A 14ª temporada de “Law & Order: Special Victims
Unit”, que estreou nessa terça-feira (6) Universal Channel, lavou a alma dos
aficionados pela série de drama policial que está no ar desde 1999 e mostrou
fôlego para superar a marca de 20 temporadas de “Law & Order”, da qual foi
uma das versões subsequentes. O primeiro episódio da nova fase se superou ao
mostrar os detetives da unidade de vítimas especiais tentando desbaratar duas redes
de prostituição inimigas e inocentar o capitão Cragen (Dann Florek), acusado pelo
assassinato de uma garota de programa. A cena do crime tinha encerrado a
temporada anterior e a investigação trouxe à tona deslizes cometidos por integrantes
da cúpula da corregedoria e do governo de Nova York.
O clima de dúvida sobre até que ponto cada herói
também tem em seu curriculum uma mácula permeou a estreia, humanizando ainda
mais não apenas Cragen como os detetives Olivia (Mariska Hargitay) e Nick Amaro
(Danny Pino). Em termos de roteiro, produção e tratamento cinematográfico,
continua sendo minha série favorita, ao lado de “C.S.I.” e “Cold Case”. No fim
do episódio, ficou a dúvida se Cragen voltará a chefiar a unidade, que está
temporariamente sob o comando de Steven Harris (Adam Baldwin). Apesar da
arrogância inicial, Steven soube rever sua postura diante da equipe, da qual
continuam fazendo parte Amanda Rollins (Kelli Giddish), John Munch (Richard
Belzer) e Odafin Tutuola (Ice-T).
Criada por Dick Wolf, a série que aborda crimes
sexuais tem a seu favor o fato de os crimes cometidos cada vez com mais
requintes de crueldade na ficção não estarem longe do que acontece na vida
real. Inteligentemente, seus produtores estão buscando cada vez mais
desconstruir uma visão fantasiosa de heroísmo num trabalho feito por seres
humanos vulneráveis a falhas e, simultaneamente, mostrar que a busca por
justiça supera o uso do sentimentalismo para justificar atitudes criminosas. Superar a faixa de uma década no ar já mostra a qualidade dessa série. Ultrapassar, com competência e qualidade, mostra muito mais.