sexta-feira, 30 de novembro de 2012

“Fazenda de Verão”: Nem Rodrigo Faro salva o baixo nível de participantes selecionados pela direção que tornaram o reality o mais trash da temporada


Rodrigo Faro está passando pelo seu teste de fogo ao assumir a condução das edições de “Fazenda de Verão”, reality show da Record que estreou há um mês e já teve a desistência de dois dos 16 participantes que bateram o sino e pediram para sair. O apresentador, que já mostra competência na função no “Melhor do Brasil” nas tardes de sábado da emissora, está desempenhando bem melhor o papel que cabe a Britto Jr. nas temporadas com celebridades. E olha que nem ele salva essa experiência com anônimos que tem deixado muito a desejar.

Nem pelo prêmio de R$ 1 milhão os dois participantes desistentes aguentaram ficar em um jogo no qual a seleção parece ter sido feita visando basicamente levar clones de Théo Becker e Nicole Bahls para “causar” com brigas e confusões. Pelo menos umas três concorrentes femininas já largaram um “Fala com a minha mão”, imitando a fala e fazendo o mesmo gestual de Nicole em suas discussões com Viviane Araújo em “A Fazenda 5”.

O mais degradante mesmo é ver o nível ao qual a direção do programa permite aos “peões” descerem. Para substituir o segundo desistente, já que a cada um que bate o sino um novo elemento entra no jogo, foi chamado um sujeito que parece ter saído de um filme pornô. Logo de cara ele não apenas foi tomar banho pelado como também fez questão de mostrar a ereção de seu órgão genital. Deprimente e desnecessário. E a tal cena foi exaustivamente comentada pelos outros participantes, principalmente pelas mulheres, com uma sequência interminável de “piiiisss” (sinal sonoro usado para abafar palavras mencionadas e não permitidas no horário).

Não é uma questão de moralismo, mas de respeito com o público. O nu não ofende, o que pegou mesmo foi a forma vulgar como o candidato em questão se mostrou. Ele não agiu de forma natural, seu comportamento foi o de quem estava programado para fazer aquele tipo de cena diante das câmeras. Bem diferente de Noemí, a espanhola que participou do “Big Brother Brasil 12” que trocou de biquíni nua diante das câmeras de uma forma inocente, sem explorar aquela situação que, para ela, é normal em seu país.

O que o telespectador desse gênero busca é avaliar o comportamento de cada participante dentro do programa. Cabe à direção do mesmo saber selecionar e filtrar os perfis dos concorrentes. Se “Fazenda de Verão” se tornou um reality trash, a culpa é de quem escolheu esse tipo de elenco. Lastimável. Felizmente estão preservando os animais de grande porte. Mas deveriam também poupar os de pequeno. Nem as galinhas merecem passar por esse vexame.

“Salve Jorge”: Figurante é tratado como fantasma na novela das nove e falta de continuísmo fica clara na cena da separação de Bianca e Stenio, que parece fazer uma nova versão do Zoiudo de “Fina Estampa”


Glória Perez que me perdoe, não é perseguição, mas não tem como não falar sobre algumas falhas de “Salve Jorge”, novela das nove da Globo escrita por ela. No capítulo dessa quinta-feira (29), foi constrangedor ver a falta de educação do pessoal da casa de Arturo (Stenio Garcia) no momento em que um oficial de Justiça vai levar uma intimação a Antônia (Letícia Spiller). O sujeito, um figurante, entrou mudo, saiu calado e ainda teve que fechar a porta do apartamento, pois ninguém foi acompanhá-lo na saída. Assim como ninguém falou diretamente com ele na chegada.

Também houve uma falha de continuidade ou direção na separação de Bianca (Cleo Pires) e Stenio (Alexandre Nero). Ela deixa o noivo no hotel, sai sozinha com o guia Zyah (Domingos Montagner), que levaria o casal para um passeio, volta somente no dia seguinte e sua mala já está pronta aguardando a moça que, de repente, resolveu voltar para a Capadócia em busca de seu mais novo amor? Quem arrumou a mala dela?

Detalhe que não tem a ver com ficção mas também foi percebido aconteceu na cena da discussão entre Bianca e Arturo, quando a atriz largou um “Caramba!” com uma entonação que parecia saído da boca de seu pai biológico, o cantor Fábio Jr.. Já Alexandre Nero ainda guarda resquícios de Baltazar, seu personagem em “Fina Estampa”, repetindo os mesmos gestos em cenas de revolta. Em certo momento, na hora do rompimento dos noivos, deu até a sensação de que Bianca estava com medo de virar uma vítima de Stenio, tal qual Celeste, personagem de Dira Paes, foi do Zoiudo na novela de Aguinaldo Silva. Aliás, Dira, no papel de Lucimar, mãe de Morena (Nanda Costa) em “Salve Jorge”, não tem marido, mas se diverte muito mais nos bailes funk. Enquanto o Zoiudo virou o Cornudo da vez.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

“Encontro Com Fátima Bernardes”: Ainda pouco à vontade como apresentadora, jornalista é engolida pela desenvoltura das atrizes Stella Miranda e Tânia Alves


Nessa quinta-feira (29), no “Encontro Com Fátima Bernardes”, na Globo, após a apresentadora que dá nome ao programa anunciar que o tema seria a importância do rádio para a música, até me animei em assistir até o fim. Coisa que não conseguia há muito tempo, pois achava sempre chato e acabava me desinteressando. Mas, como sou apaixonada pelo veículo em questão, resisti à vontade de zapear para outra emissora. Fátima começou explorando o que ela sabe fazer melhor: dar notícias. “Ontem a gente antecipou aqui no ‘Encontro’ a escolha do Luiz Felipe Scolari, o Felipão, para a seleção brasileira e o Carlos Alberto Parreira como coordenador da seleção. O anúncio oficial está sendo feito agora com a presença dos dois”, disse a jornalista, chamando o link do repórter ao vivo diretamente da coletiva.

Mas, de volta ao estúdio e novamente assumindo o papel de apresentadora, Fátima mostrou que, apesar de estar no ar há cinco meses, ainda precisa mais traquejo para conduzir um programa. Entre os convidados do dia os únicos estreantes eram a atriz Tânia Alves e a dupla Fernando e Sorocaba. Os outros, o cantor Alexandre Pires, o bailarino Jaime Arôxa, e a atriz Stella Miranda, já tinham passado por lá em outras edições. Sem falar no Titã Branco Mello, que tem presença fixa e estava encarregado de mostrar um clipe com alguns cantores que fizeram sucesso com suas músicas tocando nas rádios.

Faltou realmente desenvolver com mais profundidade o que tinha sido proposto na pauta: mostrar a importância do rádio. O bate-papo ficou reduzido a apenas dizer quem gosta de ouvir rádio e quando e onde ouve. Teve ainda um link com o locutor da Rádio Globo de São Paulo, que estava no ar ao vivo e ficou totalmente sem graça diante da câmera de TV. Fátima também não soube explorar esse momento para falar um pouco mais sobre o funcionamento do veículo. No máximo, pediu que o locutor tocasse “Deixa a Vida Me Levar”, de Zeca Pagodinho, em homenagem ao Felipão na seleção no encerramento do programa dele. Perdeu a chance de tocar em assuntos de interesse dos próprios músicos, como pagamento de direitos autorais sobre veiculação de suas músicas, por exemplo. E até levar convidados com histórias mais interessantes do que as “gracinhas” de Marcos Veras. Um radialista veterano também faria mais sentido no lugar de Arôxa.

Uma das melhores partes foi a que mostrou matérias gravadas por Aline Prado acompanhando um motorista de táxi e uma empregada doméstica. Os dois falaram sobre sua paixão por rádio. O taxista levou a repórter até o Projac e até cantou no programa. Já a doméstica, enquanto lavava louça na casa da patroa, falou pelo telefone com o locutor de seu programa preferido e até recebeu dele um convite para visitar a Rádio Globo do Rio de Janeiro. Aline mostrou tanta descontração que o taxista disse até que ela deveria ser atriz da Globo.

Os outros dois pontos altos foram as apresentações de Stella Miranda e Tânia Alves. Stella, após ficar mais de uma hora e meia de figuração na plateia sem dizer uma só palavra, roubou a cena ao fazer uma homenagem a Carmen Miranda interpretando um trecho do espetáculo “South American Way”. Tânia, que também só tinha dito uma ou duas frases no primeiro bloco, não ficou atrás ao ser chamada à cena, 15 minutos antes de o “Encontro” terminar. A atriz se soltou cantando marchinhas de carnaval de Ary Barroso, que será personagem central da peça que ela vai estrear ao lado de Diogo Vilela em janeiro. “Cadê a animação?”, pediu ela à plateia. Deve estar procurando até agora. 

Repito o que já havia escrito quando o programa estreou: Fátima precisa se soltar mais, manifestar que realmente está feliz com seu trabalho e vibrar mais quando seus convidados levam um pouco de alegria ao programa. A sensação que se teve quando Stella e Tânia se apresentaram é que a jornalista ficou incomodada com a desenvoltura das duas atrizes brilhando no centro do cenário. Como se estivesse enciumada por não ser ela naquele momento o foco das atenções. Precisa se espelhar um pouquinho no exemplo deixado por Hebe Camargo, que fazia questão de valorizar, enaltecer e deixar os convidados à vontade e livres para brilharem.

Claro que não é uma comparação, já que a apresentadora veterana tinha segurança e confiança no seu próprio taco. Mas, vale como dica. Afinal, recentemente em entrevista a uma revista, Fátima afirmou não estar preocupada com ibope. Como se esse tipo de declaração coubesse a quem está estreando em uma função e em um horário em que os números contam, sim. É uma pena, pois ibope é sinônimo de audiência, e quem dá audiência é o público. Logo... 


Mais "Encontro Com Fátima Bernardes" aqui:

http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/06/encontro-com-fatima-bernardes-engessado.html 


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

“Salve Jorge”: Novela aposta em novo casal e exagera na repetição de trilha sonora de cantores famosos quando conteúdo do romance poderia fazer mais a diferença




Uma semana sem assistir a “Salve Jorge” e ao voltar a acompanhar a novela das nove da Globo nessa terça-feira (27) a sensação foi de que não perdi praticamente nada. O capítulo não trouxe qualquer enredo que surpreendesse ou que mostrasse alguma guinada na história escrita por Glória Perez. O começo mostrou a primeira noite de amor de Zyah (Domingos Montagner) e Bianca (Cleo Pires), uma cena que já era previsível e esperada há vários capítulos. Um tanto forçada e com tomadas explorando detalhes das tatuagens da atriz e dos anéis que caracterizam o personagem turco do ator. Sinceramente, não entendi se estava nesses detalhes uma intenção de mostrar algum choque de cultura entre os amantes.

De qualquer forma, o que mais se sobressaiu foi a trilha sonora do casal, “Me Deixas Louca”, tocada insistentemente e quase exaustivamente em um único capítulo. A versão feita por Paulo Coelho de um bolero mexicano gravado por Elis Regina em 1981 e agora interpretado pela filha da cantora, Maria Rita, está sendo tão explorado quanto foi “Esse Cara Sou Eu”, de Roberto Carlos, para embalar o romance xoxo de Théo (Rodrigo Lombardi) e Morena (Nanda Costa). Sem falar que a entonação de Maria Rita em alguns momentos da música faz lembrar a imitação que a comediante Samantha Schmütz faz da cantora, com muita competência, diga-se de passagem.

Deixando de lado a aposta em dois casais desencontrados e que parece estarem sendo usados pela autora como cobaias para ver qual deles “cativa” mais o público, as outras tramas se repetem. Jéssica (Carolina Dieckmann) continua com aquele ar de quem foi para a Espanha trabalhar como balconista, ganhar em dólares e em seis meses realizar o sonho da casa própria, mas, chegando lá, descobriu que tinha virado quenga. A expressão da personagem é tão enfadonha que perde até para aquelas jovens que caíram no conto do tráfico de pessoas e que, tarde demais, chegaram à conclusão de que deveriam ter feito umas maracutaias por aqui mesmo e conseguido uma boquinha no “Minha Casa Minha Vida”. Só no Primeiro Mundo da ficção uma prostituta do Terceiro Mundo deixa a cafetina feliz por ter feito o “cliente” gastar com algumas garrafas de vodca, como aconteceu no capítulo de ontem. “Ela vai encher o caixa hoje”, disse, esperançosa, a personagem russa de Vera Fischer. Sem falar que as primeiras garrafas eram baratinhas, como lembrou o cafetão.

Está tudo soando muito falso, enfadonho e de uma fantasia pouco fantástica. Mas o que está mais chato e repetitivo é ouvir cinco, seis vezes num mesmo capítulo ou "Esse Cara Sou Eu" ou "Me Deixas Louca". Já que não conseguem variar a história, vamos varirar pelo menos a trilha sonora, né?  Até porque, Roberto Carlos não é tão   exclusividade assim da novela das nove. Ele também está em "Subúrbia", e numa fase bem melhor de sua carreira... 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

“Balacobaco”: Depois de vários mocinhos consecutivos, Bruno Ferrari se reafirma como o galã da Record até mesmo fazendo o papel de um vilão na novela das dez


Bruno Ferrari vem solidificando aos poucos sua trajetória profissional nesses seis anos em que tem assumido papéis de destaque nas novelas da Record. Aos 30 anos de idade e dez de carreira na televisão, o ator vem cumprindo com competência a missão de interpretar seu primeiro vilão, Norberto, em “Balacobaco”, trama das 22h da emissora. Em muitos momentos Norberto se mostra caricato, mas não chega a extrapolar nem ultrapassar o limite do exagero. Talvez outro ator não soubesse equilibrar tão bem os tons de vilania e erotismo de um personagem que ainda tem a função de costurar tramas dentro de um contexto de comédia.

Um ponto que conta a favor do personagem, um jovem ambicioso, dissimulado, trapaceiro e controlador de um cassino clandestino, é ter envolvimento com as duas principais figuras femininas do folhetim da autora Gisele Johas: a protagonista, Isabel (Juliana Silveira), e a antagonista da mocinha e também vilã Diva (Bárbara Borges).

Em “Cidadão Brasileiro”, em 2006, primeira novela do ator na Record, Bruno já havia se destacado ao interpretar Marcelo, um jovem estudante que viveu uma história de amor com sua professora, Tereza (Luísa Tomé), encarando os preconceitos da sociedade dos anos 70. Depois vieram “Luz do Sol”, “Chamas da Vida” e “Bela a Feia”, sempre como um dos protagonistas. Essa última lhe rendeu inclusive o Troféu Imprensa de Melhor Ator na votação pela internet no prêmio promovido pelo SBT.

Ele é mais um daqueles atores que iniciaram carreira flutuando na periferia dos elencos e souberam abraçar as melhores oportunidades quando elas surgiram. A estreia de Bruno foi na Globo, em “Sabor da Paixão”, de 2002; no ano seguinte veio um papel no elenco de apoio de “Celebridade”, e, em 2004, uma temporada de “Malhação”. Dois anos depois, a ida para a Record foi o pontapé que faltava para ele, aos poucos, ir conquistando maior confiança em seu potencial e mostrar amadurecimento profissionalmente. E como diz a atriz Paloma Duarte, casada no civil há três meses com o ator, “Bruno faz charme com a câmera”. Não é à toa que suas cenas são as mais acessadas no site da novela na internet.




Mais "Balacobaco", aqui: 

http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/10/balacobaco-novela-das-dez-da-record.html



domingo, 18 de novembro de 2012

“The Voice Brasil”: Disputa musical chega à semifinal sem manter o mesmo ritmo e empolgação despertados no público desde quando estreou, há dois meses na Globo


O programa que faltava nas tardes de domingo. Foi essa a sensação deixada pelo “The Voice Brasil” em sua estreia na Globo, no dia 23 de setembro. Mas, passada a fase de audições e de batalhas de duplas, o programa não está conseguindo manter o mesmo clima de torcida e expectativa na etapa de semifinais iniciada na semana passada. Nesse domingo (18), nem mesmo o marketing criado em torno da apresentação inédita de Ivete Sangalo cantando ao lado de Claudia Leitte salvou a disputa musical da falta de empolgação.

Um ponto que vem pegando desde a primeira semifinal é o repertório. Nessa segunda não foi diferente. Das 12 músicas interpretadas pelos três candidatos de cada técnico, sete eram canções internacionais contra cinco nacionais. Dessa maioria, três pertenciam ao time de Claudia. No de Carlinhos Brown apenas um cantou música nacional, enquanto nos de Daniel e Lulu Santos dois interpretaram no próprio idioma. Pelo andar da carruagem, daqui a pouco o nome do programa vai mudar para “The Voice Brazil”, já que a voz é de brasileiros, mas a música popular brasileira não está sendo devidamente valorizada.

Ao menos tiveram o bom senso de corrigir a falha cometida no programa anterior de não dar o mesmo tempo de votação pela internet para os três concorrentes de cada time. Quem cantava em primeiro lugar ficava com vantagem no tempo de votação em relação ao terceiro e último do time a se apresentar. “Vocês pediram e nós vamos dar mais tempo”, afirmou o apresentador do programa, Tiago Leifert, explicando que agora o resultado só será dado após o intervalo comercial. 

Aumentou o tempo para votação no terceiro, mas não igualou em relação ao primeiro, que continua tendo vantagem. A solução para essa questão? Talvez Carlinhos Brown, com toda sua falta de originalidade ao se apresentar com um figurino que misturava Três Mosqueteiros com Chacrinha, tenha uma saída mirabolante.

“Se Eu Fosse Você”: Fernanda Souza fez a diferença e valorizou a estreia de novo quadro do “Caldeirão do Huck” em que famoso troca de lugar com xará anônimo


O “Caldeirão do Huck” acertou em mais um quadro ao estrear nesse sábado (17) o “Se Eu Fosse Você”, no qual um anônimo e um xará famoso trocam de papéis por um dia. É claro que fez toda a diferença a feliz escolha da personagem desse primeiro episódio: a atriz Fernanda Souza, que assumiu com desenvoltura o cotidiano simples da manicure de mesmo nome, moradora de São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Fernanda, a atriz, andou de ônibus, assumiu o posto da manicure no salão, realizou os trabalhos domésticos, varreu a casa, preparou o jantar para o marido e os três filhos da outra Fernanda, dois meninos e uma jovem adolescente. Fernanda interagiu de forma carinhosa com a família e até dormiu na humilde casa deles. Plenamente empenhada no papel de “mãe de família”, acordou cedo, preparou o café da manhã e encaminhou as crianças para a escola. Soou meio falso ela aparecer maquiada logo ao acordar, mesmo assim, não perdeu a espontaneidade que mostrou com as crianças e a rotina da casa.

Enquanto isso, Fernanda, a manicure, teve seu dia de estrela, frequentou uma academia de ginástica bem equipada, posou para um ensaio fotográfico, e ainda jantou num restaurante acompanhada de Thiaguinho, o cantor pagodeiro namorado da atriz. E não só o acompanhou em seu show como teve seus alguns minutos de fama no palco. Fernanda estava achando tudo um mar de rosas, até se ver diante do desafio de substituir a atriz no palco, na peça de teatro que ela está encenando. Aí a ficha caiu. E as lágrimas também caíram.

É aí que o quadro faz pensar. Fernanda, a atriz, identificou muito mais carências pessoais em seu dia a dia do que Fernanda, a manicure. “Eu moro sozinha, quando eu volto para casa não tem essa família me esperando”, revelou a atriz. Fernanda, a manicure, não soube identificar aprendizados. Ainda estava extasiada, e deslumbrada,  pelos momentos de fama. E aquilo era muito para ela. Vamos aguardar as próximas, ou próximos, personagens do quadro.



sábado, 17 de novembro de 2012

“Batalha no Salto”: Concurso feminino de dança no “TV Xuxa” mostra cuidado na produção e realização, além de um jurado técnico com critérios justos de julgamento


A produção do “TV Xuxa” tem acertado o passo na “Batalha do Salto”, concurso de rua exclusivamente feminino, que começou no dia 27 de outubro com 48 dançarinas divididas em 16 trios e neste sábado (17) chegou à sua quarta competição com oito grupos.  Tem sido uma surpresa verificar a competência das concorrentes ao desenvolverem coreografias que misturam vogue, waacking e stiletto, inspiradas em estrelas da música pop como Lady Gaga, Britney Spears e Beyoncé. Sem falar que conta ponto fazer carão e mostrar atitude e sensualidade na disputa pelo prêmio de R$ 50 mil.

Os figurinos das meninas têm sido de muito bom gosto. São brilhosos sem exagero, como o show exige, e confortáveis para os movimentos quase acrobáticos executados. E as músicas selecionadas para as apresentações também valorizam os números. Entre as já tocadas estão sucessos de Rihanna, Chelley, Offer Nissim e Lorena Simpson, entre outros.

A presença de um jurado formado por quatro pessoas com conhecimento de causa, como dançarinos profissionais, coreógrafos e professores de dança, e apenas um artista nacional conhecido do grande público valoriza o resultado final. Até agora também não deu para perceber qualquer tipo de favorecimento a um trio, já que todos são compostos por meninas anônimas dos mais diversos estados de Norte a Sul do país.

Diferentemente do “Dança dos Famosos” do “Domingão do Faustão”, em que a disputa é entre celebridades avaliadas por um jurado composto metade por técnicos e metade por outros artistas, amigos dos concorrentes, e ainda tem o voto popular que beneficia sempre quem tem mais fãs e seguidores nas redes sociais.  Estou achando “Batalha no Salto” uma disputa mais estilosa e mais justa na escolha das finalistas.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“Chicago Fire”: Direção ágil, cenas de ação de tirar o fôlego e bastidores revelados da rotina diária dos bombeiros compensam a falta de dramas pessoais mais originais


Depois de “Beauty And The Best”, remake do seriado de mesmo nome que foi ao ar nos anos 80, começar a ser exibido essa semana no Universal Channel, na terça-feira (13) foi a vez de estrear no canal “Chicago Fire”, que traz a mesma proposta de “Emergency”, sucesso nos anos 70 ambientado em Los Angeles. E pelo primeiro episódio se viu que a adrenalina ficará em alta ao acompanhar o trabalho de bombeiros, policiais e paramédicos na cidade de Chicago. As cenas mostrando os profissionais em ação são tensas, ágeis e conseguem prender a atenção a ponto de quase se perder o fôlego.

O começo mostrou um incêndio em uma casa no qual um dos bombeiros morre no meio das chamas. A partir daí começa a rivalidade entre o líder da equipe dos bombeiros, Matthew Casey (Jesse Spencer) e o líder dos paramédicos, Kelly Severide (Taylor Kinney). Um acusa o outro de ser responsável pela morte do colega. É claro que a presença dos dois bonitões, Spencer, o Dr. Robert de “House”, e Kinney, o lobisomem Mason Lockwood de “Vampires Diaries”, deixa as brigas ainda mais interessantes.

Eles só deram uma trégua quando, quase no fim do episódio, em um incêndio num edifício, Casey e o bombeiro veterano Herrmann (David Eigenberg, de “Sex And The City”) caem no meio do fogo e são salvos graças à ajuda de Severide. Hermann, no entanto, precisa ser submetido a uma cirurgia, o que aproxima os integrantes de todas as equipes, que no fim do episódio aparecem reunidos no hospital à espera de notícias sobre o estado do companheiro.

A série criada por Derek Haas e Michael Brandt e produzida por Dick Wolf (“Law & Order”) também traz o ator Eamonn Walker, que fez o líder dos muçulmanos em “Oz”, agora no papel de Walden Boden, o comandante do departamento de bombeiros e ex-campeão de boxe. É ele que tenta acalmar os ânimos mais exaltados e manter a ordem nas unidades. Também servirá de referência para o novato Peter Mills (Charlie Barnett), que ingressou na vaga do bombeiro morto no começo.

É interessante ver a competição interna entre os profissionais, divididos em tarefas distintas, como quem cuida do resgate, quem é responsável pelas escadas e material de apoio e aqueles que se encarregam das bombas na hora de apagar as chamas. Paralelamente às cenas de ação também são mostrados os conflitos pessoais dos personagens. O roteiro pode não ser muito original nos dramas de cada um, mas não deixa de ser uma boa saída para dar um respiro entre uma tragédia e outra.

Casey passa por um momento conturbado em seu relacionamento com a noiva, Hallie (Teri Reeves). Severide esconde um problema no braço e precisa injetar um medicamento que lhe é dado na surdina pela paramédica Leslie Shay (Lauren Germa), lésbica assumida. A outra paramédica, Gabriella (Mônica Raymond, de “Lie To Me”), é apaixonada por Casey, apesar de saber que ele é comprometido. E Hermann, além do acidente, enfrenta dificuldades financeiras que o fizeram até perder a casa onde morava.

Essa primeira temporada de “Chicago Fire” estreou nos Estados Unidos pela NBC em outubro e, incialmente, terá 13 episódios. No elenco fixo também estão Jon Seda, que fará o detetive Antonio Dawson, irmão de Gabriella, Meghann Fahy interpretando Nicki Kahler, o assistente do Chefe Boden, e Shiri Appleby que aparecerá como Clarice, uma ex-namorada de Leslie. Os próximos episódios também terão participações especiais, como da atriz Kathleen Quinlan, que fará a mãe de Casey, e Sarah Shahi, da série “Fairly Legal”, que aparecerá como uma empresária por quem Severide vai se interessar. Vale conferir.



 

“Guerra dos Sexos”: Bianca Bin, no seu quarto trabalho em apenas três anos de carreira, mostra talento e versatilidade como a vilã mais dissimulada da novela das sete




Bianca Bin é uma daquelas atrizes que conquista um sucesso meteórico em pouco tempo de carreira. Elogiar seu desempenho como Carolina no remake de “Guerra dos Sexos”, novela das sete da Globo, usando o argumento de ser sua primeira vilã seria vazio e sem propósito, afinal, esse é apenas o quarto trabalho de uma carreira iniciada há três anos. Se ela está se destacando não é pelo fato de ser a mazinha da trama reescrita por Silvio de Abreu, mas por saber se entregar a um perfil diferente daqueles que até agora lhe caíram nas mãos. E isso ela tem feito muito bem.

Poucas atrizes com menos de quatro anos de carreira na televisão mostraram segurança e capacidade de se transformar em tão pouco tempo em personagens diferentes e em horários diversos na Globo. Bianca já estreou como protagonista de “Malhação” em 2009, após fazer seu primeiro ano de Oficina de Atores. No ano seguinte, ganhou papel de destaque na novela das nove da emissora, “Passione”, como a problemática Fátima. E em 2011 já foi protagonista de uma trama das seis como a doce Açucena em “Cordel Encantado”.

Agora, ela refaz com competência o papel que coube a Lucélia Santos anteriormente na versão original de “Guerra dos Sexos”. Mas, é claro que não se trata de uma vilã que se compare a Carminha (Adriana Esteves) de “Avenida Brasil”, embora a atriz insista em dizer que a personagem de João Emanuel Carneiro é sua musa inspiradora. É natural que as vilãs atuais ou do futuro se inspirem em Carminha. Mas é bom ter modéstia e consciência de que dificilmente haverá outra igual a ela. Assim como não houve quem superasse Odete Roitman (Beatriz Segal), a vilã de todas as vilãs criada por Gilberto Braga em “Vale Tudo”, em 1988. 

Bianca Bin, com seu talento e versatilidade, poderia se orgulhar mais de ter herdado uma personagem de Lucélia, atriz que ficou marcada na história da teledramaturgia brasileira como a eterna “Escrava Isaura”, a novela brasileira mais exportada para o mundo inteiro, mas que também teve outras atuações marcantes, entre elas a própria Carolina do original de "Guerra dos Sexos". Assim como os veteranos Tony Ramos e Irene Ravache se orgulham de de interpretar os mesmos personagens vividos por Paulo Autran e Fernanda Montenegro no original, sem buscar inspiração em outras histórias.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

“Tapas e Beijos” x “Louco Por Elas”: Yoná Magalhães e Glória Menezes brilham e valorizam os episódios da noite dessa terça-feira dos dois humorísticos da Globo


Nessa terça-feira (13) aconteceu uma espécie de duelo de grandes divas da teledramaturgia concorrendo pau a pau em dois seriados de comédia distintos da Globo: Yoná Magalhães em “Tapas e Beijos” e Glória Menezes em “Louco Por Elas”. É bem verdade que a primeira apareceu apenas em uma participação especial, enquanto a segunda faz parte do elenco fixo mas, nesse episódio, ganhou personagens extras.

As cenas de Yoná em “Tapas e Beijos” no papel de Leda, mãe de Fátima (Fernanda Torres), foram suficientes para constatar o poder de uma grande estrela para fazer humor e drama com competência. Leda é uma mulher que coleciona maridos e vai à loja onde a filha trabalha para comprar o vestido de noiva para seu oitavo casamento. É claro que o encontro com a filha solteirona rendeu muita confusão e situações divertidíssimas. Sem falar que, aos 77 anos, Yoná continua exibindo uma excelente forma. Ela é diva em qualquer história na qual faça parte da cena principal ou apenas divida os holofotes com as protagonistas. Quem consegue esquecer a Tonha, de “Tieta” (1989), a mocinha sofrida do interior que vai para “Sum Paulo” e volta para o Agreste toda repaginada? A personagem foi apenas uma entre tantas interpretações marcantes da atriz ao longo dos seus 58 anos de carreira.

Já Glória Menezes, em “Louco Por Elas”, deu mais uma prova de que está carregando nas costas o humorístico. A atriz aceitou até viver três personagens simultaneamente nesse dia. Além de Violeta, a avó de Leo (Eduardo Moscovis), ela fez Dolores e Gertrudes, duas mulheres que aparecem dizendo serem suas irmãs, de olho na herança da família. A ideia do autor e diretor-geral João Falcão foi uma homenagem ao trabalho da atriz na primeira versão de “Irmãos Coragem” (1970), em que ela viveu uma mulher com dupla personalidade que ora era a recatada Lara, ora a sedutora Diana. E Glória brilhou ao triplo no programa com toda sua versatilidade e prazer que transpira em suas atuações. Não fosse ela, seria mais um episódio sem graça e com situações previsíveis e repetitivas. Tomara que inspirações como essa passem a se manifestar nas histórias dos próximos episódios.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

“Beauty & The Beast”: Série inspirada no clássico francês estreia no Universal em versão moderna, mantendo suspense e romantismo do original do fim dos anos 80


“Beauty & The Beast”, que estreou no Universal Channel nessa segunda-feira (12), em seu primeiro episódio já trouxe imediatamente à lembrança de quem assistiu no fim dos anos 80 à série inspirada no mesmo conto francês e exibida pela CBS, nos Estados Unidos, e pela Globo, no Brasil, em versão dublada nas tardes de domingo. Mesmo com uma nova roupagem, caracterização e cenário, são claros os sinais de se tratar de um remake atualizado daquela criação de Ron Koslov, que tinha Linda Hamilton (de “O Exterminador do Futuro”) no papel de Catherine, a Bela, e Ron Perlman (de “Hellboy”) como Vincent, a Fera.

Mas, apesar do tratamento modernizado, a essência continua a mesma na interpretação e direção do elenco. Dessa vez, Jay Ryan (de “Terra Nova”) não precisa mais usar a juba de pelos, garras e focinho de lobo do personagem anterior. Quando não está “possuído” pela fera que tem dentro de si, ele apresenta apenas uma cicatriz no rosto. Quando está, a transformação é feita por computação gráfica. Ele também não mora no labirinto de túneis subterrâneos da cidade. Agora ocupa um prédio antigo de uma fábrica de produtos químicos, aparentemente abandonada, onde tenta descobrir um antídoto para a substância que lhe foi injetada durante a guerra e que o transformaram num monstro.

A Catherine, ou Cat, de Kristin Kreuk (de “Smalville”) também deixou de ser apenas uma advogada e ganhou mais destaque na função de detetive de homicídios, embora ainda esteja longe de chegar a ser uma Olivian Benson, interpretada por Mariska Hargitay em “Law & Order”. Também não seria o caso. As situações são outras.  Na criação de Sherri Cooper e Jennifer Levin, os mesmos produtores de “Brothers & Sisters”, Vincent não faz parte de uma sociedade secreta e utópica de párias, ele é um médico que, após perder seus irmãos na tragédia do World Trade Center em 11 de setembro, se alistou no exército e foi servir seu país na guerra no Afeganistão. Lá, aceitou servir de cobaia de uma substância que tornariam os soldados fortes e invencíveis. Só que a droga saiu do controle de todos e acabou transformando-os em seres que viram verdadeiros monstros quando contrariados.

Para compensar a perda de seu lado humano, Vincent passou a tentar usar seus poderes para ajudar os outros. Foi assim que, em 2003, ele salvou Catherine de um assalto, no qual a mãe dela foi morta. Passam-se os anos e, nos tempos atuais, os dois voltam a se encontrar durante a investigação de um assassinato feito por ela, na qual o descobre como alguém que tentou salvar a vítima. E assim começa uma relação de cumplicidade que coloca os dois em perigo, já que a mesma organização que contaminou o médico também está no encalço da detetive.

Os efeitos visuais são feitos com a luz e dosagem certa. Felizmente não abusa dos avanços tecnológicos exaustivamente usados em outras séries, como “Grimm”.  E, apesar de trazer para uma linguagem moderna, não tira o clima lúdico e de romance do conto francês “La Belle et la Bête”, publicado por Gabrielle-Suzanne Barbot, em 1740, e que já ganhou as mais diversas variantes no teatro, cinema e televisão.