciência e dedicação dos donos.  Duas semanas após orientar os familiares, Rossi volta aos lares para conferir o resultado e a transformação dos bichos.

Diferentemente do quadro na Record, no qual ele fazia as visitas acompanhado de um mascote, primeiramente foi a cachorrinha Sofia e depois o Mascotinho, ambos vira-latas, agora Rossi não tem mais acompanhante. Nem cenário simulando um consultório veterinário. As explicações intercaladas nos blocos das visitas são gravados em externas variadas.

As situações são interessantes, os conselhos úteis para quem tem pet, mas o programa peca na edição ao repetir várias vezes as mesmas imagens e declarações dos donos dos bichos. Os dois casos são intercalados e cada vez que vai de um para o outro é feito um resumo do que acabou de ser mostrado anteriormente. Não justifica nem se foi para preencher o tempo do programa no ar, já que não há intervalos - pelo menos não teve no primeiro. Com certeza haveria mais situações inéditas para serem mostradas.Sem falar que o telespectador não precisa ser condicionado pela repetição.

De qualquer forma, é uma atração que certamente terá público certo entre os apaixonados por bichos. E o histórico de Rossi é o melhor aval de garantia de seu trabalho. Formado em Zootecnia e mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo, ele se especializou em comportamento animal pela Universidade de Queensalnad, na Austrália. Mas o interesse por adestramento foi precoce. Com apenas 6 anos de idade, treinava seus peixinhos no aquário para pedirem comida passando por argolas e tocando um sino para comer.  Depois, passou a treinar coelhos, hamsters e bichos de estimação de amigos. Como profissional, trabalhou em diversos países como África do Sul, Irlanda, Portugal, Estados Unidos, Tailândia e Austrália e já lançou vários livros sobre sua especialidade.

Além de programas na televisão, Rossi está à frente desde 1998 da Cão Cidadão, empresa criada por ele para oferecer serviços de adestramento e consultas comportamentais, cursos, palestras, workshops, treinamento de animais para filmes e propagandas e participa ativamente de projetos sociais e beneficentes. Para quem se interessa pelo assunto, vale conferir o site: http://www.caocidadao.com.br/.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

“Encontro Com Fátima Bernardes”: Engessado e com pautas fracas, programa exagera ao apelar para a emoção e mostrar uma descontração artificialmente forçada

Fátima Bernardes tem carisma, é inteligente e passa credibilidade. Ponto! E ao se aventurar como apresentadora e sair de trás de uma bancada de telejornal, como fez no “Encontro Com Fátima Bernardes”, que estreou segunda-feira (25), mostrou que também tem desenvoltura para se movimentar no palco de um estúdio diante de uma plateia. O que não deve ser tão difícil assim para quem já foi bailarina. O que está faltando é a jornalista se soltar mais, deixar um pouco de lado o tom professoral, didático e até maternal e dar mais descontração na apresentação das atrações, necessária a qualquer programa diário e matinal.

Seis meses após se despedir do “Jornal Nacional” e desde então ter se dedicado a um projeto que ela dizia ter alimentado por mais de três anos, foi tanto treinamento para não fazer feio na nova empreitada que Fátima parece ter ficado engessada nas aulas que teve. Falta mais naturalidade e mostrar que está sentindo prazer e se divertindo com a nova função. É tudo muito rigorosamente seguindo um roteiro. Até quando fugiu a ele, como aconteceu nessa quarta-feira (27), quando alguém da plateia revelou de cara quem era a manicure de Alcione, e a ideia era fazer suspense, a apresentadora ficou perdida ao sair do programado.  

O problema mais grave, no entanto, são as pautas. Fracas, monótonas e nada criativas. São assuntos que já foram tratados exaustivamente, como relacionamento entre pessoas com grande diferença de idade, pagar ou não gorjetas, unhas postiças coloridas... Sem falar que ter um tema semanal tratado diariamente, começando com adoção, é tão repetitivo que acaba ficando cansativo e até chato para o horário. É todo dia o mesmo caso com personagens diferentes de histórias semelhantes mostradas para emocionar e comover. Será que alguém quer começar o dia chorando e se emocionando com histórias dramáticas?  Nessa hora, sou mais o “Acorda, menina!” da Ana Maria Braga.  

Fora as pautas, o cenário, com imagens excessivamente coloridas e em movimento, tornam o estúdio ainda mais poluído fazendo o contrapondo a uma plateia na qual não se sabe quem é convidado, quem faz parte da equipe e quem é figuração. Parece cenário de programa noturno. E a conversa, em muitos momentos monótona e sem trilha sonora, dá sono.

A tal “Cabine”, com anônimos respondendo à pergunta do dia, parece mais uma encheção de linguiça. Não é nada atrativa. E os humoristas Marcos Veras, que faz parte do elenco do "Zorra Total", e Victor Sarro, revelado em um concurso de humor do “Tudo é Possível”, programa comandado por Ana Hickmann na Record, deveriam ter continuado onde estavam. Suas reportagens feitas nas ruas não tem nenhuma graça. Sem falar que “Encontro com” é um título já usado em um programa religioso chamado “Encontro Com Cristo”, e até teve o “Encontro Marcado”, com Luiz Gasparetto, na Rede TV!. Ou seja, nem tão original assim.   

Não é à toa que, passada a euforia da estreia, na segunda-feira (25), quando o programa, após uma campanha agressiva de divulgação, registrou uma das melhores médias dos últimos anos da emissora no Ibope no horário, mais de 10 pontos, a audiência começou a cair, empatando com os desenhos animados do SBT no segundo dia e perdendo para os mesmos já no terceiro. A ideia do formato é boa e poderia ser muito bem aproveitada, mas não como programa diário e matinal. Depois de se informar com as notícias dos “Bom Dia” locais e “Bom Dia Brasil”, os telespectadores querem mais é matérias de comportamento que sejam de entretenimento, úteis e com um tom mais otimista e menos emotivo. Deixa a emoção e a seriedade para o “Jornal Nacional”. Solta a franga, menina!



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quarta-feira, 27 de junho de 2012

“Gabriela”: No remake da novela, Leona Cavalli mostra uma versão de Zarolha totalmente própria, mas sem corromper os traços da original vivida por Dina Sfat

Leona Cavalli aceitou o desafio e vem mostrando a cada dia que foi a melhor escolha para encarar a difícil missão de interpretar Zarolha no remake de “Gabriela”, a prostituta mais importante do Bataclan, que na primeira versão ganhou a interpretação irretocável da inesquecível Dina Sfat. Se Dina dava à personagem um perfil de mulher mais forte e revolucionária, características que, na versão original da história que se passava nos anos 20 no livro de Jorge Amado e que inspirou a versão televisiva da Globo em 1975, reforçavam o momento que previa a luta pelos direitos das mulheres, Leona agora vem carregando mais no lado emocional, contraditoriamente mais adequada ao panorama feminino atual. 

No original, Zarolha vai embora e nunca mais volta após o seu homem, o turco Nacib (Armando Bógus/Humberto Martins) assumir seu romance com Gabriela (Sonia Braga/Juliana Paes). No remake, o autor Walcyr Carrasco já acenou com a possibilidade de a personagem ainda voltar. Ponto para Leona. A atriz, sem dúvida, vem mostrando que foi a melhor escolha para o papel após terem sido cogitados os nomes de Claudia Raia, Flávia Alessandra e Alessandra Negrini, que já estavam reservados para outras produções.

Se sobressair em um papel que já tinha feito história por uma atriz com o quilate de Dina Sfat não é para qualquer atriz. Eu diria que para Leona é bem maior o desafio de encarar uma personagem marcante vivida por uma atriz experiente como Dina, com mais de dez anos de estrada, na época, do que Juliana Paes fazer uma Gabriela, vivida antes por Sonia Braga, com menos de cinco anos em TV quando protagonizou a trama.

O que mais fica evidente e merece ser valorizado é o respeito que toda a produção teve à Zarolha de Dina. Leona ganhou seu próprio visual, com cabelos ruivos e cacheados, diferentemente dos cabelos negros e lisos puxados em um coque da Zarolha de Dina. E deu à personagem uma nova interpretação, totalmente própria, descompromissada e sem corromper a versão anterior. Com a cantora Ivete Sangalo fazendo o papel de Maria Machadão, a dona do Bataclan nesse remake é, definitivamente, Zarolha. Tanto que, se no original a personagem saiu de cena para não mais voltar, como vai acontecer em breve, dessa vez já existe a possibilidade de um retorno.


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segunda-feira, 25 de junho de 2012

“Muito+”: Alexandre Frota mostra que não está mais preocupado em criar polêmicas, como fez ao longo dos últimos anos, e deixa programa de fofocas da Band a ver navios



Alexandre Frota frustrou a expectativa de quem esperava que sua presença na volta do “Muito+” nas tardes da Band, nessa segunda-feira (25), após um período fora do ar por causa das transmissões dos jogos da Eurocopa, fosse causar grande repercussão.  O ator, conhecido por já ter criado muitas polêmicas, está numa fase bem mais light e não correspondeu às promessas feitas na abertura do programa de que ele faria revelações bombásticas, inclusive revelando o nome de uma atriz famosa com quem teria tido um relacionamento, e esclareceria muitas controvérsias de sua carreira. Nada disso aconteceu.

Já antes de começar a entrevista, foi totalmente desnecessário relembrar com detalhes a tragédia da morte da atriz Daniela Perez no clipe “Biografia de Frota”, com imagens mostrando toda trajetória do ator. Depois, foi anunciado que seria feita uma coletiva, com perguntas gravadas por celebridades. As celebridades eram: o humorista Oscar Filho, o promoter David Brazil, os jornalistas João Fernando, Odair Leopoldo e Regina Rito, e a ex-noiva de Frota Dani Sperle. Pelo jeito, o título “personalidade da mídia” está cada vez mais extrapolando as cercas de “A Fazenda”, da Record.

Todas as perguntas foram mais do mesmo, como se ele se arrependia de ter feito filmes pornô, se tem saudades dos amigos que tinha na Globo e hoje não querem mais nem ouvir o nome dele, se teve briga com Silvio Santos quando saiu do SBT, sobre o processo na Justiça no caso do contrato com Joana Machado e até se faria um o programa infantil. As respostas foram exatamente iguais às que ele vem dando ao longo de todas as suas entrevistas. E no fim, quando Adriane anunciou o segredo que ele nunca havia contado a ninguém, Frota saiu pela tangente. “É deselegante falar que pegou uma e outra. Mas na época que eu trabalhava na Globo, gravando uma minissérie, tive um relacionamento com uma atriz e isso gerou um desconforto junto à direção do programa”, disse o ator, negando-se a revelar o nome da atriz. O máximo que arrancaram dele foi assumir já ter ficado com a ex-peoa Joana Machado. Isso depois de terem forçado a barra anunciando uma entrevista com Joana no aeroporto e ela nem apareceu.

No meio disso tudo, ainda teve uma tentativa de desenterrar a “guerra” entre as apresentadoras Chris Flores e Ana Hickmann, da Record. Anunciaram um “novo capítulo dessa novela”, e na verdade não havia nada de novo, apenas o fato de Ana ter participado do “Hoje Em Dia” dessa segunda-feira, na estratégia da emissora para concorrer com a estreia de “Encontro Com Fátima Bernardes”, na Globo. Grande novidade!

Pior ainda foi a “bomba” anunciada por Gominho que, segundo ele, “não saiu antes em nenhum site de fofoca” envolvendo artistas da Globo. A tal notícia bombástica era uma frase escrita pela atriz Camila Rodrigues no Facebook na quarta-feira da semana passada: “Quem ri por último, ri melhor”. Gominho encheu o peito para dizer que tinha descoberto que Camila, ex-mulher de Bruno Gagliasso, estava se referindo à separação do ator da atual mulher, Giovanna Ewbank. E ele ainda pronunciou mais de uma vez “Eblank”. Além de requentar uma notícia velha tirada de uma rede social, ainda errar o nome da atriz é um pouco demais, né?

Enquanto Lysandro Kapila continua na sombra de todos, ainda sem ter mostrado a que veio, os até então desconhecidos Gominho, blogueiro, e a jornalista que fazia transmissões do Band Folia de Salvador, Rita Batista, continuam disputando exaustivamente os holofotes. Rita, por sinal, vem se sobrepondo até a Adriane Galisteu, que está parecendo ser apenas uma figura ilustrativa no sofá, ao lado do convidado. Quem domina as perguntas e até interfere, deselegantemente, na fala dos convidados é a baiana Rita. Se ela está sendo treinada para substituir Adriane, está indo por um caminho estranho. Ao invés de cativar o público, está sendo agressiva, como quando chama os intervalos comerciais entre um bloco e outro: “Não saia daí, você não perde por esperar. E isso é uma ameaça!”. Ninguém, muito menos o telespectador, gosta de ser tratado com todo esse autoritarismo e prepotência. Continua tudo totalmente Muito-. 


domingo, 24 de junho de 2012

“Deu Olé”: Novo programa de esporte da Band traz descontração e humor, mas torna-se chato pelo exagero de Denílson tentando se sobressair diante das câmeras


 
Felipe Andreoli não saiu do “CQC” nas noites de segunda-feira na Band para apresentar o esportivo “Deu Olé” nas tardes de sábado, na mesma emissora, mas mantém a mesma desenvoltura tanto em um quanto em outro. Não que isso seja um problema, pelo contrário, o jeito irreverente como o jornalista conduz suas reportagens e apresentação é um ponto positivo. Nesse sábado (23), ele abriu o programa falando sobre a repercussão que a presença do jogador Kaká na estreia, na semana anterior, teve até nos sites esportivos internacionais. Não foi para menos, já que o brasileiro que tem fama de certinho, atualmente jogando no Real Madrid, apareceu no “Quadro dos Sonhos” vestido de metaleiro, fazendo cara de mau, ouvindo heavy metal, comendo cachorro-quente e esperando um ônibus no ponto.
  
A proposta do “Deu Olé” é mostrar um bate-papo descontraído entre Felipe, o ex-jogador Denílson e a jornalista Paloma Tocci, que apresentava o “Belas na Rede” na Rede TV!, num cenário colorido, sobre os fatos esportivos da semana. Tanto no estúdio quanto nos quadros com atletas convidados, o tom é muito mais de brincadeiras do que informativo.  O quadro “Notícias Mais Importantes da Semana” parece até uma cópia do “Sensacionalista”, telejornal do canal Multishow com notícias isentas de verdade e carregadas de humor.

A falta de informações concretas sobre resultados da rodada é proposital, mas pode afastar o público mais interessado em esporte do que em piadas. Também chega a ser irritante o narcisismo de Denílson, o tempo todo fazendo caras e bocas para a câmera, até quando não é ele o foco. Para piorar, não se toca que está falando bobagens totalmente sem graça e fazendo a linha “apresentador-galã-mala”. Precisava mostrar a capa de um disco antigo da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, lembrando que é cunhado de Zezé? “Senão eu apanho lá em casa”, afirmou ele, numa clara demonstração de exibicionismo por ser casado com Luciene Di Camargo.

Paloma estava bem no papel de repórter no São Paulo Fashion Week entrevistando a modelo Júlia Petit, que deu dicas sobre os uniformes dos times de futebol e criticou o excesso de patrocínio nas camisetas. Mas no estúdio, Paloma parecia perdida entre as sacadas de Felipe e as ironias inconvenientes de Denílson. E depois de já ter feito coraçãozinho com as mãos para chamar imagens da Eurocopa, ela deu uma de Mônica Iozzi, se insinuando para o campeão de pesos-pesados do UFC, Junior Cigano, que apareceu vestido de vidente no “Quadro dos Sonhos”, dançando Sidney Magal.

Alguns quadros não tiveram nem informação nem graça. Como o “Jogo da Verdade”, em que entrevistas são mostradas na versão original e depois dubladas e as declarações dos entrevistados são alteradas por afirmações que o programa julga serem as verdadeiras. Os “bola da vez” foram Joel Santana e Roger. Foi uma tentativa de ser crítico, mas sendo totalmente desnecessário.  E o “Lição de Casa”, no qual são mostrados vídeos enviados por internautas mostrando suas habilidade, ou falta de, com a bola, foi chamado no ar de “Top Five”, numa clara tentativa de imitação do “CQC”.

E, para encerrar, tem a Tartaruga Tobias, numa cópia escancarada do polvo Paul, que ficou famoso por acertar o resultado de oito jogos na Copa do Mundo de 2010, atraído por mexilhões que eram colocados em dois potes com a bandeira dos países que iriam se enfrentar. O mesmo é feito com uma tartaruga, que deve escolher entre duas traves, cada uma representando um time que irá disputar a rodada do fim-de-semana. Embora a audiência tenha sido considerada satisfatória pela Band na estreia, com média de 3 pontos, teve uma leve queda para 2.5 pontos na segunda edição e não tirou a emissora do quarto lugar no ibope. Resta saber por quanto tempo o humor vai vencer em campo a falta de informação.  


sexta-feira, 22 de junho de 2012

“As Brasileiras”: “A Doméstica de Vitória” tem cenas sensuais, mas o forte é a emoção que envolve a personagem central


Dira Paes protagonizou em “A Doméstica de Vitória” um dos episódios de “As Brasileiras” no qual o drama e a emoção estiveram mais presentes. O programa que foi ao ar nessa quinta-feira (21), na Globo, trouxe vários pontos altos, como a presença de Betty Faria, fazendo uma participação especialíssima, e um texto redondo, com uma história bem trabalhada e bem editada, mantendo o tempo da comédia e sem perder no conteúdo.  A história da mulher que reencontra uma filha, perdida há muitos anos, trouxe um novo aspecto ao texto dos episódios da série.

Em tempos em que o termo empreguete virou moda graças à novela das sete, “Cheias de Charme”, Dira interpretou Cleonice, uma empregada doméstica que escreve cartas para a filha desaparecida quando tem alguma folga no trabalho na casa de Muriel (Betty Faria), autora de títulos de autoajuda e que vive à beira de uma crise de nervos. Por uma dessas coincidências do destino, Cleonice assume o papel da patroa, incentivada pela cozinheira Zezé (Inez Viana). E acaba se envolvendo com o editor de livros de autoajuda Fernando (Dalton Vighi). E, é claro, consegue o ápice de sua história ao reencontrar a filha durante uma sessão de autógrafos de seu próprio livro.

Infelizmente, o nome da atriz que interpreta Cíntia, a filha de Cleonice, não consta no site oficial da série. Mas é sempre bom lembrar que o programa foi criado por Daniel Filho, inspirado na obra de Sérgio Porto, tem Geraldo Carneiro como autor do texto narrado por Daniel, e como escritores dos episódios Adriana Falcão, Ana Maria Moretzsohn, Carol Castro, Clarice Falcão, Gregório Duvivier, Jô Abdu, Marcelo Saback, Marcio Alemão Delgado, Marcius Melhem, Marcos Bernstein e Sylvio Gonçalves.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

“Reviva Especial”: Faltou mais descontração por parte dos convidados justamente no programa destinado ao humor na TV



Faltou graça justamente no “Reviva Especial” voltado para o humor, que encerrou na segunda-feira (18), no canal Viva, a série de cinco programas temáticos sobre vários gêneros de atrações da televisão brasileira. O jornalista Zeca Camargo comandou o bate-papo que reuniu o humorista Marcius Melhem, o ator Diogo Vilela, a autora Maria Carmen Barbosa e o diretor Maurício Farias. O problema é que, apesar de todos trabalharem com comédia, fora de cena não demonstram muita descontração. Pelo contrário, com exceção de Maria Carmen, são até bastante sérios. 

O que valeu mesmo foram os clipes reunindo imagens de sucessos memoráveis como “Escolinha do Professor Raimundo”, “Os Trapalhões”, “Viva o Gordo” e “Sai de Baixo”, entre outros. Mas, num canal voltado para a reprise de programas antigos, faltou a presença de profissionais mais veteranos da área para o debate ficar mais rico de histórias e também mais descontraído, como os divertidos Agildo Ribeiro e Paulo Silvino. 

Ao tratarem de temas como a forma como o humor é tratado atualmente e os valores de tempos atrás, foram os depoimentos gravados por Hebe Camargo, Jorge Fernando, Maurício Sherman e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho que temperaram a discussão. “Vejo com tristeza esse humor agressivo. Não que eles não tenham talento. Eu respeito, mas não quero que ninguém grite comigo, dê soco na minha cabeça, que ninguém me menospreze. É uma covardia, o sujeito me entrevista e depois edita e me ridiculariza, quando ele que me entrevistou é muito inferior à minha competência não só como artista, também como intelectual”, afirmou Boni.

O “TV Pirata” foi um dos mais comentados, certamente por estar sendo reprisado pelo canal atualmente. Diogo Vilela, que fazia parte do elenco do humorístico, falou sobre a irreverência do programa: “A anarquia estimulava uma autocrítica. Acho que isso era uma novidade”. Já Marcius Melhem comentou sobre a nova safra de comediantes: “Tem muitos colegas chegando agora, eu chamo de adolescência da fama. Agride, agride e nem sabe aonde quer chegar. Aí, esquece de fazer humor e fica uma coisa do próprio umbigo”, alfinetou.

E em meio a muitas teorias sobre a necessidade de renovação, o que ficou mesmo foi a sensação de que os grandes mestres do humor ficaram no túnel do tempo. Como afirmou Boni, após a exibição de imagens com vários personagens criados e vividos por Chico Anysio: “Ele é único no mundo. Você não via o Chico fazendo o Paulo. Era o Paulo. Era a alma do personagem. Esses artistas são especiais. São os Chaplins”, concluiu Boni.



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quarta-feira, 20 de junho de 2012

“Gabriela”: Direção de fotografia e produção de arte dão estética rebuscada ao remake em que Juliana Paes pesa no erotismo para criar sua versão da personagem marcada pela interpretação original de Sonia Braga



Não há como ouvir “Modinha Para Gabriela” na voz de Gal Costa sem que imagens marcantes de “Gabriela”, exibida pela primeira vez em 1975, sejam imediatamente despertadas na memória. E lá vêm à tona cenas marcantes vividas por Sonia Braga, a morena da cor de cravo e canela que deu vida na televisão e no cinema à personagem-título do livro de Jorge Amado, de 1958. Não poderia ter sido diferente assistindo ao remake da novela que estreou nessa segunda-feira (18), na Globo. Por mais que o autor Walcyr Carrasco, responsável pela nova versão, diga que está se baseando apenas na literatura e não na novela escrita por Walter George Durst há 37 anos, é impossível evitar comparações. Principalmente por ter sido mantida a mesma trilha sonora.

Apesar de estar sendo chamada de novela das onze, a estreia foi mais cedo, logo após “Avenida Brasil”, pegando carona nos altos índices de audiência da trama de João Emanuel Carneiro. Mas passará a ser exibida de terça a sexta-feira às 23h, tal como aconteceu com o remake de “O Astro”. A história aborda a seca nordestina e a pacata cidade litorânea de Ilhéus de 1920. A personagem-título, Gabriela, é uma jovem do sertão baiano que vai para Ilhéus fugindo da seca nordestina, e lá seduz quase todos os homens com seu jeito ingenuamente sensual. E escandaliza as mulheres carolas da época. As tramoias e enredos políticos, sem dúvida, continuam bem atuais.

Juliana Paes está se esforçando para registrar sua marca e fugir do fantasma da Gabriela de Sonia Braga. E, pelo que já deu para perceber, na sua nova versão o apelo erótico se sobrepõe ao ar de menina simples, moleca e sorrateiramente sensual da personagem.  Já Humberto Martins deu ao turco Nacib um temperamento bem menos explosivo daquele feito por Armando Bógus. Diferente de Antonio Fagundes que manteve até o tique nervoso de tremer os dedos sobre a bengala, como fazia Paulo Gracindo quando interpretou o Coronel Ramiro Bastos.

Tirando a sempre talentosíssima Laura Cardoso, que em poucas aparições já domina todo o capítulo como a autoritária e moralista Dorotéia, o que vem roubando mesmo a cena dessa vez é o trabalho de produção de arte e a direção de fotografia.  O diretor geral Mauro Mendonça Filho, assim como os outros diretores de sua equipe, André Barros, Felipe Binder e Noa Bressane, estão apresentando um produto tão bom quanto foi o dos diretores Walter Avancini e Gonzaga Blota, guardando, é claro, as devidas proporções das diferentes épocas e tecnologias disponíveis.  Iluminação e enquadramentos estão dando uma roupagem nova a uma história já vista.

Já a cantora Ivete Sangalo por mais que se esforce, está a anos luz de chegar perto de dar a Maria Machadão a irreverência e convencimento mostrados pela veterana Eloísa Mafalda, primeira - e pelo jeito única - dona do Bataclan. Até porque, além de não ser uma atriz, Ivete não tem as características de uma dona de cabaré dos anos 20. Na época em que fez Maria Machadão, Heloísa já estava com 51 anos de idade, mais de 20 de carreira e tinha acabado de encerrar uma temporada de três anos de sucesso fazendo a Dona Nenê na versão original do seriado “A Grande Família”. Com certeza a personagem merecia no remake uma intérprete à altura da primeira.

Vale lembrar também que a versão original de “Gabriela”, de 132 capítulos, após ser exibida em 1975, foi reprisada em um compacto de 90 minutos em 1980, em outro compacto de 12 capítulos em 1892 e voltou ao ar entre 1988 e 1989, com 90 capítulos, no “Vale À Pena Ver De Novo”. Foi a primeira novela das dez exibida na sessão que vai ao ar às 13h30 na Globo. A nostalgia, portanto, não é privilégio apenas de quem já passou dos 40 anos, mas também das gerações que assistiram às reprises e hoje têm até menos de 30 anos. Portanto, o que não falta é público para traçar paralelos entre uma versão e outra.