Difícil entender, e até aceitar, o marketing que
Marina Ruy Barbosa fez em torno da possibilidade de sua personagem, Nicole, em “Amor
à Vida”, novela das nove da Rede Globo, ter que raspar suas longas madeixas por
causa de sua personagem sofrer de câncer, ter apenas seis meses de vida e estar
se submetendo a quimioterapia. Nos últimos dias, o que mais se lê nas
publicações e sites voltados a notícias sobre novelas e celebridades é o “drama”
da atriz no dilema de ter que ficar careca, por causa do tratamento de
quimioterapia.
Para começar, essa situação já foi vivida e encarada
com competência por Carolina Dieckmann em “Laços de Família!”, novela de Manoel
Carlos exibida em 2000, que protagonizou uma cena que entrou para a história,
abrindo mão da vaidade em prol do profissionalismo como atriz e raspou o cabelo
diante das câmeras.
Se a jovem Marina ainda não tem convicção da
carreira que resolveu abraçar e não está pronta para fazer os sacrifícios que
ela exige é outra história. Saídas sempre há. Na minissérie “O Primo Basílio”,
adaptada do romance de Eça de Queiroz, exibida na Globo em 1988, Giulia Gam, intérprete
da protagonista Luísa que após uma febre brava de uma doença não identificada perdia
os cabelos, usou uma peruca de látex para aparecer careca. Vinte e cinco anos
depois, os recursos são bem mais modernos para a atriz, tão apegada a suas madeixas,
não precisar raspar os cabelos. A mídia feita em torno do assunto nos últimos
dias foi desproposital.
De qualquer forma, é pouco convincente ver uma personagem
que tem apenas seis meses de vida e submete-se a quimioterapia acordar todos os
dias com as faces rosadas, longos cílios postiços e maquiagem impecável. De
repente, os cabelos da atriz tornaram-se mais importantes do que a história da personagem.
E ela e sua assessoria exploraram isso claramente na mídia. Até o ponto de o
destino da personagem ser mudado.
Ficou feio. Porque vaidade tem limite. Vale lembrar que, em 2005, com apenas 10 anos de
idade, quando fez "Belíssima", Marina já tinha "crises" por
causa dos cabelos. Palavras do autor Silvio de Abreu na época: "Na
sinopse, sua personagem teria cabelos curtos. Quando Marina foi escalada para o
papel, concordou em cortá-los. Mas, na hora H, teve uma crise de choro, abriu o
berreiro e bateu pé de que não cortaria nem uma ponta. Não tive como não
atendê-la”, contou o escritor.
Mais "Amor à Vida" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/06/amor-vida-danielle-winits-aparece-na.html