terça-feira, 14 de agosto de 2012

“Chiquinha Gonzaga”: Susana Vieira faz a parte irreverente com depoimentos divertidos no “Reviva” que destaca a minissérie que está sendo reprisada no Viva

Susana Vieira, como geralmente acontece em qualquer programa de que participe, se encarregou de fazer a parte mais animada no “Reviva” dessa segunda-feira (13), no Viva, que teve como tema “Chiquinha Gonzaga”. Para falar sobre a minissérie que mostra a vida e obra dessa grande maestrina e está sendo reprisada mais uma vez pelo canal (a primeira foi em 2010), além de Susana, gravaram depoimentos Regina Duarte, Gabriela Duarte e o diretor Jayme Monjardim.

Gabriela interpretou a fase jovem de Chiquinha, e Regina a sucedeu na fase adulta e na velhice. Mãe e filha sempre se emocionam ao falar deste que é considerado por ambas como um dos mais importantes trabalho de suas carreiras. Acredito que uma vantagem do “Reviva” seja o fato de, por tratar de produções tão antigas, os artistas hoje ficarem mais à vontade para falarem sobre fatos e sensações que vivenciaram durante as gravações e que na época não revelavam.

No programa, Regina diz que se inspirou na própria filha quando chegou sua vez de incorporar Chiquinha adulta. “Eu assistia o trabalho dela na primeira fase, fiquei muito impressionada e procurei manter uma série de coisas que ela adotou na sua interpretação. Fiz meu trabalho em cima do trabalho que ela tinha criado. Ajudou muito eu recebê-la praticamente pronta das mãos da Gabriela”, confessou. A Chiquinha jovem, por sua vez, percebeu a cumplicidade na composição. “Eu assistia muito ela (Regina), por já ter acabado a minha parte. Fico orgulhosa de ter sido o fio condutor dela”, afirmou Gabriela.

Intercalados aos depoimentos, são mostrados trechos da minissérie e contadas curiosidades de sua produção. Como o toque charmoso de cada capítulo se encerrar com um cantor da MPB interpretando um sucesso de Chiquinha Gonzaga, mas com uma nova releitura. Participaram nomes de várias gerações, como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Adriana Calcanhoto, Zé Ramalho. Destaque ainda para as 40 fotos do Rio de Janeiro do século XIX, registradas naquele período pelo fotógrafo Marc Ferrez. “Foi feito um trabalho de computação inédito na época, que era dar vida às fotos e imagens do Rio de Janeiro em movimento”, destacou Jayme Monjardim.

Já o segundo bloco foi praticamente dominado por Susana, que interpretou Suzette Fontain, dona do Alcazar, maior cabaré da corte, vivida por Danielle Winits na primeira fase da minissérie. A atriz lembrou que a Suzette jovem tinha uma pinta embaixo da boca, mas ela dispensou o tal sinal quando chegou sua vez de assumir a cortesã. “Ou seja, ela foi no Pitanguy e tirou a pinta em 1802”, divertiu-se Susana, citando o cirurgião plástico Ivo Pitanguy.

A atriz, de 69 anos, que namora o mágico Sandro Pedroso, de 28, também não deixou de citar o amor de Chiquinha e João Batista Lage (Caio Blat), que se conheceram quando a musicista tinha 52 anos e o garoto seu aluno, 16 anos. “Ela se apaixonou por um jovem muito mais moço, que ficou com ela até sua morte, com mais de 80 anos. Ou seja, existe amor entre diferentes idades, ela foi uma das precursoras e foi quando me inspirei para namorar uma pessoa com 25 anos, que hoje é meu amor. Você vê, a cabeça, a alma e o corpo têm que estar conservado. Por isso malho até hoje”, afirmou, rindo.

Na história, Suzette também era a maior rival de Chiquinha, pois ambas eram amantes de João, personagem de Carlos Alberto Ricielli. E Susana, que disse estar acompanhando a reprise no Viva, deixou no ar uma curiosa comparação entre suas experiências em tempos atrás e atuais. “Estou louca para rever as cenas que o Ricielli a despreza, porque são dramáticas, eu me arrastando pelo chão, nunca tinha feito aquilo na minha vida. Eu nem sabia como era se arrastar aos pés de um homem. Mas, se tiver que fazer isso hoje em dia, eu já sei como é”, concluiu, às gargalhadas. E, como trata-se de um depoimento e não de uma entrevista, a interpretação para tal afirmação fica por conta de cada telespectador.