Susana Vieira, como geralmente acontece em qualquer
programa de que participe, se encarregou de fazer a parte mais animada no “Reviva”
dessa segunda-feira (13), no Viva, que teve como tema “Chiquinha Gonzaga”. Para
falar sobre a minissérie que mostra a vida e obra dessa grande maestrina e está
sendo reprisada mais uma vez pelo canal (a primeira foi em 2010), além de
Susana, gravaram depoimentos Regina Duarte, Gabriela Duarte e o diretor Jayme
Monjardim.
Gabriela interpretou a fase jovem de Chiquinha, e
Regina a sucedeu na fase adulta e na velhice. Mãe e filha sempre se emocionam ao falar deste
que é considerado por ambas como um dos mais importantes trabalho de suas
carreiras. Acredito que uma vantagem do “Reviva” seja o fato de, por tratar de
produções tão antigas, os artistas hoje ficarem mais à vontade para falarem
sobre fatos e sensações que vivenciaram durante as gravações e que na época não
revelavam.
No programa, Regina diz que se inspirou na própria
filha quando chegou sua vez de incorporar Chiquinha adulta. “Eu assistia o
trabalho dela na primeira fase, fiquei muito impressionada e procurei manter
uma série de coisas que ela adotou na sua interpretação. Fiz meu trabalho em
cima do trabalho que ela tinha criado. Ajudou muito eu recebê-la praticamente
pronta das mãos da Gabriela”, confessou. A Chiquinha jovem, por sua vez,
percebeu a cumplicidade na composição. “Eu assistia muito ela (Regina), por já ter acabado a minha
parte. Fico orgulhosa de ter sido o fio condutor dela”, afirmou Gabriela.
Intercalados aos depoimentos, são mostrados trechos
da minissérie e contadas curiosidades de sua produção. Como o toque charmoso de
cada capítulo se encerrar com um cantor da MPB interpretando um sucesso de
Chiquinha Gonzaga, mas com uma nova releitura. Participaram nomes de várias
gerações, como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Adriana Calcanhoto, Zé Ramalho. Destaque
ainda para as 40 fotos do Rio de Janeiro do século XIX, registradas naquele
período pelo fotógrafo Marc Ferrez. “Foi feito um trabalho de computação inédito
na época, que era dar vida às fotos e imagens do Rio de Janeiro em movimento”, destacou
Jayme Monjardim.
Já o segundo bloco foi praticamente dominado por
Susana, que interpretou Suzette Fontain, dona do Alcazar, maior cabaré da
corte, vivida por Danielle Winits na primeira fase da minissérie. A atriz
lembrou que a Suzette jovem tinha uma pinta embaixo da boca, mas ela dispensou
o tal sinal quando chegou sua vez de assumir a cortesã. “Ou seja, ela foi no
Pitanguy e tirou a pinta em 1802”, divertiu-se Susana, citando o cirurgião
plástico Ivo Pitanguy.
A atriz, de 69 anos, que namora o mágico Sandro
Pedroso, de 28, também não deixou de citar o amor de Chiquinha e João Batista
Lage (Caio Blat), que se conheceram quando a musicista tinha 52 anos e o garoto
seu aluno, 16 anos. “Ela se apaixonou por um jovem muito mais moço, que ficou
com ela até sua morte, com mais de 80 anos. Ou seja, existe amor entre
diferentes idades, ela foi uma das precursoras e foi quando me inspirei para
namorar uma pessoa com 25 anos, que hoje é meu amor. Você vê, a cabeça, a alma
e o corpo têm que estar conservado. Por isso malho até hoje”, afirmou, rindo.
Na história, Suzette também era a maior rival de
Chiquinha, pois ambas eram amantes de João, personagem de Carlos Alberto
Ricielli. E Susana, que disse estar acompanhando a reprise no Viva, deixou no
ar uma curiosa comparação entre suas experiências em tempos atrás e atuais. “Estou
louca para rever as cenas que o Ricielli a despreza, porque são dramáticas, eu
me arrastando pelo chão, nunca tinha feito aquilo na minha vida. Eu nem sabia
como era se arrastar aos pés de um homem. Mas, se tiver que fazer isso hoje em
dia, eu já sei como é”, concluiu, às gargalhadas. E, como trata-se de um
depoimento e não de uma entrevista, a interpretação para tal afirmação fica por
conta de cada telespectador.