quarta-feira, 7 de novembro de 2012

“Law & Order: SVU”: “Special Victims Unit” volta com episódio de tirar o fôlego, competência renovada e roteiro que aproxima ainda mais ficção da realidade







A 14ª temporada de “Law & Order: Special Victims Unit”, que estreou nessa terça-feira (6) Universal Channel, lavou a alma dos aficionados pela série de drama policial que está no ar desde 1999 e mostrou fôlego para superar a marca de 20 temporadas de “Law & Order”, da qual foi uma das versões subsequentes. O primeiro episódio da nova fase se superou ao mostrar os detetives da unidade de vítimas especiais tentando desbaratar duas redes de prostituição inimigas e inocentar o capitão Cragen (Dann Florek), acusado pelo assassinato de uma garota de programa. A cena do crime tinha encerrado a temporada anterior e a investigação trouxe à tona deslizes cometidos por integrantes da cúpula da corregedoria e do governo de Nova York.

O clima de dúvida sobre até que ponto cada herói também tem em seu curriculum uma mácula permeou a estreia, humanizando ainda mais não apenas Cragen como os detetives Olivia (Mariska Hargitay) e Nick Amaro (Danny Pino). Em termos de roteiro, produção e tratamento cinematográfico, continua sendo minha série favorita, ao lado de “C.S.I.” e “Cold Case”. No fim do episódio, ficou a dúvida se Cragen voltará a chefiar a unidade, que está temporariamente sob o comando de Steven Harris (Adam Baldwin). Apesar da arrogância inicial, Steven soube rever sua postura diante da equipe, da qual continuam fazendo parte Amanda Rollins (Kelli Giddish), John Munch (Richard Belzer) e Odafin Tutuola (Ice-T).

Criada por Dick Wolf, a série que aborda crimes sexuais tem a seu favor o fato de os crimes cometidos cada vez com mais requintes de crueldade na ficção não estarem longe do que acontece na vida real. Inteligentemente, seus produtores estão buscando cada vez mais desconstruir uma visão fantasiosa de heroísmo num trabalho feito por seres humanos vulneráveis a falhas e, simultaneamente, mostrar que a busca por justiça supera o uso do sentimentalismo para justificar atitudes criminosas. Superar a faixa de uma década no ar já mostra a qualidade dessa série. Ultrapassar, com competência e qualidade, mostra muito mais.