terça-feira, 30 de julho de 2013

“Magic City”: Com roteiro previsível e cenas de sexo apelativas, série faz uma boa caracterização dos anos 50, mas peca por erros na dublagem e na legendagem

Para quem assiste todos os dias a inúmeros casos de desmandos, falcatruas, desvio de verbas e de falta de caráter de pessoas públicas na vida real, “Magic City”, que estreou esse mês no FX, não chega a causar grande impacto ao mostrar o lado podre de políticos, empresários, gângsteres e celebridades. A série pode agradar pelo clima glamouroso dos anos cinquenta, década em que se passa a história, ambientada em Miami, Estados Unidos, e no período em que Fidel Castro tomou o poder em Havana, Cuba. Mas possui um roteiro previsível e comete a falha de ser dublada para o português e legendada
O enredo gira em torno de Ike, proprietário e gerente do famoso Miramar Playa interpretado por Jeffrey Dean Morgan, que, em meio à turbulência política e econômica no país, consegue manter uma vida de luxo. E, além de esconder um passado misterioso, vive às voltas com negociatas tramadas por hóspedes, como Bem Diamond (Danny Huston), um mafioso que usa o hotel para realizar seus negócios escusos. E, como não poderia deixar de ser, Ike é casado com uma ex-showgirl, Vera (Olga Kurylenko), que vive alheia ao que se passa ao redor do marido e parece estar sempre em cima de um palco seduzindo a plateia masculina.
Apesar de pecar ao apelar em excesso para cenas de sexo e nudez explícita, a série traz uma reconstituição de época caprichada tanto nos cenários quanto nos figurinos. Mas o que acaba se tornando um elemento que chama atenção à parte é o quanto a tradução da dublagem se difere da feita para as legendas. Em um diálogo de Vera com a filha, ela diz que comeu tulipas. Na dublagem a menina pergunta: “Duas lipas?”, enquanto aparece escrito na legenda: “Asas de frango?”. “Ricaças” vira “Águias ricas”; “É hora de me compensar agora” vira “É hora de se desculpar”, e em um diálogo de Ike com um senador, na fala dublada o político diz: “Se a minha irmã morresse...”, já na legenda é traduzida como: “Se Irma morresse...”, referindo-se ao nome de sua esposa.

O que é para ser um drama acaba ganhando tom de piada com esse excesso de tradução mal feita e desnecessária. Afinal, por que não deixar o áudio original e apenas dar a opção de versão legendada e dublada para quem quiser utilizá-la?


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