sábado, 20 de julho de 2013

“Sangue Bom”: Fernanda Vasconcellos não ousa e faz de Malu quase um remake de Ana, personagem que ela interpretou recentemente em “A Vida da Gente”

Fernanda Vasconcellos, apesar de desempenhar de forma convincente suas personagens, corre o risco de se tornar atriz de um papel só ao repetir tipos semelhantes em um curto espaço de tempo. Em “Sangue Bom”, novela das sete da Rede Globo, além de não ter mudado o mesmo visual que usou em “A Vida da Gente”, exibida entre 2011 e 2012 no horário das seis, sua personagem atual, Malu, e a anterior, Ana, trazem muitas características comuns em seus perfis. E, apesar de serem histórias diferentes, as duas, em proporções diferentes, sofrem com um relacionamento difícil com a mãe e repetem o já batido drama de disputar com a irmã o amor de um mesmo jovem.
Assim como Ana, que brigava com sua irmã, Manuela (Marjorie Estiano), para ver quem ficava com Rodrigo (Rafael Cardoso), criado com as duas como se fosse um irmão, agora Malu enfrenta Amora (Sophie Charlotie), a sua irmã adotada que quer retomar o amor de Bento (Marco Pigossi), que dividiu com ela as dores da infância em um orfanato. E ainda tem pela frente uma segunda rival, Giane (Isabelle Drummond), também amiga de anos do concorrido florista.
O problema maior não chega nem a ser as características em comum no comportamento das duas personagens vividas pela atriz, mas o fato de Fernanda não estar mostrando uma interpretação diferenciada que pudesse amenizar um pouco a comparação. O trabalho de cosntrução de Malu deveria ser feito no sentido de fugir totalmente dos movimentos, entonações e olhares de Ana, que estão se repetindo.
Já Sophie Charlotte e Isabelle Drummond saem na frente, pois assumiram papéis completamente diferentes de seus anteriores. Sophie soube abandonar o ar de santinha da Rosália de “Fina Estampa” (2011) para “causar” como uma jovem ambiciosa, esnobe e egocêntrica. E Isabelle apagou de vez a imagem da ingênua empreguete Maria Aparecida de “Cheias de Charme” (2012) e não deixou se levar pela vaidade: cortou os cabelos e vestiu a camiseta da menina moleque que se comporta quase como um menino. E agora ganha a recompensa de ver sua Giane entrar em uma fase repaginada de mulher elegante e sensual.
Ter liberdade para dizer “sim” ou “não” ao convite para integrar o elenco de uma novela não é para todos os artistas. Enquanto alguns buscam apenas uma identificação pessoal com o perfil, o que acaba sendo um facilitador, há os que se preocupam em primeiro avaliar o que determinado papel irá acrescentar à sua carreira. Nesse caso, na maioria das vezes, as dificuldades requerem um grau maior de responsabilidade.
Independentemente do novo trabalho oferecido, alguns sentem necessidade de tirar férias entre uma novela e outra. Como Claudia Abreu, que depois de brilhar como a Chayenne de “Cheias de Charme”, recusou um papel escrito especialmente para ela no remake de “Saramandaia”. A questão nem é tanto ter que dar um tempo fora do ar, mas sim saber escolher o personagem certo para voltar ao ar num curto espaço de tempo.
E estar preparado para surpreender o público com uma nova forma de interpretação.
"A Vida da Gente"

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