Alinne Moraes e Danton Mello foram as melhores escolhas para interpretar Kátia e Ernani, respectivamente, protagonistas de “Como Aproveitar o Fim do Mundo”, que estreou nessa quinta-feira (1), na Rede Globo. Completamente à vontade, os dois atores traduziram com segurança o texto de Fernanda Young e Alexandre Machado, autores da série, e mantiveram o compasso competente da direção de José Alvarenga Jr., conhecido por sucessos do gênero como “Os Normais” e “Minha Nada Mole Vida”.
Alinne tem um estilo
próprio de fazer humor explorando uma postura “femme fatale” que tem tudo a ver
com seu "physique du rôle". Tinha dado um aperitivo na minissérie de quatro
capítulos “Amor Em Quatro Atos”, de 2011, na qual fez uma garota de programa
contracenando com Vladimir Brichta no terceiro e quarto episódios. Danton
também já tinha dado mostras de sua veia cômica comedida em outros programas
como o “S.O.S. Emergência”, mas é incrível como sua forma de interpretar e até
entonação de voz estão lembrando muito seu irmão, Selton Mello. E essa
comparação está longe de ser depreciativa, pelo contrário, é um elogio.
A abertura de “Como
Aproveitar o Fim do Mundo” já fez toda a diferença, com a história começando há 2000 mil anos, mostrando
o “Maias” anunciando o fim do mundo para 21 de dezembro de 2012, usando uma
linguagem que fazia uma paródia a hits de letras incompreensivas, como “Eu
Quero Tchu, Eu Quero Tcha” e “Tchaca Tchaca na Butchaca”. Foi um aperitivo
muito bem temperado do deboche sarcástico e irreverente de Fernanda Young e Alexandre Machado.
Na história, Kátia é uma
mulher que acredita em todos os “sinais” que provam que o apocalipse está
próximo e se dedica a viver para corrigir erros passados e realizar seus
desejos mais loucos e ocultos, como transar com um oriental e com um negro,
antes que o mundo se acabe. Um mês antes da data fatídica ela conhece na
empresa em que trabalha o cético contabilista Ernani e acaba o convencendo de
que é preciso que erros passados sejam corrigidos e sonhos sejam realizados
antes do fim. A partir daí, as situações mais inusitadas vão se sucedendo. E
ainda contarão com a presença sempre hilariante do ator Nelson Freitas, em mais
uma mostra de sintonia com um estilo de fazer um tipo de comédia que foge do
velho pastelão, e poderia bem pegar carona nos tempos de sustentabilidade e ser
enquadrada em um humor do tipo “orgânico”.
O seriado terá oito
episódios, sendo que o último será exibido à meia-noite do dia 20 de dezembro
deste ano. Se o mundo realmente vai acabar ou não, só saberemos no dia 21, mas,
espero que a profecia não se cumpra para estar aqui dando minhas impressões
sobre o desfecho desse e de muitos outros programas.