quinta-feira, 29 de novembro de 2012

“Encontro Com Fátima Bernardes”: Ainda pouco à vontade como apresentadora, jornalista é engolida pela desenvoltura das atrizes Stella Miranda e Tânia Alves


Nessa quinta-feira (29), no “Encontro Com Fátima Bernardes”, na Globo, após a apresentadora que dá nome ao programa anunciar que o tema seria a importância do rádio para a música, até me animei em assistir até o fim. Coisa que não conseguia há muito tempo, pois achava sempre chato e acabava me desinteressando. Mas, como sou apaixonada pelo veículo em questão, resisti à vontade de zapear para outra emissora. Fátima começou explorando o que ela sabe fazer melhor: dar notícias. “Ontem a gente antecipou aqui no ‘Encontro’ a escolha do Luiz Felipe Scolari, o Felipão, para a seleção brasileira e o Carlos Alberto Parreira como coordenador da seleção. O anúncio oficial está sendo feito agora com a presença dos dois”, disse a jornalista, chamando o link do repórter ao vivo diretamente da coletiva.

Mas, de volta ao estúdio e novamente assumindo o papel de apresentadora, Fátima mostrou que, apesar de estar no ar há cinco meses, ainda precisa mais traquejo para conduzir um programa. Entre os convidados do dia os únicos estreantes eram a atriz Tânia Alves e a dupla Fernando e Sorocaba. Os outros, o cantor Alexandre Pires, o bailarino Jaime Arôxa, e a atriz Stella Miranda, já tinham passado por lá em outras edições. Sem falar no Titã Branco Mello, que tem presença fixa e estava encarregado de mostrar um clipe com alguns cantores que fizeram sucesso com suas músicas tocando nas rádios.

Faltou realmente desenvolver com mais profundidade o que tinha sido proposto na pauta: mostrar a importância do rádio. O bate-papo ficou reduzido a apenas dizer quem gosta de ouvir rádio e quando e onde ouve. Teve ainda um link com o locutor da Rádio Globo de São Paulo, que estava no ar ao vivo e ficou totalmente sem graça diante da câmera de TV. Fátima também não soube explorar esse momento para falar um pouco mais sobre o funcionamento do veículo. No máximo, pediu que o locutor tocasse “Deixa a Vida Me Levar”, de Zeca Pagodinho, em homenagem ao Felipão na seleção no encerramento do programa dele. Perdeu a chance de tocar em assuntos de interesse dos próprios músicos, como pagamento de direitos autorais sobre veiculação de suas músicas, por exemplo. E até levar convidados com histórias mais interessantes do que as “gracinhas” de Marcos Veras. Um radialista veterano também faria mais sentido no lugar de Arôxa.

Uma das melhores partes foi a que mostrou matérias gravadas por Aline Prado acompanhando um motorista de táxi e uma empregada doméstica. Os dois falaram sobre sua paixão por rádio. O taxista levou a repórter até o Projac e até cantou no programa. Já a doméstica, enquanto lavava louça na casa da patroa, falou pelo telefone com o locutor de seu programa preferido e até recebeu dele um convite para visitar a Rádio Globo do Rio de Janeiro. Aline mostrou tanta descontração que o taxista disse até que ela deveria ser atriz da Globo.

Os outros dois pontos altos foram as apresentações de Stella Miranda e Tânia Alves. Stella, após ficar mais de uma hora e meia de figuração na plateia sem dizer uma só palavra, roubou a cena ao fazer uma homenagem a Carmen Miranda interpretando um trecho do espetáculo “South American Way”. Tânia, que também só tinha dito uma ou duas frases no primeiro bloco, não ficou atrás ao ser chamada à cena, 15 minutos antes de o “Encontro” terminar. A atriz se soltou cantando marchinhas de carnaval de Ary Barroso, que será personagem central da peça que ela vai estrear ao lado de Diogo Vilela em janeiro. “Cadê a animação?”, pediu ela à plateia. Deve estar procurando até agora. 

Repito o que já havia escrito quando o programa estreou: Fátima precisa se soltar mais, manifestar que realmente está feliz com seu trabalho e vibrar mais quando seus convidados levam um pouco de alegria ao programa. A sensação que se teve quando Stella e Tânia se apresentaram é que a jornalista ficou incomodada com a desenvoltura das duas atrizes brilhando no centro do cenário. Como se estivesse enciumada por não ser ela naquele momento o foco das atenções. Precisa se espelhar um pouquinho no exemplo deixado por Hebe Camargo, que fazia questão de valorizar, enaltecer e deixar os convidados à vontade e livres para brilharem.

Claro que não é uma comparação, já que a apresentadora veterana tinha segurança e confiança no seu próprio taco. Mas, vale como dica. Afinal, recentemente em entrevista a uma revista, Fátima afirmou não estar preocupada com ibope. Como se esse tipo de declaração coubesse a quem está estreando em uma função e em um horário em que os números contam, sim. É uma pena, pois ibope é sinônimo de audiência, e quem dá audiência é o público. Logo... 


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http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/06/encontro-com-fatima-bernardes-engessado.html