Há pouco mais de duas semanas no ar, a vigésima primeira temporada de “Malhação”, da Rede Globo, já pode ser considerada uma das menos empolgantes da série. Ao querer fugir do destaque dado a colégios e academias, habitat natural da galera que sempre foi o mote da novelinha, e levar o foco central para dentro da família, sob o enredo “Casa Cheia”, a origem se perdeu e esvaziou-se a justificativa de manter o mesmo título para histórias totalmente deslocadas do projeto inicial.
Como nas demais temporadas, a atual, de autoria de
Ana Maria Moretzsohn e sua filha, Patrícia Moretzsohn, mistura atores veteranos
com lançamentos. O problema é que essa nova safra de jovens parece despreparada para estar em cena até como coadjuvantes, que dirá como
protagonistas. As cenas da maioria parecem testes feitos para escolha de quem
vai ficar com o papel. Algo semelhante aos concursos promovidos no “Caldeirão
do Huck” para dar ao ganhador uma vaga na novelinha. E olha que Talita
Tilieri e Guilherme Dell Orto, que venceram o concurso em 2012, se saíram muito
bem na temporada anterior. Já ao elenco jovem estreante de agora falta segurança
e um maior preparo, o que desemboca em uma ausência de interpretação
convincente em cena.
Quem mais se evidencia entre os novatos é o congolês Blaise Musipere,
intérprete do Frédéric, um imigrante haitiano que perdeu a família num terremoto. O ator sabe
aproveitar a oportunidade e dosar a emoção ao contar a história consistente de seu personagem.
Já entre os veteranos, Tuca Andrada parece uma versão renovada do Gaspar, que
Nuno Leal Maia fazia em “Top Model”, novela exibida em 1989, em que tinha
vários filhos “do divórcio” adolescentes e agregados. Como se vê o tema não é
tão novo assim. Já Alexandra Richter repete
a perua histérica e fofoqueira da Sônia Sarmento que ela fez em “Cheias de
Charme”. E Fernanda Souza está lembrando muito a Camila, que interpretou no
humorístico “Toma Lá Dá Cá”, em 2011.
Mais "Malhação" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/07/malhacao-temporada-mostra-que-abandonou.html