Há um mês
e meio no ar, “Máscaras”, de Lauro César Muniz, que estreou na Record no dia 10
de março trazendo a expectativa de ser mais uma novela de conteúdo, com temas
inteligentes, delicados e instigantes, como é característico na obra do autor,
vem decepcionando. Em algum momento o enredo se perdeu. E desde que a história
passou a acontecer em um navio, onde a maioria dos personagens se reuniu, os
capítulos passaram a se arrastar ainda mais em cenas intermináveis, com
diálogos vagos, interpretações canastrônicas e uma direção que parece estar
mareada.
A
protagonista, Maria, interpretada por Miriam Freelam, só apareceu na primeira
semana da novela. E o protagonista, Otávio Benaro, marido de Maria vivido por
Fernando Pavão, transformou-se numa versão rural do Conde de Monte Cristo que
foi parar num cruzeiro de luxo. Aliás ele está mais parecendo o protagonista da
minissérie "Sansão e Dalila". Estranho que o tempo na novela passou e
o tal sequestro de Maria e seu filho nunca foi investigado, nem pela polícia
nem por investigadores particulares, já que dinheiro é o que não faltava para
isso.Tanto que Otávio está financiando mais um cruzeiro para o psiquiatra-babá
Décio (Petrônio Gontijo).
Para
piorar a morosidade, ainda colocam flashbacks de Maria em cenas que nada
acrescentam ao desenrolar da história. Pelo contrário, são repetitivas e não
saem do mesmo lugar. Assim como são patéticas as que tentam instigar um
mistério envolvendo as personagens de Paloma Duarte, Gisele Itié e Heitor
Martinez. As situações são forçadas e as interpretações totalmente artificiais.
Tão falsas quanto as joias que Nameless, a mulher “sem nome” vivida por Paloma,
ganhou do Big Blond (Jonas Bloch) no capítulo dessa quarta-feira (25). Mais
parecia um mostruário de bijuterias vendidas por camelôs nas ruas ou nas
praias. O que valeu foi a aparição, no final, de Benvindo Sequeira, intérprete
de Novais, um membro da máfia do Big Blond. Embora fosse para ser séria, a cena
acabou sendo engraçada ao ter o ótimo Benvindo fazendo o personagem principal
da situação.