sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“Guerra dos Sexos”: Bianca Bin, no seu quarto trabalho em apenas três anos de carreira, mostra talento e versatilidade como a vilã mais dissimulada da novela das sete




Bianca Bin é uma daquelas atrizes que conquista um sucesso meteórico em pouco tempo de carreira. Elogiar seu desempenho como Carolina no remake de “Guerra dos Sexos”, novela das sete da Globo, usando o argumento de ser sua primeira vilã seria vazio e sem propósito, afinal, esse é apenas o quarto trabalho de uma carreira iniciada há três anos. Se ela está se destacando não é pelo fato de ser a mazinha da trama reescrita por Silvio de Abreu, mas por saber se entregar a um perfil diferente daqueles que até agora lhe caíram nas mãos. E isso ela tem feito muito bem.

Poucas atrizes com menos de quatro anos de carreira na televisão mostraram segurança e capacidade de se transformar em tão pouco tempo em personagens diferentes e em horários diversos na Globo. Bianca já estreou como protagonista de “Malhação” em 2009, após fazer seu primeiro ano de Oficina de Atores. No ano seguinte, ganhou papel de destaque na novela das nove da emissora, “Passione”, como a problemática Fátima. E em 2011 já foi protagonista de uma trama das seis como a doce Açucena em “Cordel Encantado”.

Agora, ela refaz com competência o papel que coube a Lucélia Santos anteriormente na versão original de “Guerra dos Sexos”. Mas, é claro que não se trata de uma vilã que se compare a Carminha (Adriana Esteves) de “Avenida Brasil”, embora a atriz insista em dizer que a personagem de João Emanuel Carneiro é sua musa inspiradora. É natural que as vilãs atuais ou do futuro se inspirem em Carminha. Mas é bom ter modéstia e consciência de que dificilmente haverá outra igual a ela. Assim como não houve quem superasse Odete Roitman (Beatriz Segal), a vilã de todas as vilãs criada por Gilberto Braga em “Vale Tudo”, em 1988. 

Bianca Bin, com seu talento e versatilidade, poderia se orgulhar mais de ter herdado uma personagem de Lucélia, atriz que ficou marcada na história da teledramaturgia brasileira como a eterna “Escrava Isaura”, a novela brasileira mais exportada para o mundo inteiro, mas que também teve outras atuações marcantes, entre elas a própria Carolina do original de "Guerra dos Sexos". Assim como os veteranos Tony Ramos e Irene Ravache se orgulham de de interpretar os mesmos personagens vividos por Paulo Autran e Fernanda Montenegro no original, sem buscar inspiração em outras histórias.