A segunda temporada do “Casseta & Planeta Vai
Fundo” estreou nessa sexta-feira (2), na Rede Globo, reafirmando o que já se
tinha constatado na primeira: a trupe que inovou há 20 anos inaugurando o “jornalismo
mentira, humorismo verdade” na televisão não tem mais o mesmo fôlego. Reinaldo,
Hélio de La Peña, Cláudio Manoel, Beto Silva, Marcelo Madureira e Hubert agora
contam com o reforço no elenco da ex-BBB Maria Melilo, da humorista Miá Mello e
de Gustavo Mendes, conhecido pelas imitações que faz da presidenta Dilma
Roussef no “Zorra Total”. E, por incrível que pareça, é notável a diferença que
faz as ausências da oitava Casseta Maria Paula e do diretor do programa, José Lavigne,
cujo cargo foi ocupado por Cláudio Manoel, que agora atua e dirige.
Nessa nova fase, de temporadas e com edições temáticas,
o programa estreou falando sobre sexo. Beto Silva e Hélio de La Peña foram à
Oktoberfest, em Blumenau (SC) fazer uma “pesquisa” para o Instituto Brasileiro
de Sacanagem e Estatística. Felipe Andreolli, do “CQC” da Band, fez matéria bem
mais engraçada e interessante quando cobriu a mesma festa realizada em seu país
de origem, a Alemanha, em 2009. Beto e Hélio pareciam repórteres do “Pânico na
Band”. Para piorar, os dados da pesquisa são analisados pela “sexóloga” Maria
Mamilo, personagem da vencedora do “Big Brother Brasil 12”. Impossível tentar
fazer qualquer tipo de comparação entre as duas Marias: a Paula e a Melillo. A
atual parece apenas mais uma aluna da “Escolinha do Gugu”, da Record.
Além dos novos “integrantes”, ainda há convidados, como foi o caso dos atores Ricardo Pereira e Monique Alfradique que apareceram tentando fazer graça com uma paródia do príncipe William e a princesa Kate em uma discussão sobre posições sexuais na noite de núpcias. Bem diferente dos tempos em que convidados faziam participações especiais e não eram usados como parte do elenco ou uma espécie de salvação da lavoura. Porque está claro que o “Vai Fundo” está mostrando uma perda total da identidade que pontuou os áureos tempos em que o humorístico era “Urgente!”. Havia urgência, sim, não apenas em ser engraçado, mas em ser inteligente e inovador. Agora só está afundando.