sexta-feira, 12 de julho de 2013

“Amor à Vida”: Marina Ruy Barbosa peca ao colocar vaidade pessoal acima da vocação profissional e valorizar mais os cabelos do que a personagem que está interpretando


Difícil entender, e até aceitar, o marketing que Marina Ruy Barbosa fez em torno da possibilidade de sua personagem, Nicole, em “Amor à Vida”, novela das nove da Rede Globo, ter que raspar suas longas madeixas por causa de sua personagem sofrer de câncer, ter apenas seis meses de vida e estar se submetendo a quimioterapia. Nos últimos dias, o que mais se lê nas publicações e sites voltados a notícias sobre novelas e celebridades é o “drama” da atriz no dilema de ter que ficar careca, por causa do tratamento de quimioterapia.

Para começar, essa situação já foi vivida e encarada com competência por Carolina Dieckmann em “Laços de Família!”, novela de Manoel Carlos exibida em 2000, que protagonizou uma cena que entrou para a história, abrindo mão da vaidade em prol do profissionalismo como atriz e raspou o cabelo diante das câmeras.

Se a jovem Marina ainda não tem convicção da carreira que resolveu abraçar e não está pronta para fazer os sacrifícios que ela exige é outra história. Saídas sempre há. Na minissérie “O Primo Basílio”, adaptada do romance de Eça de Queiroz, exibida na Globo em 1988, Giulia Gam, intérprete da protagonista Luísa que após uma febre brava de uma doença não identificada perdia os cabelos, usou uma peruca de látex para aparecer careca. Vinte e cinco anos depois, os recursos são bem mais modernos para a atriz, tão apegada a suas madeixas, não precisar raspar os cabelos. A mídia feita em torno do assunto nos últimos dias foi desproposital.

De qualquer forma, é pouco convincente ver uma personagem que tem apenas seis meses de vida e submete-se a quimioterapia acordar todos os dias com as faces rosadas, longos cílios postiços e maquiagem impecável. De repente, os cabelos da atriz tornaram-se mais importantes do que a história da personagem. E ela e sua assessoria exploraram isso claramente na mídia. Até o ponto de o destino da personagem ser mudado.


Ficou feio. Porque vaidade tem limite. Vale lembrar que, em 2005, com apenas 10 anos de idade, quando fez "Belíssima", Marina já tinha "crises" por causa dos cabelos. Palavras do autor Silvio de Abreu na época: "Na sinopse, sua personagem teria cabelos curtos. Quando Marina foi escalada para o papel, concordou em cortá-los. Mas, na hora H, teve uma crise de choro, abriu o berreiro e bateu pé de que não cortaria nem uma ponta. Não tive como não atendê-la”, contou o escritor.


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http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/06/amor-vida-danielle-winits-aparece-na.html