quarta-feira, 15 de agosto de 2012

“Amor Eterno Amor”: Novela perdeu a agilidade mostrada na estreia e há menos de um mês do fim as tramas continuam se arrastando sem causar impacto no público


Infelizmente, a autora Elizabeth Jhin parece ter perdido o fôlego mostrado nos primeiros capítulos de “Amor Eterno Amor”, novela das seis da Rede Globo que estreou no dia 5 de março. A história que começou com vários fatos se desenrolando de forma ágil e eficiente, aos poucos foi perdendo o ritmo. A partir da morte de Verbena (Ana Lúcia Torres), no capítulo que foi ao ar no dia 29 de março, quando ela pediu a Miriam (Letícia Pérsiles) e Clara (Karla Castanho) que ajudassem Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) a encontrar sua Elisa, a história estacionou. Praticamente todas as tramas continuam se arrastando sem causar impacto nem criar expectativa no público.
Faltando menos de um mês para o fim da novela, dia 7 de setembro, o romance contido de Rodrigo e Miriam até agora não atou nem desatou. A previsão é que ele finalmente resolva ficar com a jornalista no capítulo que vai ao ar no próximo dia 23. E assim mesmo continuarão escondidos, tentando desmascarar a falsa Elisa, que na verdade se chama Amparo (Mayana Neiva). Aliás, a farsante Elisa está há dois meses na história enganando todo mundo de uma forma bizarra. O sensitivo Rodrigo já domou leões e búfalos e não percebe que está cercado de cobras. Parece que não é só Tufão (Murilo Benício) de “Avenida Brasil” o sonso da vez.
E o que dizer de Melissa (Cássia Kiss Magro)? A vilã está desde o primeiro capítulo cometendo crimes, começando pelo sequestro de Rodrigo menino, e o único a conseguir assustar a vilã uma ou duas vezes foi nada mais nada menos do que um espírito, o de Zenóbio (Lucci Ferreira), o jovem assassinado por ela. Faltaram  e continuam faltando reviravoltas. Como em “Cheias de Charme”, em que até mesmo Chayenne (Cláudia Abreu) volta e meia se dá mal com suas divertidas e atrapalhadas maldades. E, de novo citando a novela das nove, como acontece com Carminha (Adriana Esteves) e Nina (Débora Falabella), que tornam a trama agitada com seu revezamento na disputa de quem é a maior vilã da história.

Em “Amor Eterno Amor” há demora até na solução das tramas paralelas mais simples que nem interferem no vértice central da novela. É bem verdade que dizem que o tempo no universo, ou plano astral, não passa na  velocidade do que o daqui da Terra, mas não é porque o espiritismo é o forte do folhetim que tudo tenha que acontecer de forma tão arrastada. Pelo andar da carruagem, parece que vai ser mais um daqueles casos em que ficará tudo para ser resolvido apenas no último capítulo. O que geralmente acaba ficando tudo muito mal resolvido. Uma pena, pois a estética da novela é linda, com belas imagens, excelentes interpretações do elenco e as competentes direção-geral de Pedro Vasconcelos e fotografia de Sérgio Tortori.